domingo, 12 de dezembro de 2010

Divagando sobre a Luz

Estamos passando por grandes transformações.
A crise econômica que castigou os ditos países do Primeiro Mundo, as constantes catástrofes naturais que vem se espalhando com cada vez mais intensidade pelo Planeta, entre tantos outros exemplos.
Percebo como cada vez mais verdadeira a máxima que diz que "para que haja luz, primeiro deve haver a escuridão".
Dia destes estava ouvindo uma pessoa com mais de 60 anos falando sobre os jovens. Reclamando que estes perderam o respeito pelos mais velhos, que não sabem mais o que tem valor e o que não tem. Fiquei me indagando sobre isso. Não é a primeira vez que ouço de alguém mais velho esta mesma questão, só que em nenhum momento ouço eles assumindo a sua parte de responsabilidade neste processo.
Pode parecer ofensivo o que vou dizer, mas quem transmite os valores para a próxima geração? Até onde eu sei, é a geração anterior, que por sua vez herdou da geração que a antecedeu e, assim, sucessivamente.
Se hoje em dia ser honesto, agir pensando no bem coletivo e querer o melhor para todos é classificado como uma atitude burra, é porque as gerações que vieram antes deram este exemplo.
Apesar disso, ainda acho que podemos modificar este padrão. Sei que ainda existem pessoas que pensam de uma forma mais solidária, que procuram dar o seu melhor, mesmo quando sofrem atrocidades. E é exatamente nisso que me prendo.
Se para a maioria esmagadora malandro é aquele que leva vantagem, é importante que a minoria que acredita no Bem, na Paz, no Amor e nas demais Virtudes continue batalhando e fazendo o seu papel.
Olhando para a história, veremos muitos casos de sociedades que pensavam apenas na sua expansão e em dominar os outros, mas que simplesmente acabaram se destruindo, pois a disputa de Poder interna corroeu os Impérios que tentaram construir.
Se hoje estamos mergulhados em diferentes crises é para que num futuro bem próximo possamos reconstruir com bases mais sólidas o que está sendo derrubado aos poucos.
A inversão de valores chegou num estágio tão alarmante que presenciei um diálogo entre duas crianças que me deixaram estarrecido.
Uma dizia para a outra que queria ver seus pais separados, pois assim ele teria duas casas e ganharia muitos presentes, pois como só veria o pai nos finais de semana, este lhe daria tudo que quisesse.
Fiquei chocado ao presenciar numa criança que devia ter uns 10 anos esta forma de pensamento. Normalmente aprecio a pureza da infância, mas neste caso fiquei bem triste.
Me lembro de muitas mensagens que já recebi falando da importância de cada um fazer a sua parte, independente do que os outros fazem. Cada vez mais me agarro a este pensamento, pois realmente tem dias que dá um desânimo, mas sei que se eu não fizer o meu papel, vai ficar faltando um ponto luminoso nesta imensa escuridão em que transformamos o Planeta.
Vejo as pessoas exatamente como estrelas, cada uma dando um pouco do seu brilho para que consigamos transformar o breu do céu em um festival de pequenos pontos luminosos, mesmo que muitas vezes sejamos encobertos por densas nuvens, ainda estamos irradiando aquilo que temos de melhor.

Carlos Eduardo
Porto Alegre, 12 de dezembro de 2010.

Tenham sempre muita luz, paz, harmonia e Amor.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Divagando sobre a vida

Quantas vezes pedimos ao Universo, a Deus ou ao nosso Anjo da Guarda que respondam nossas dúvidas e anseios?
Pelo menos uma única vez durante a nossa estada ocupando um corpo carnal rogamos para que nos seja dado um sinal sobre qual o melhor caminho a seguir.
Normalmente, obtemos a resposta. Mas nem sempre é aquela resposta esperada pelo nosso Ego. Quando questionamos o que é o melhor, o fazemos já com uma idéia pré-definida daquilo que acreditamos seja o melhor, não para a situação como um todo, mas como uma forma de satisfazer o nosso Eu-Inferior.
Se a solução que se apresenta for diversa daquela que concebemos, acabamos por não aceitar, chegando ao ponto de muitas vezes nos desligarmos daqueles que foram os agentes encarregados de nos mostrarem o que precisamos.
Sempre que nos envolvemos de forma passional no problema, acabamos colocando uma venda na nossa visão racional. Deixamos de analisar o Todo, para nos focar nos pontos que acreditamos serem os que nos satisfazem.
Podemos perceber este comportamento nos diferentes setores da nossa vida. Nos relacionamentos pessoais/afetivos, lado profissional, religioso e, até mesmo, na relação com o nosso próprio Eu Interior.
Passamos boa parte do tempo em busca do sentido da Vida. Tentando compreender nossa missão. Quase sempre a resposta é tão clara, límpida e cristalina que nos deixa confusos. Achamos que por ser uma questão extremamente complexa, merecemos uma resposta menos simples, mais filosófica.
Não fomos educados para interpretarmos os pequenos sinais, mas sim para fazer coisas faraônicas. Ao invés de escutarmos a natureza, preferimos seguir os passos dados por outras pessoas, assim os consultórios terapêuticos vivem cheios, bem como os templos, igrejas e demais locais onde se acredita que a resposta está.
Como conheço a minha missão pessoal, mesmo que normalmente eu fuja dela, me sinto a vontade para ser sincero. Quando me pedem "ajuda", não me preocupo em ser agradável. Transmito exatamente aquilo que capto, sem fantasiar e sem medo de acabar magoando a pessoa. Preciso ser responsável pelo que digo e, se ficasse floreando a situação, estaria simplesmente mascarando o que acontece.
Sei que para alguns sou insensível, frio. Que muitas vezes a pessoa que pede ajuda, quer apenas receber afago. Só que não posso me permitir agir desta forma.
Já passei por muitas situações nas quais me pediam apoio e, como a questão envolvia forças pesadas, acabei atraindo "inimigos" de outros planos, o que por si só não é problema. O problema surge quando eu faço aquilo que posso, mas a pessoa que necessita simplesmente deixa que a situação siga igual.
Muitas vezes sou cobrado por me desligar de determinadas pessoas, por simplesmente me afastar e deixar que sigam seu caminho. Pois se acostumaram a jogar o seu peso para que carregasse e, assim, se sentiam aliviadas. Só que sempre deixo bem claro que vou até onde posso e devo ir. Não tenho como modificar a vida de outros. Procuro ser realista, por mais que digam que sou utópico.
Talvez seja parte do meu processo de resgate passar por estas situações, talvez seja apenas meu Ego querendo mostrar Poder sobre os outros. Qual a Verdade? Ainda não sei, a única coisa que sei é que procuro fazer o meu melhor e, como diria Cazuza: "Eu não posso causar mal nenhum, a não ser a mim mesmo".


Tenham sempre muita luz, paz, harmonia e Amor.

Carlos Eduardo
Porto Alegre, 7 de dezembro de 2010.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Divagando mais uma vez...

Pois é, depois de algum tempo sem divagações, estou de volta.
Estamos chegando numa época do ano que deveria ser de reflexões, mas que infelizmente se transforma em algo completamente comercial.
Todos os grandes fabricantes e comerciantes já estão atacando com seus comerciais de Natal. A maioria coloca uma mensagem bonita, cheia de significado, e aproveita para embutir os seus produtos, desvirtuando completamente a mensagem que transmitiram.
A sede de lucro que contamina a sociedade acaba criando este tipo de contradição.
Até alguns anos atrás, um eletrodoméstico tinha um tempo de vida útil de algumas décadas, muitas vezes passando de uma geração para a outra. Hoje em dia, a duração destes bens é um pouco maior que o prazo da garantia (para que a pessoa não possa pegar outro novo pela garantia e assim ganhar um novo prazo na garantia).
Os fabricantes usam algumas estratégias para garantir o seu lucro. Posso citar como exemplo uma máquina de lavar que tenho, da tão conhecida e badalada marca Brastemp. Queimou um dos componentes eletrônicos dela, mas como a peça onde o componente estava instalado era lacrada com resina, tive que trocar a peça toda. Saiu só R$ 600,00 a troca. O técnico que fez a substituição me disse que se não houvesse a tal resina, sairia exatamente R$ 60,00. Cinquenta a mão de obra e dez reais o componente, seria retirado o defeituoso e soldado o novo. E o que aconteceu com a peça inteira? Foi parar no lixo, criando mais um problema, o da estocagem do lixo que geramos.
Fico imaginando quantos destes exemplos pipocam por aí. E não só com os eletrodomésticos, mas com todos os bens de consumo.
Tenho alguns móveis que tem mais de 30 anos, feitos de madeira de lei. Nunca deram cupim ou se desmancharam pelo tempo. Atualmente os móveis duram até a primeira mudança de lugar. Depois já começam a se soltar, esfarelar, os cupins fazem festa.
E o pior disso tudo, pelo menos no meu entendimento, é que estamos transferindo este conceito para todos os aspectos da nossa vida.
As pessoas viraram descartáveis. No exato momento em que uma relação deixa de dar lucro, nos livramos do outro e vamos atrás de um novo.
Talvez por eu sempre, desde criança, ter vontade de descobrir as coisas (desmontava brinquedos, rádios e outras coisas para ver como funcionavam, ou então, para tentar arrumar) fico perplexo ao ver como são descartadas coisas praticamente novas, algumas simplesmente porque lançaram um produto igual, mas mais "moderno". Hoje é mais fácil colocar um aparelho defeituoso no lixo e comprar outro, do que esperar que um técnico faça o conserto. Sendo que a maioria das pessoas não se preocupa em doar para alguma instituição de caridade que vá recuperar o que estragou, simplesmente vai parar no lixo e, nem sempre no lixo reciclável.
Tem uma frase do Bob Marley que retrata muito bem o sentimento que tenho: "Se as coisas foram feitas para usar e as pessoas para Amar, porque usamos as pessoas e amamos as coisas?"
Cada dia que passa estamos mais perto de ver uma tragédia acontecer. Os conflitos gerados pela busca do poder estão pipocando por todos os lados e, não podemos esquecer, que em alguns destes conflitos, pelo menos um dos lados já possui um arsenal de armas atômicas. E isso porque? Simplesmente para que um determinado grupo possa exercer o poder sobre o outro, obtendo dai mais lucro.
Alguns poderão achar que o que escrevi sobre as guerras não tem relação com o resto do texto, mas se analisarmos friamente, veremos que existe uma enorme relação. Pois as grandes empresas tem interesse em dominar um mercado onde não se fazem presente e, com isso, acabam também financiando e fornecendo seus produtos para a máquina de guerra.
Já me disseram que tenho uma visão utópica da vida e que sozinho não conseguirei mudar o Mundo. E concordo que sozinho não tenho força, por isso procuro fazer a minha parte. Dizer o que penso. Plantar algumas sementinhas nas cabeças e nos corações daqueles que consigo, procurando estimular as pessoas a repensarem no que fizemos até hoje e a pensarem naquilo que realmente é importante para o Amanhã.

Tenham sempre muita luz, paz, Amor e harmonia.

Porto Alegre, 30 de novembro de 2010.

Carlos Eduardo
Ser Humano

PS: para quem não entendeu o Ser Humano abaixo do meu nome, é a minha qualificação. Alguns são terapeutas, Phd, doutor, mestre, e assim por diante. Eu sou apenas um Ser Humano.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Divagando sobre recordações

Sei que alguns devem ter sentido falta de uma divagação pelo dia das Bruxas, mas como passei por mais uma mudança, desta vez passou em branco.
Voltei para o meu apartamento, naquela que considero a minha mudança mais longa...rsrs Comecei a organizar minhas coisas no fim de setembro e só me mudei no começo de novembro.
Durante este pouco mais de um mês, várias mudanças aconteceram. Meu irmão que morava em Criciúma voltou para Porto Alegre, ficou com a família dele hospedado comigo.
Onde antes morava um, passaram a habitar 4. Precisei mudar minha rotina, abrir mão da minha liberdade, mas só o fato de conviver diariamente com o meu sobrinho que fez 1 aninho exatamente durante este tempo, valeu por tudo aquilo que me privei.
Outubro foi movimentado. Minha mãe fez 70 anos dia 12, meu sobrinho 1 aninho dia 14. Foi praticamente uma semana inteira de festas.
Acho que os dedos e o cérebro estavam com saudades de divagar...rsrsrs O que era para ser uma pequena explicação se transformou numa divagação em separado.
Aos poucos estou organizando minhas coisas. E, com isso, o pensamento fica vagando.
Hoje ele queria ir passear em recordações da adolescência.
Lembrei de quando comecei a surfar, por volta dos 13 anos.
Era inverno quando iniciei. Como todo guri cheio do gás, podia estar nevando que eu queria ir para o mar. Hoje eu pago o preço por surfar só de bermuda e camiseta com 15 graus, meu ciático as vezes incomoda.
Nesta época eu passava as férias escolares na praia, normalmente ficando um mês praticamente sozinho na casa que tínhamos.
Muitas vezes eu virava a noite arrumando a prancha, consertando os quebrados. Por volta das 5 e meia fazia um balde de batida de banana e preparava um chimarrão.
Ia ver o sol nascer na beira da praia, sentado na areia, tomando meu mate e meditando. O ruim era nos dias que o vento nordeste estava batendo. Levantava nuvens de areia fina que chicoteavam o corpo.
Ficava curtindo a energia do sol até umas 7 da manhã, voltava para casa, pegava a prancha e ia surfar. Normalmente saia da água as 10, quando os "surfistas" de verdade iam para o mar. Como eu queria mesmo era sentir o vento batendo na cara enquanto deslizava na onda, preferia os horários menos usuais para entrar.
Algumas vezes entrava com a galera, sendo que mais de uma vez tirei alguns de reboque lá de dentro, inclusive o meu irmão do meio. Também precisei algumas vezes sair a nado, pois a cordinha rebentava e a prancha ia parar na areia.
Tinham dias que eu dava muita risada sozinho, pois de manhã cedo tava dando altas ondas e com o passar das horas o mar ficava que parecia uma lagoa. Como eu já tinha me lavado de surfar e via os outros chegando para entrar no mar quase parado, me divertia muito olhando eles tudo produzido(prancha, roupa de borracha, hipoglós no nariz...rsrsr) e com a maior cara de decepção.
Quando o pai e a mãe estavam de férias, já complicava o meu horário, primeiro porque não dava para consertar a prancha, o cheiro da resina e dos outros produtos era muito forte e, depois, porque eu não queria fazer barulho cedo. Mas mais complicado ainda era entrar quando a mãe ia para a beira da praia. Ela ficava horrorizada pois normalmente ficávamos atrás da rebentação.
Uma das melhores sensações era surfar quando o vento estava terral, indo da terra para o mar. Cada onde que levantava fazia um chuvisqueiro delicioso. Formavam vários arco-íris. Algo indescritível.
Lembro perfeitamente da última prancha que tive. Ganhei de aniversário de 18 anos, da mãe. Toda branca com uma cruz estilizada em tons de violeta. Me apaixonei por ela logo que entrei na loja. O vendedor queria que eu levasse outra, que seria mais adequada ao meu peso e altura, mas eu fiquei com esta, sentia que ela estava me esperando. Parecia que eu sabia que iria parar de surfar em breve e, com isso, queria ao menos me despedir com um bom equipamento. Fiquei com ela por 4 meses.
Normalmente dizem que não esquecemos a primeira vez, neste caso nunca esquecerei a última vez. Era uma quinta-feira, eu estava sozinho, o pai e a mãe só iam na sexta para a praia.
Fiz todo o meu ritual, como sempre fazia quando estava sozinho.
Já tinha me decidido a pegar a última onda para voltar para casa.
Quando a série começou a estourar, escolhi a terceira, ela veio levantando lentamente, se enchendo, bem antes do ponto normal que as outras se formavam. Embiquei a prancha em direção a praia e comecei a remar. Rapidinho já estava encaixado na onda. Fiquei de pé e corri um pedaço da parede. Daqui a pouco simplesmente a prancha picou no vazio e me jogou longe. Senti os pés tocando o fundo do mar. Dava impulso para voltar a tona, mas não saia do lugar. Tinha a sensação que me agarravam pelos dois tornozelos. Parecia que eu já estava lá embaixo por alguns minutos, mesmo sabendo que era impossível. Quando finalmente consegui voltar para a superfície da água, deitei na prancha e deixei que o embalo me levasse até a beira da praia. Arrastei as quilhas na areia. Fiquei deitado ali por um tempinho, recuperando o ar e esperando as pernas pararem de tremer.
Ao me sentir mais relaxado, sentei na areia e fui soltar a cordinha do tornozelo. Para minha surpreso, os dois tornozelos tinham marcas de dedos, como se realmente tivessem me segurado com toda força por eles. Fiquei branco.
Voltei para casa e fui apavorado ligar para o pai e para a mãe, que acabaram antecipando a ida deles em um dia.
Ainda sinto vontade de deslizar pelas ondas, mas nestes quase 20 anos que passaram, não consegui superar o trauma que passei.

Carlos Eduardo
Porto Alegre, 10 de novembro de 2010.

Tenham sempre muita luz, paz, harmonia e Amor.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Divagações Perdidas 5

Uma das teorias sobre espiritualidade que me fazem pensar muito é sobre o motivo que nós Seres Humanos escolhemos ter um corpo físico denso.
Lembro de já ter lido e ouvido em alguns lugares que escolhemos esta "prisão" para podermos aprender a nos desprender das coisas. Para que sintamos na pele a vontade, o desejo e outras sensações que não são compatíveis com o estado de "Espírito". Estamos ocupando este corpo para que possamos ter um Ego.
Como escolhemos esta prisão material para o Espírito, ele está constantemente tendo que "lutar" por sua sobrevivência. As paixões e desejos que atacam o prisioneiro são intensificadas pela formação social de cada indivíduo. Os ocidentais aprendem a querer dinheiro, poder, posses e pessoas, já os orientais, recebem uma formação um pouco mais espiritual, pensando mais no coletivo que no individuo.
As consequências desta batalha são percebidas através de diferentes doenças. Alguns sofrem por amor (paixão, tesão,...), outros pq queriam ter mais do que tem, existem também os que ficam doentes por querer controlar aos outros e, assim perdemos as contas dos "motivos" pelos quais adoecemos. Uma das causas de doenças que me chamam muita atenção é quando uma pessoa tem um "Espírito Livre" e precisa entrar em confronto com os paradigmas sociais. Mesmo estando aprisionado, estas pessoas conseguem ser livres. Mas acabam sofrendo pressões de todos os lados. o Diretor do Presídio (Governos) dizem o que ele deve fazer, como deve pensar, querem que sejas submisso. Os agentes penitenciários (família, professores, patrões, chefes,...) cobram as tarefas, disciplinam, mostram a forma correta. O Juiz, este é o pior deles todos, pois ele é o nosso Ego, fica nos julgando por não nos adequarmos as regras vigentes, por sermos diferentes. Por isso precisamos estimular o nosso Defensor Público, nosso Espírito. Colocar nas mãos dele a condição para nos guiar, nos fazer seguir o nosso caminho e não aquele que nos foi traçado pelos outros. Fortalecendo nosso Espírito, estamos criando a liberdade que necessitamos para conviver pacificamente dentro da prisão do corpo.

Mta paz e luz sempre
Bjs e abraços
Carlos Eduardo

Divagações Perdidas 4

O luar é o brilho do sol que já foi dormir. (Mário Quintana)

Sempre fui fascinado pela Lua. Pelos seus ciclos e a influência deles no nosso dia a dia.
Nos diversos materiais que já estudei, desde textos filosóficos, passando por religiões e culturas antigas, percorrendo o Caminho do Conhecimento Mágico, ou simplesmente em publicações espiritualistas, se cultua a Lua, ligando-a ao lado Feminino da criação.
As características dos seus ciclos foram responsáveis pelo desenvolvimento de diversas civilizações, que usavam uma Tabela de fases da Lua para decidirem o momento de plantar, de colher, de fechar negócios, de casar, entre tantas outras coisas do cotidiano.
À medida que as civilizações foram evoluindo (???), os métodos ditos "Naturais" foram perdendo seu espaço. A conexão do Homem com o Universo foi enfraquecendo e, não sem motivos, os Rituais Magísticos, principalmente os da Lua, foram classificados como bruxaria. Numa nova sociedade, onde o homem é tido como o mais forte, tudo o que de alguma forma desse as mulheres um pouco de poder, passaria a ser considerado bruxaria, coisas do Demônio.
Através da História Oficial e da História Apócrifa, temos inúmeros exemplos de como as mulheres foram sendo colocadas num patamar mais baixo. Várias foram jogadas na fogueira por serem consideradas Bruxas, algumas viraram Santas ou Mártires. Mas com muita dificuldade conseguimos relatos de Mulheres que desempenharam papéis mais destacados.
Aos poucos estamos quebrando esta barreira, permitindo que aprendamos a usar o lado feminino que temos. As mulheres hoje dominam várias profissões, assumem postos cada vez mais elevados, apesar de algumas estarem se "masculinizando" na sua forma de ser. Muitas acabaram se confundindo com estas mudanças e resolveram se vingar do seu passado, deixaram o papel de vítimas para adotarem uma postura de presas.
Assim como aos poucos estamos reequilibrando a Energia Masculina e Feminina, estamos voltando a nos conectar com os ritos Naturais. Procuramos cuidar mais da natureza, respeitar mais ao nosso Ser. Deixamos que a sensibilidade da Lua nos auxilie nos momentos necessários.
Quando conseguirmos equilibrar este Sistema, estaremos novamente conectados ao Todo.


Paz, luz e harmonia sempre
Bjs e Abraços
Carlos Eduardo

Divagações Perdidas 3

Que espécie de animal nós somos? Nos auto-denominamos Seres Humanos, racionais. Classificamos as outras classes como inferiores, pois, segundo nossa "observação", eles não raciocinam, são adestráveis e incapazes de se comunicar.
Será que é mesmo assim, ou será que eles possuem as suas próprias qualidades e, nós, dentro da nossa enorme prepotência, achamos que as únicas qualidades importantes são as Humanas.
Me pergunto todas as vezes que ligo a televisão ou que leio um jornal se realmente somos seres racionais? Se nós tb não somos completamente adestráveis? E, pior ainda,tendo uma capacidade de comunicação ilimitada, temos uma grande dificuldade de manter uma comunicação sincera, limpa e aberta.
Olhem o que a televisão faz com as pessoas (consumidores). Comercial, o volume da transmissão aumenta sozinho, vende-se tudo, desde brinquedos até plano funerário. As crianças ficam fascinadas vendo os brinquedos se movendo na tela, fazendo coisas impensadas de serem feitas na vida real, ou então, os produtos de beleza que transformam a Fera na Bela. Este "adestramento" continua durante as novelas, filmes, programas de auditório, programas esportivos e, inclusive, em alguns tele-jornais. As marcas são expostas de tal forma que sejam bem identificadas pela assistência, criando modas e formas de comportamentos.
O consumismo que é ensinado de forma direta e indireta consome nosso Racionalismo. Para garantirmos o dinheiro que necessitamos para fazer parte do grupo da Hora, nos escravizamos ao trabalho, quando podemos. Aqueles que não podem ou não querem procuram outras formas de se manter na Onda.
Roubar, matar, não ter escrúpulos, tudo isso faz parte da rotina diária da televisão. Programas que se dizem jornalísticos mostram cenas estúpidas as 24 horas do dia na tv, novelas ensinam como ganhar dinheiro sem esforço (trabalho), a roubalheira e a sacanagem fazem parte da programação comum. Como o poder das imagens é muito maior do que imaginamos, elas ficam gravadas em nós. Este comportamento "adquirido" se torna comum.
Quando acontecem os grandes casos de comoção geral, as pessoas ficam perplexas e não sabem por que isso acontece, mas daqui a algum tempo já estão vendo a novela, o BBB, e outros tantos programas "educativos" da nossa televisão.

Bjs e abraços
Mta paz e luz sempre
Carlos Eduardo

Porto Alegre, 24 de março de 2009

Divagações Perdidas 2

Limitações
Será que alguém se preocupa com o fato de sermos tão limitados, mesmo quando temos todo o poder necessário para realizar o que quisermos?
Entendo que as limitações começam exatamente no momento em que se descobre que uma mulher está grávida. Neste instante, o novo ser que está se formando, já recebe as primeiras cargas de projeções: "Vai ser um(a) menino(a).", "se for menino, vais ser jogador de futebol (médico, advogado,...)." ou " se for menina, ela será modelo (miss, empresária).
Logo que nascemos viramos: "O(a) queridinho(a) do papai", "O(a) lindinho(a) da mamãe", "coisinha fofa do vovô(ó)", e por aí vai. Sem esquecermos que nosso corpo nunca é nosso, pois: "é a cara do papai (mamãe)", "os pézinhos são da vovó(ô)", "o furinho no queixo é da família tal",...
Aprendemos a engatinhar e lá vai: vem pro papai; não coloca isso na boca; cuidado com a mesa; não mexe na decoração da mamãe. Neste momento, o não vira a palavra que mais se ouve, sempre acompanhado pelo verbo fazer. Como o fazer é o verbo da ação pode significar muitas coisas(tocar, mexer, se aproximar), passamos a ficar sem ação, pois normalmente nos é dito para "não fazer".
Percebo que criamos aquilo que eu chamo de Mantra Limitador, pois simplesmente os "adultos" nos ditam o que devemos fazer e nos impedem de fazer aquilo que queremos (descobrir o Universo ao nosso redor).
Junto desta fase, onde aprendemos a nos locomover, vem a fase da dicção, quando aprendemos a nos comunicar. E mais uma vez nos dizem o que devemos falar: "fala papai/mamãe", "chama o vovô/vovó". A medida que vamos aprendendo as primeiras palavras, viramos motivo de piada, pois não temos total domínio da nossa dicção e falamos muitas coisas de forma incorreta.
O tempo passa mais um pouco, e estamos sendo mandados para a creche ou escolinha. Desta fase até sairmos para a faculdade as coisas ficam piores, pois aí somos tratados como se estivéssemos numa linha de montagem. Todos recebem a mesma atenção, o aprendizado é feito de conteúdos, que até hoje eu não entendo por que, não se adaptam aos alunos, bem pelo contrário, os alunos que tem que se adaptar as matérias.
Deixamos de lado as características de cada indivíduo, automatizamos o ensino. Ao invés de estimular os dons naturais de cada ser, podamos eles, desligando a criança da sua essência, limitando suas opções.
Quando muitos chegam na adolescência, começam a surgir os problemas. Mas aí a culpa é da criança. É muito comum se ouvir os pais dizerem sobre seus "filhos problemas": não sei pq ele é assim, demos tudo o que queria, foi criado com muito carinho... e não conseguem perceber que realmente fizeram tudo isso, deram uma baba (avó, avô, computador, televisão, videogame), pagaram para outros darem carinho, não permitiram que a criança se auto-conhecesse...

Palavras

Palavras
Muitas palavras às vezes dizem quase nada, ao mesmo tempo em que poucas palavras podem conter o Universo.
Existem palavras que são ditas e escritas,
assim como existem palavras que são mudas,
estas são expressas pelos gestos e olhares.

Divagações Perdidas (antigas)

Estava ouvindo música, lendo meus mails e organizando meu pc. Ouço um grupo chamado Sin Fronteras, o cd Meditación Instrumental 5. Eles fazem uma mistura da música andina com a dos índios norte-americanos e um pouco de música celta também.
Sempre que ouço algum dos cds deles parece que os ritmos me levam a lugares bem diferentes. A batida dos tambores, o sibilar das flautas, a melodia suave, cheia de sentimentos, de harmonia, fazem com que meu Ser entre na mesma sintonia. A leveza dos sons, misturada a sincronização do pulsar do coração com as batidas dos tambores criam um clima de paz, que envolve o ambiente.
As artes sempre foram o meio mais usado para se gerar este tipo de sensação. Pode ser num poema ou poesia, pode ser uma pintura, uma música ou uma dança. Qualquer forma de expressão artística tem o poder de impressionar o público atingido. A energia colocada na feitura impregna a obra final, criando uma aura que se expande e envolve que tiver acesso a ela.
Assim como tudo no Planeta, existe o lado ruim das artes, que nos deixa vulneráveis, deprimidos. A luxúria e ganância também se manifestam através dela, fazendo com que muitas esquisitices sejam consideradas arte moderna. A exposição exagerada do corpo, letras que desafiam a inteligência, uso de animais morrendo como expressão artística entre outras coisas também são vistas. E assim como as formas mais "suaves" da arte, também trazem consigo um padrão vibratório. Assim como a harmonia e leveza nos deixa mais soltos, os contrastes gritantes, a falta de critérios, a imoralidade e o ridículo nos deixam pesados, como se fossem uma ancora amarrada em nossos tornozelos.
A vibração que acabamos assimilando tem influência direta sobre a nossa própria vibração. O efeito é semelhante ao das cordas de um violão. Se tocarmos apenas uma das cordas, as outras também vão vibrar. As cordas que não foram tocadas acabam sendo influenciadas pela vibração da corda tocada.
Temos como comprovar isso em diferentes oportunidades da nossa vida. Como nos sentimos quando estamos na caixa do supermercado, numa fila quilométrica? ou então no banco? melhor ainda, um engarrafamento, num dia de 40 graus? A tensão destas situações vai atingindo um por um dos envolvidos. Em maior ou menor intensidade, mas mesmo assim atua. Agora lembremos como é estar na beira de uma praia, curtindo o barulho das ondas, o vento, o cheiro salgado do ar? Talvez uma cachoeira linda, rodeada de muitas árvores, pássaros e animais diversos? Quem sabe uma trilha, ou rafting? Nem preciso dizer o que estes lugares nos transmitem, acho que todos sabem.
Uma das grandes vantagens que temos sobre as cordas dos violões é que nós podemos nos movimentar e ir procurar locais onde as vibrações sejam mais harmoniosas, que nos deixem mais leves.
Bjs no coração de todos.
Mta paz, luz e harmonia.
Carlos Eduardo
Porto Alegre, 11 de julho de 2008

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Divagando sobre os níveis de consciência

Os três níveis da consciência: Camelo, Leão e Criança. O camelo é sonolento, entediado, satisfeito consigo mesmo. Vive iludido julgando-se o cume de uma montanha, mas, na verdade, preocupa-se tanto com a opinião dos outros que quase não tem energia própria. Emergindo do camelo, aparece o leão. Quando nos damos conta de que temos estado abrindo mão da oportunidade de viver realmente a vida, passamos a dizer "não" às demandas dos outros. Nós nos apartamos da multidão, solitários e orgulhosos, rugindo a nossa verdade. A coisa, porém, não acaba por aí. Finalmente, emerge a criança, nem submissa nem rebelde, mas inocente e espontânea, fiel ao seu próprio ser. ( adaptado de Friedrich Nietzsche - Assim falou Zarathustra)

Ao ler este pensamento, me indaguei em qual dos três níveis me encontro. E cheguei a uma conclusão. Sou uma "criança cameleão".
Tenho momentos onde me importo com a opinião dos outros, acabo esgotando minha energia tentando Ser o que esperam de mim. Em outros, me isolo da multidão, fico rugindo as minhas verdades, fazendo da solidão a minha melhor companheira. E também consigo ser inocente e espontâneo, principalmente quando em contato com a natureza ou as crianças. Me dispo das máscaras, conceitos e pré-conceitos. Simplesmente deixo que meu Ser venha a tona, se liberte.
Nestes momentos simples, Sou, ao invés de tentar ser. Deixo a energia fluir e tomar conta de mim.
Infelizmente, o estado de Criança é o mais complicado de se manter. O meio que nos envolve acaba sufocando este nível, por medo de nos deixar livre, de que ultrapassemos as barreiras impostas pelos costumes.
Lembrei também das diversas classificações que já fizeram sobre quem sou. Já me chamaram de manipulador, prepotente, sábio, iluminado, frio, calculista, sentimental, sensível, utópico, realista, entre tantos outros adjetivos. Fiquei com isso tudo procurando o verdadeiro Carlos, baseado na verdade dos outros. Para cada pessoa e situação, sou um Carlos diferente. A mesma pessoa pode me achar iluminado e prepotente, de acordo com aquilo que ela espera receber.
Já me preocupei muito mais com a imagem que fazem de mim. Hoje entendi que independe da minha vontade a forma como vão me enxergar. Que esta visão está muito mais baseada nas vivências e no querer do outro, do que em quem eu realmente sou.
As ilusões e desilusões de cada um formam a imagem que querem ter de mim. Assim, para alguns sou um anjo, que se transforma num demônio, no exato momento que não realizo os desejos e interesses que lhes convém.
Como o "cameleão" que sou, cheguei a me classificar como esquizofrênico, devido ao julgamento das minhas diferentes personalidades percebidas pelos outros e, depois, me fechava completamente, procurando encontrar a minha verdade, que seria logo colocada para fora, de forma muitas vezes agressiva, tentando provar que era o único que sabia das coisas. Criei várias vezes o meu próprio Tribunal da Inquisição, onde julgava e condenava as bruxas, queimando elas e seus conceitos, de forma impiedosa.
Aos poucos fui adquirindo a visão de que não existe uma verdade. Que as verdades são fruto do ponto de vista de cada observador e, que, como tal, são os dois lados de uma mesma moeda.
A criança começava a ser gerada, lentamente. A opinião dos outros, assim como a minha própria opinião, foram deixando de importar. Meu Ser já não queria mais convencer ninguém e também não se importava com a tentativa dos outros em me convencer. Os conflitos externos, egocêntricos, foram dando espaço a paz de espírito. A aceitação da forma de ser de cada um, me permitia Ser eu mesmo, mesmo que isso acabasse atingindo algumas pessoas.
Já não procuro mais impor a minha verdade, mesmo que em alguns momentos ainda faça isso, pois como disse antes, o processo de gestação da criança é lento.
Deixo que o Pai/Mãe (Universo/Terra) se encarreguem de prover os nutrientes necessários ao desenvolvimento do embrião, procurando assimilar o máximo que me é proporcionado por eles. Permitindo que cada momento seja vivido como uma forma diferente de alimento, mais picantes ou mais frugais, de fácil ou difícil absorção, mas todos cumprindo o seu papel dentro do processo de crescimento deste feto que hoje Sou.


Tenham sempre muita luz, paz, harmonia e Amor.

Carlos Eduardo
Porto Alegre, 25 de outubro de 2010.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Divagando sobre o medo

As vezes me pergunto como uma palavra tão pequena consegue ter um poder tão grande.
O medo em alguns casos pode ser mais forte que o Amor. Sempre lembro da figura do elefante pulando numa perna só ao avistar um ratinho aos seus pés.
Quantas portas se fecham simplesmente pelo medo que temos do desconhecido? E, o pior de tudo, é que, desde tempos antigos, ele sempre foi usado como uma arma para manipular as massas, para que um determinado grupo exercesse o domínio sobre os demais.
Por ser ele um sentimento, muitas vezes não conseguimos perceber a sua verdadeira face, até porque normalmente ele se apresenta usando as mais variadas máscaras.
Quando estava aqui encaixando as palavras para começar esta divagação, o assunto que eu pensava era outro e, a medida que ia conectando as idéias, percebi que estava enraizado na questão do medo. Ia escrever sobre a obesidade, os motivos que levam algumas pessoas a criarem uma redoma de gordura ao redor de seu corpo.
Alguns vão me dizer que tem problema endócrino, mas este problema não é a causa e sim um dos efeitos. O desequilíbrio hormonal também é provocado pelo medo. Esta capa serve para nos proteger dos outros, mesmo quando o nosso único inimigo reside no nosso interior. Inconscientemente, acreditamos que carregando este peso extra, estamos afastando as pessoas de nós, nos protegendo do sofrimento que elas podem nos causar. Compramos a idéia que um corpo "feio" vai repelir os outros e, assim, protegemos a nossa dificuldade de nos relacionar. Outro motivo é a falta de aceitação de quem somos, a baixa auto-estima, além da ansiedade gerada pelos nossos conflitos internos. Como não gostamos de nós mesmos, usamos a gordura para criar a imagem de um "monstro", de alguém que não merece receber nada de bom.
Por eu ser extremamente observador, até de mais eu diria, vejo que existe um outro grande medo em algumas pessoas. E este é muito complexo. Percebo que ele se manifesta principalmente nas mulheres. Digo que ele é complexo pois assim como elas tem medo, também acabam usando o motivo que lhes causa medo como uma forma de seduzir.
Quem nunca viu uma mulher extremamente atraente, com um corpo bonito, se queixar que os homens só a enxergam como um objeto? E quem nunca viu esta mesma mulher que reclama disso se tratar como um objeto, provocando com seus decotes, roupas coladas, vestidinhos, etc...? Elas vendem uma imagem, mas não querem ser vista daquela forma.
Esta forma de medo é bem interessante. Pois elas mesmas provocam o seu medo. Querem ser valorizadas pelo seu interior, mas a primeira coisa que preferem apresentar é o exterior. E num mundo onde as pessoas preferem viver na superficialidade, fica complicado de se ir mais a fundo.
Espero que entendam que não digo que as pessoas bonitas tenham que usar uma burka, mas sim que quando queremos ser valorizados por um aspecto, precisamos nos destacar neste aspecto e, não, procurar destacar exatamente o aspecto oposto.
Poderia aqui falar de uma terceira forma de medo, que também está ligada a estas outras duas que citei acima. Este medo atinge diretamente o Coração. Conheço muitas pessoas que tem medo de se relacionar com outras, pura e simplesmente porque num determinado momento tiveram um relacionamento que as machucou. Isso faz com que elas tenham medo de que isso aconteça novamente.
Algumas vezes é fácil identificar esta última forma de medo. A pessoa quando conversa com alguém que a faz sentir este medo usa constantemente algumas palavras que lhe entregam. Uma destas palavras é o "amigo(a)". É a forma encontrada pela pessoa para tentar se convencer que o outro não mexe com os sentimentos dela, uma tentativa de fugir daquilo que se passa no seu Interior e, também, de criar um limite de aproximação para o outro.
Nossa, depois de tudo isso que escrevi, fiquei com medo de publicar no meu blog....rsrsrsrsrsrsrsrsrs

Tenham sempre muita luz, paz, Amor e harmonia (e afastem o medo de seus Corações)
Carlos Eduardo

Porto Alegre, 21 de outubro de 2010.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Outra divagação sobre o tempo

“Quando olhamos para trás, cada momento que passou deixa uma leve queimação, uma tênue cicatriz. A isso chamamos Tempo. Uma invenção dos homens.” Marie Jaoul de Ponchevile (Molom – O Xamã e o Menino)

Muitas das frases neste livro me fizeram refletir. Mas esta eu achei extremamente significativa.
Nosso passado deixou diversas marcas, na verdade, todos os momentos da nossa vida ficam gravados no nosso Interior. Algumas destas marcas são percebidas facilmente, se manifestando diretamente na nossa forma de ser e de reagir a Vida. Outras, ficam quase escondidas, como um borrão num cantinho da página.
Normalmente é mais fácil percebermos aquilo que ficou gravado nos momentos de dificuldade, as cicatrizes mais profundas. Isso se deve ao fato de darmos mais valor as coisas negativas do que as positivas. Quando conhecemos alguém, acabamos olhando mais facilmente os "defeitos" do outro, ao invés de suas qualidades.
Quando existe a separação entre um casal, o mais complicado é lembrarmos das boas coisas deste relacionamento, em compensação, as mágoas e problemas ficam estampadas de forma escancarada.
Por várias vezes já fui procurar no passado motivos para justificar quem eu sou. Reviro esta bagagem emocional em busca de algumas resposta e, não me dou conta que a resposta está bem a vista, não no passado, mas sim no presente, no fato de eu "querer" carregar comigo aquilo que já foi. Este fardo pesado acaba transformando o presente em algo escravizante, como se os grilhões do passado estivessem amarrados nos meus tornozelos, me impedindo de avançar livremente.
As diferentes lembranças, quer sejam boas ou ruins, são exatamente isso, lembranças. Já deixaram de ser um fato, não mais existem.
Acho que é por isso que algumas tradições pregam com tanta veemência que só existe um momento na nossa, o Presente. Somente neste exato momento podemos Ser, nos outros nós já fomos e ou então seremos. Se seremos, não devemos pensar nisso, pois até chegar o momento em que seremos, muitas novas cicatrizes já farão parte da nossa personalidade, podendo modificar a projeção do que planejamos que queremos Ser ali adiante.
Já ouvi muita gente dizendo que é assim ou assado, sem se darem conta que não são, mas sim que estavam de uma ou outra forma. O budismo chama a isso de "impermanência", ou seja, é algo que não é permanente, fixo.
Somos seres mutantes, bipolares. A passagem por cada um dos extremos varia de intensidade e de duração, mas, mesmo assim, todos passamos pelos momentos de altos e baixos. Somos algozes e vítimas, réu e juiz, carcereiros e prisioneiros. Nunca esquecendo que cada um vivencia estes diferentes personagens em graus distintos uns dos outros.
Quando realmente conseguimos viver o Presente, o atual momento, abrimos mão destes papéis. Aproveitamos o instante de forma plena, sem nos preocupar com os julgamentos, recriminações ou com o que possa vir a acontecer ali na frente. Apenas nos entregamos plenamente ao que estamos fazendo, dando o nosso melhor, independente de qualquer outra coisa.
Apesar de ser ainda um tanto quanto complicado de viver desta forma, tenho procurado praticar, sabendo que somente a prática pode levar a perfeição.

Tenham muita luz, paz, Amor e harmonia sempre.
Carlos Eduardo

Porto Alegre, 20 de outubro de 2010.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Pequena divagação sobre o tempo

Ontem tive uma experiência que me deixou extremamente gratificado.
Passava por um terreno abandonado, onde já passei diversas vezes e só o que via crescer ali era mato. Mas ontem, me deliciei, pois quando olhei para ele, o chão estava coberto por flores amarelas. Acho que nem em canteiros cuidados diariamente eu tinha visto tantas flores assim.
Parei perplexo para admirar a beleza daquela visão. Neste momento percebi como perdemos o nosso tempo com coisas fúteis e deixamos de desfrutar das belezas que a natureza nos oferece.
Ocupamos nosso tempo com trabalho, preocupações, lamentações, doenças, novelas, tragédias, e toda forma de distrações que possamos imaginar. Mas quando se trata em usar o tempo para curtir as belezas da vida, para brincar com as crianças ou simplesmente para olhar para o céu, achamos que isso é uma perda de tempo.
Se nos preocupássemos menos em ter e vivêssemos mais para Ser, perceberíamos que invertemos completamente as nossas prioridades. Aprenderíamos a valorizar mais a simplicidade da vida e usaríamos o nosso tempo de uma forma muito mais produtiva.

Tenham sempre muita luz, paz, harmonia e Amor.
Carlos Eduardo

Porto Alegre, 19 de outubro de 2010

domingo, 10 de outubro de 2010

Divagando pelo dia das crianças

Pois é gente, mais uma daquelas datas consideradas especiais está se aproximando, só espero que não achem que estou falando do segundo turno das eleições...rsrsrs
Dia das Crianças, dia de Nossa Senhora Aparecida e, também é o dia em que uma das pessoas mais especiais da minha vida faz aniversário, minha mãe.
Creio que a maioria conhece a minha opinião sobre estas datas, sobre o que penso da exploração comercial que acontece nestas épocas e, também, sobre eu achar que todos os dias e datas são especiais e merecem ser vividos em sua plenitude.
Todos somos crianças ainda, independente da idade que temos no momento. Ainda estamos aprendendo a caminhar, a nos equilibrar sobre as pernas de nossos sentimentos e emoções.
Brincamos de ser gente grande. Brincamos com este Mundo imaginário, cheio de necessidades materiais e deveres sociais. Brincamos de ser responsáveis.
Da mesma forma que brincamos de tudo isso, estamos sempre aprendendo o bê-a-bá da vida, no jardim da infância colorido e diversificado chamado Planeta Terra.
Algumas pessoas, entre elas eu, gostam de brincar com as palavras, outros preferem brincar de esconde-esconde (muitos se escondem de si mesmos), e para cada brincadeira que imaginarmos, sempre haverá uma criança grande para fazer uso dela.
Quem nunca brincou de ter uma profissão? Mecânico, médico, engenheiro, psicólogo... Passamos uma boa parte do nosso tempo brincando, mesmo que em muitos momentos a brincadeira seja por demais chata.
Infelizmente, uma das brincadeiras mais praticadas pelas crianças adultas é o faz de conta. Fazemos de conta que gostamos de política, que precisamos nos distrair vendo o noticiário da tv, que as pessoas perderam a inocência, que o Mundo vive uma enorme crise ética, fazemos de conta que nos vestir com roupas de grife nos torna melhores, que termos o carro mais caro, ou uma casa enorme são coisas que nos trazem felicidade, brincamos de fazer de conta que o sentimento dos outros é supérfluo ou, pior ainda, é mais um dos "nossos" brinquedos.
Ainda lembro dos carrinhos que fazia de lata de azeite, das bolas improvisadas com papel e fita adesiva, ou então com meias. Não que eu não tivesse brinquedos comprados em lojas, mas porque era uma forma de dar vazão a criatividade inerente a toda criança.
Procuro até hoje fazer castelos de areia, sentar no chão, brincar na água. Ainda tem dias que nem lembro de lavar as mãos somente pela vontade de me grudar numa fatia de bolo(no meu tempo de criança isso era considerado vitamina,a famosa vitamina "S", da sujeira, que nos ajudaria a criar anticorpos naturais) ou outra guloseima qualquer.
As gurias dificilmente passaram por uma experiência que nós, guris, passamos. Quando brincávamos de jogar futebol, o dono da bola era sempre o mais importante, pois se a vontade dele fosse contrariada, ele simplesmente recolhia a bola e acabava o jogo. E quantas vezes brincamos assim, até hoje, na nossa vida diária? Quantas vezes temos que simplesmente aceitar o que o chefe, o patrão, ou nossos colegas dizem e fazem para que não termine o nosso jogo? A mesma coisa acontece com casamentos, namoros e relacionamentos diversos.
Tem alguns dias que me esqueço que cresci (tudo bem, faltou um pouquinho de fermento na minha massa...rsrsr) e, ao andar na rua, vendo um pé de ameixa, de pitanga ou de amoras carregado, simplesmente ataco, sem me preocupar com o que os outros vão pensar.
Lembro de muitas vezes em que eu caia, me machucava, esfolava todo, mas mesmo assim, não parava para me preocupar com a dor, simplesmente passava a mão pelos lanhados para dar uma limpada e voltava a brincar. E hoje vejo que muitas vezes caio, e fico ali estatelado no chão, preocupado com a dor, me sentindo sem forças para levantar e continuar a brincadeira.
É, algumas das coisas da infância se perderam no caminho, tais como a inocência, a vontade de superar obstáculos, de conhecer coisas novas, a coragem e a falta de conceitos pré-estabelecidos, mas uma coisa continua sempre bem viva, que é o poder de criar diferentes realidades dentro de cada um de nós.
Que a criança interior de cada um de nós permita que criemos um mundo de igualdades, cheio de alegria, pureza e harmonia.
Muitos beijos com gostinho de jujabas e abraços cobertos de barro....rsrsr
Tenham sempre muita luz, paz, harmonia e Amor.

Carlos Eduardo
Porto Alegre, 10 de outubro de 2010.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Divagando sobre a humanização de Deus e a deidificação de Homens

Vejam como a vida tem muitas coisas para nos ensinar.
Estava no banho. Da mesma forma que a água caia sobre mim, mas sem permanecer parada, minha mente girava num turbilhão de pensamentos, sem que estes ficassem ali alojados por muito tempo.
Depois de pronto, venho ler meus e-mails e me deparo com um que tem ligação direta com muitos dos pensamentos que fervilhavam.
Este e-mail é de um grupo ecológico, entitulado A Vingança da Mãe Natureza. Nele, é feita a apresentação das variadas catástrofes ambientais que tem se abatido sobre o Planeta.
Pela minha cabeça desfilaram várias das leituras que já fiz, onde em muitas delas acabamos humanizando Deus e deidificando Homens.
Quando falamos na vingança da natureza, estamos dizendo que Deus está se vingando de nós. Transformamos Ele em uma pessoa vingativa, malvada e sem nenhum Amor por sua criação.
Também fazemos isso quando perguntamos para Ele por que determinada "tragédia" se abateu sobre nós. Como quando descobrimos uma doença grave ou, então, quando perdemos alguém querido.
Esta humanização de Deus se dá também dentro de muitas religiões e também pode ser verificada em diferentes tetos mitológicos.
Quando os seguidores de determinada crença conclamam seus pares para uma Guerra Santa, estão dizendo que Deus quer que matemos aqueles que discordam da nossa posição. Da mesma forma acontece quando é dito que aqueles que não forem puros vão para o Inferno e de lá nunca sairão, sendo condenados eternamente aos tormentos.
Muitas civilizações antigas praticavam a oferenda de vidas humanas como forma de aplacar a fúria dos deuses ou para garantirem uma boa colheita, sinalizando que os deuses eram mercenários que só aceitavam sangue como pagamento.
Já em contrapartida, criamos figuras santas de Homens que foram extremamente iluminados.
Analisando friamente muitas das religiões e crenças existentes, verificamos que para torná-las Superiores se dividiu uma mesma pessoa em duas. Sendo uma delas a humana e a outra a mítica. Falando de forma mais direta, basta que olhemos para a figura de Jesus Cristo. Um homem simples, cercado de muitos fatos mágicos. A mãe foi inseminada pelo Espírito Santo. A imagem "vendida" Dele é de um homem branco, de olhos e cabelos claros, contradizendo completamente as características físicas do restante da população da região .
Da mesma forma criaram a figura de Buda. Um humano que chegou a iluminação e deixou de ser humano.
E assim veremos outras pessoas que foram elevadas a um patamar onde elas mesmas nunca se colocaram. Até porque a principal característica destes sempre foi a humildade.
Estes Seres deixaram muitas mensagens e lições, sendo que eu creio que as mais importantes são: viva com Amor e todos somos irmãos.
Mesmo que não sejam ensinamentos fáceis de praticar, tenho procurado exercitá-los, para que assim eles se tornem algo rotineiro na minha vida.

Muita paz, luz, saúde e Harmonia sempre.
Carlos Eduardo

Porto Alegre, 27 de setembro de 2010.

Divagando sobre a felicidade

Fico impressionado com o Poder enorme que outorgamos aos outros.
Já perdi as contas de quantas vezes me disseram que eu sou o motivo para que alguém sofra, ou que, ao contrário, faço com que a pessoa consiga ser feliz.
Também já coloquei este mesmo Poder nas mãos dos outros e, não só na mão de outros, como também nas coisas.
Sei que em termos de pessoas, a coisa é mais complicada. Que realmente existem pessoas que trazem tanta luz ao nosso caminho, nos dando mais forças para seguir em frente, assim como também existem aqueles que são verdadeiros vampiros, sugando toda a nossa energia e nos colocando para baixo. Mas, estas situações só acontecem porque nós mesmos permitimos isso.
Quando colocamos no exterior a responsabilidade pelas nossas emoções e sentimentos, abrimos mão de controlar a nossa própria vida.
Ficamos projetando o nosso bem estar como sendo algo que somos incapazes de trabalhar e, com isso, procuramos no mundo exterior uma forma de fechar o buraco que trazemos dentro de nós mesmos.
Muita gente já me disse que não consegue viver sem ter um amor, que precisam de alguém do lado para lhes dar vida. Como se o outro fosse um balão de oxigênio, sem o qual não conseguem respirar.
Me lembro de quando era criança. Certa vez eu havia ganho do meu dindo um presente de Natal. Era um helicóptero preso por uma haste metálica a uma base. Tinha um bonequinho dentro de um barco. O objetivo o brinquedo era resgatar o bonequinho, usando o helicóptero.
Adorei o presente, fiquei muito feliz. Neste dia estávamos brincando eu e meus dois irmãos. Meu irmão do meio ficava pulando a cada volta que o helicóptero fazia. Só que num dos pulos ele errou e quebrou o meu brinquedo. Acho que este foi o primeiro momento da minha vida em que tive contato com a tristeza. Todos tentavam me consolar. Mas era impossível. Passei da extrema alegria a uma tristeza profunda em questão de pouquíssimas horas.
Nem sempre na nossa vida as sensações variam de forma tão rápida, podendo em alguns casos durar anos cada um dos extremos. Como minha felicidade estava ligada aquele brinquedo, ela teria um tempo limitado de duração. Ao analisar isso hoje, percebo que muitas vezes agi da mesma forma depois de adulto. Isso acontecia com relacionamentos, dinheiro, saúde e tudo que me cerca. Enquanto o brinquedo funcionava, eu era feliz. Quando ele quebrava, a tristeza assumia o controle, até que um novo brinquedo surgisse para me fazer feliz.
Tenho trabalhado bastante isso internamente. Procurado dentro de mim a felicidade, mesmo nos momentos de tristeza. Não é algo muito fácil, mas voltando a criança, também não era fácil começar a falar, caminhar, andar de bicicleta, ler ou escrever.
Aprendi algumas lições com isso. Entendi que a felicidade não está ligada ao que se tem ou a quem se tem (até por que não me considero dono de ninguém), mas sim a forma como assimilamos as diferentes experiências que vivemos.

Tenham muita luz, paz, harmonia e Amor sempre.
Carlos Eduardo

Porto Alegre, 27 de setembro de 2010.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Divagando de vivências com crianças

Tenho algumas paixões nesta vida. Dentre elas estão a necessidade de estar em contato com a natureza, a facilidade de lidar com as crianças e cozinhar.
Em um destes dias que podemos considerar como iluminados, consegui aliar duas destas paixões.
Estava sentado perto da beira do Guaíba, em Ipanema. Como sempre, acompanhado do meu chimarrão. Fazia uma tarde maravilhosa de primavera, uma temperatura extremamente agradável. Levei um livro junto.
Enquanto mateava , sentindo o pulsar do Guaiba, com pequenas marolas provocadas pela suave brisa que amenizava o calor do sol, deixava que a energia do Astro Rei envolvesse todo meu Ser. Mesmo com diversas pessoas me cercando, consegui me desligar do barulho ao redor. A sintonia entre o meu Eu e os ritmos da natureza criava uma realidade diferenciada, produzindo a utilização de todos os sentidos, para que, conforme diz o nome, possamos Sentir esta realidade. Ela pulsa e nós pulsamos com ela. Passamos a fazer parte da natureza e não de uma sociedade.
Quando entramos neste processo, abrimos uma conexão direta com o Todo, nos ligamos a Energia Básica. Ao entrarmos em equilíbrio com a energia elemental, sentimos uma enorme Paz, somos tomados por uma vibração extremamente sutil. O nosso Ego para de encher nossa mente com pensamentos e simplesmente contempla a beleza do momento.
Toda esta integração abre a porta para que momentos mágicos aconteçam.
Sinto uma presença ao meu lado. Ao olhar para o lado, tem um guri de 5 anos sentado do meu lado. Dou um sorriso para ele. Ele olha dentro dos meus olhos, sorri e me pergunta o que eu tava fazendo. Respondi que estava "conversando" com a natureza. Dentro da sua inocência disse que ele também conversava com a natureza, pedindo que todos na sua família ficassem bem.
Ele avistou uma lancha e falou que um dia ainda ia andar numa. Que adorava água e praia. Eu disse que eu também gostava e que por isso ia conversar com natureza na beira do Guaiba. Novamente ele me olha dentro do olho, e pergunta se eu tenho filho. Me espantei com a pergunta e respondi que ainda não.
Fomos interrompidos depois de uns 15 minutos, quando a mãe do guri percebe que ele não estava perto do banco em que ela estava. Quando chegou onde estavamos, uns 10 metros, perguntou ao piá o que ele estava fazendo, e que não era para ele ficar me incomodando. Ele olhou para ela e disse: - Estou conversando com o meu amigo. Aí eu disse para ela que ele não estava atrapalhando, que estávamos conversando.
Como toda mãe que se preocupa com o filho, ainda mais se este está com um estranho, quer saber sobre o que conversávamos. Ao que o guri diz que falávamos da natureza e da água. Espantada, ela quer saber mais. Se senta ao lado dele e ficamos conversando mais um pouco. Dei parabéns para ela por ter uma criança tão inteligente e pura. Ela me disse que realmente não acreditava no que tinha acontecido. Que o filho nunca tinha conversado com ninguém estranho. E que com ela, ele não falava aquelas coisas.
Nos despedimos.
Fiquei mais um tempo ali, ainda conectado na vibração do Todo. Extremamente gratificado pela presença daquele pequeno anjo, agradeci pela maravilhosa experiência, pelo aprendizado que aquele piá me transmitiu. A pureza e a luz emanadas por ele foram uma grande benção, que guardo com muito carinho no meu arquivo interior.

Tenham muita luz, paz, harmonia e Amor.

Carlos Eduardo
Porto Alegre, 23 de setembro de 2010.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Divagando sobre experiências2

Estava relembrando de coisas do passado. De algumas experiências que já tive.
Lembro de uma noite em que chovia muito aqui em Porto Alegre. Eu morava sozinho na casa onde eu passei quase toda a minha vida.
Me preparava para ir deitar. Já estava no quarto, ouvindo música e lendo. Daqui a pouco a campainha começa a tocar, insistentemente.
Levantei e fui até a porta da frente para ver quem estava tocando. Para minha surpresa, não havia ninguém, mas a campainha não parava. Acreditando que poderia ser um curto por causa de alguma goteira, peguei uma escada e cortei os fios que ligam a campainha. Como ela parou de tocar, achei que o problema estava parcialmente resolvido.
Voltei para o quarto e retomei a minha leitura. Para meu espanto total, passados alguns minutos, a campainha voltou a se manifestar e, junto com o seu toque, senti um calafrio que subia da base da coluna até a região do pescoço. Na parte traseira do meu pescoço sentia como se houvesse um formigueiro enorme, com todas as formigas me mordiscando ao mesmo tempo.
Fechei o livro, desliguei o som, e comecei a conversar com meu Anjo da Guarda e outros Amigos Lá de Cima. Aos poucos a sensação pesada foi se dissipando, bem como a campainha silenciou. Agradeci aos Irmãos que vieram me prestar socorro e acabei adormecendo.
Em uma outra ocasião, numa virada de ano, eu estava acompanhado por uma ex-namorada. Estávamos indo da parte dos fundos da casa para a parte da frente. Exatamente no mesmo corredor onde fica a tal campainha aconteceu mais uma coisa estranha. As luzes estavam desligadas e eu de brincadeira disse: - Estou com medo do escuro. Foi eu terminar a frase e a luz do corredor se ligou.
Ela me olhou e perguntou se eu tinha ligado a luz, mas era impossível, pois nos encontrávamos exatamente no meio do corredor, onde não existia nenhum interruptor.
Recordo também de estar assistindo um documentário sobre civilizações antigas na TV. De repente simplesmente a TV se desligou. Achei que tinha dado alguma queda de luz, com isso peguei o controle remoto e tentei religar, só que não dava nem sinal. Me levantei e fui ver o que poderia estar errado. Ao olhar para a tomada, veio a surpresa. Simplesmente o fio da TV estava desconectado da tomada. Chamei mais uma vez meus Amigos, conversei com eles e procurei terminar de assistir o documentário, o que foi quase impossível pois a esta altura meus pensamentos procuravam entender o que aconteceu.
Assim como aconteceu com a TV, aconteceu algumas vezes com o meu aparelho de som algo semelhante. Só que no caso do som, simplesmente ele se desligava, normalmente quando eu ouvia alguns cds de meditação. Mas também aconteceu uma vez de ter faltado luz em toda a casa e somente o som ficar ligado, tocando um destes cds.
Tem uma outra experiência que não ocorreu na minha casa. Um grupo de amigos se reuniu num barzinho em Ipanema. Eu estava sentado ao lado de uma grande amiga, com a qual várias vezes conversei sobre assuntos ligados a espiritualidade. Conversávamos bem tranquilos quando ouvimos um espirro vindo de trás de onde estávamos sentados. Os dois olhamos para ver quem era. Só que não havia ninguém ali. Nos olhamos e começamos a rir. Ninguém na mesa entendeu nada, mas preferimos não comentar o que acontecera.
É interessante eu ter me lembrado destes acontecimentos exatamente no momento em que estou organizando as minhas coisas para mais uma mudança.
Sou grato por ter passado por algumas destas experiências com outras pessoas. Pois assim não fico pensando que é tudo coisa da minha imaginação fértil.

Tenham muita luz, paz, harmonia e Amor sempre.

Carlos Eduardo
Porto Alegre, 20 de setembro de 2010.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Divagando sobre minhas experiências de vida

Estava aqui relembrando fatos passados.
Passei por uma experiência bastante interessante a aproximadamente 10 anos.
Nesta época eu participava de um grupo que realiza trabalhos voluntários dentro de algumas instituições psiquiátricas e também numa casa prisional.
O primeiro contato que tive com este trabalho aconteceu dentro do Hospital Psiquiátrico São Pedro.
Por ser feito dentro de instituições, uma das regras é que não podíamos entrar sozinhos nas instituições. Deveríamos esperar que todos os integrantes do grupo estivessem no local para podermos ingressar.
Cheguei no São Pedro no horário marcado. Fiquei no portão esperando pelo restante do grupo. Como já faziam 15 minutos e não tinha sinal dos outros, me dirigi a portaria para saber se eles já estavam por lá. O guarda me informou que estavam lá dentro e que era para eu entrar. Achei estranho, mas entrei mesmo assim.
Por ser a minha primeira visita, estava mais perdido que cego em tiroteio. Havia perguntado em qual dos prédios era o trabalho e o segurança me disse que seria no primeiro prédio.
Como ainda não conhecia o São Pedro, que diga-se de passagem é muito lindo por dentro, fui caminhando lentamente, procurando "sentir" o ambiente.
Ao chegar na porta do prédio, vem a segunda surpresa do dia. Não havia nenhum sinal de vida.
Entrei no edifício. Era um longo corredor, sem iluminação. A única claridade que percebia vinha das portas das diferentes salas e, mesmo assim, eram apenas vestigios da luz do dia que entrava pelas janelas de cada compartimento.
Continuei avançando pelo corredor, ao mesmo tempo em que sentia odores fortes de urina e fezes, que se misturavam a penumbra, também sentia uma Energia extremamente leve me envolvendo. Ao passar pelas duas primeiras salas, que ficam de frente uma da outra, levei um choque. Ambas estavam completamente vazias, sem nenhuma mobilia. Segui adiante e a cena se repetia a cada sala que eu passava. No final do corredor havia uma escadaria que dava acesso ao segundo andar do prédio. Respirei fundo, conversei com meu anjo da guarda e subi os lances de degraus.
O visual no andar superior era praticamente o mesmo do térreo. Outro longo corredor, sem luz.
A esta altura, já sabia que a informação de que o trabalho que realizaríamos no São Pedro não se daria neste prédio, mas a curiosidade me fazia percorrer este andar por completo.
Ao adentrar no corredor, uma sensação muito estranha se apossou de mim. Senti minha espinha se arrepiar completamente. Cada passo que eu dava, fazia com que eu fosse sendo tragado pela escuridão. Parecia que as paredes se movimentavam, de forma parecida ao movimento realizado pelo nosso estômago quando recebe alimento. Continuei em frente, como se estivesse sendo empurrado para o fim do corredor. Passava pelos conjuntos de salas e todas eram iguais, sem móveis e sem nenhuma forma de vida.
Quando estava defronte ao último par de salas, me deparei com uma cena que me chocou tremendamente. Numa das salas estavam 3 pessoas. Todos completamente nús. Um deles falava sem emitir um único ruído sequer. O segundo estava deitado no meio das fezes e urina, em posição fetal. Já o último dos integrantes deste grupo enrolava algo que me pareceu ser grama numa folha de jornal e tentava fazer um palheiro. Me detive na entrada desta sala por um tempo que nem eu mesmo consigo calcular. Podem ter sido segundos, mas parecia uma eternidade.
Quando consegui me virar para a outra porta, que estava atrás de mim, percebi que ali havia uma senhora. Usava um lençol como roupa. Ao me ver ela deu um sorriso e logo depois começou a chorar, freneticamente.
Os gritos dela me fizeram despertar. Recuei e me encaminhei para a escada. Apesar de ter feito todo o trajeto até a porta de entrada em questão de segundos, parecia que uma força tentava me prender dentro daquelas paredes.
Quando estava novamente ao ar livre, senti os raios do sol baterem na minha pele, o ar fresco da manhã enchia meus pulmões. Ao mesmo tempo, fui tomado de uma sensação de alívio. Pude ouvir claramente doces vozes me dizendo que estava tudo bem, que eu não pertencia aquele ambiente, mas que deveria fazer tudo ao meu alcance para ajudar aquelas pessoas que eram internadas naquele local. Me mostraram que muitos dos internos precisavam do carinho e da atenção que tínhamos a oferecer.
Acabei descobrindo onde seria realizado o nosso trabalho. Ao final do mesmo, fizemos uma reunião de avaliação e narrei tudo que me ocorreu.
Pude perceber as lágrimas que rolavam nos rostos do restante do grupo, que me agradecia por ter proporcionado a eles uma lição que ficaria para sempre gravada em suas memórias.

Tenham muita luz, paz, harmonia e Amor.
Carlos Eduardo

Porto Alegre, 14 de setembro de 2010.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Desconstruindo Palavras

Desilusão, preocupação e preconceito.
Pois é. Quantas vezes estas três palavras aparecem no cotidiano de cada um de nós?
A desilusão (des-ilusão) é algo que todo ser humano já passou pelo menos uma vez na vida. Quando separamos ela em duas partes, ou seja, separamos o des da ilusão, percebemos que ela só acontece porque insistimos em nos iludir. Criamos uma imagem de como a coisa (pessoas, empregos, fatos) deveriam ser e, como elas não se enquadram perfeitamente bem na nossa projeção (ilusão), acabamos nos iludindo. Posso citar uma série de exemplos. O político que durante a campanha vai nas vilas/favelas, come em restaurante de 1 real, pega crianças de rua no colo, promete que vai acabar com a fome, a miséria, a corrupção, entre tantos outros males que afligem o povo, só que depois de eleitos, este mesmo político acaba esquecendo das promessas (ilusões) que fez. Jamais volta a pisar numa favela, a não ser que seja para inaugurar alguma obra ou então para tentar a reeleição. Colocaria no mesmo rol as campanhas publicitárias, onde se vincula a imagem de um produto com o sucesso, se beberes tal cerveja vais ser melhor que os outros ou se comprares tal roupa, os homens ao ficar babando por ti. Encheria páginas e mais páginas dando exemplos de ilusões criadas, as quais, na grande maioria dos casos acaba se transformando, mais cedo ou mais tarde, em uma desilusão. Quem nunca se apaixonou por outra pessoa e criou um ser sobrenatural? E a medida que o relacionamento foi se desenrolando, se sentiu desiludido?
Só pode se desiludir quem se iludiu. E aqui queria chamar a atenção para um fato que muitos não se dão conta. Normalmente relacionamos a desilusão a uma coisa ruim, mas não necessariamente tinha que ser. Só que como estamos tão arraigados nos preconceitos, dizemos simplesmente que nos enganamos. Muitos já devem ter passado por esta situação, na qual vamos fazer alguma coisa que não queríamos e depois de feito percebemos que aquilo que fizemos era maravilhoso. Não pensamos que nos desiludimos por achar que aquilo era ruim e vimos que era algo bom, mas se analisarmos friamente, foi exatamente o que aconteceu, uma desilusão positiva.
Já que falei dos preconceitos(pré-conceitos) arraigados, vou aproveitar a deixa. Com quantos preconceitos é formada a nossa visão de Mundo? Quando somos crianças, vários conceitos estabelecidos pelos outros nos são transmitidos como sendo a Verdade Absoluta. Vejamos o caso da visão que existe em muitos países sobre o Brasil. Nós somos o país do carnaval, do futebol e da bunda (mulheres semi-nuas ou nuas, que só valorizam o seu corpo). Será que o Brasil realmente é só isso? Podemos pensar também numa das máximas sobre a política - político é tudo safado. Sei que a grande maioria é, mas não é justo colocarmos todos no mesmo saco.
Ao transmitirmos determinados valores as nossas crianças, estamos criando seres preconceituosos. Falo isso pois já passei por situações em que andava na rua, numa noite quente, de chinelo de dedo, bermuda e camiseta, no sentindo contrário vinha uma mulher (ou mais de uma) e a primeira reação dela(s) ao chegarem mais perto é abraçar a bolsa, com medo de serem roubadas, deixando bem claro que homem de chinelo de dedo, bermuda e camiseta é assaltante/ladrão (pré-conceito).
Muitas vezes estamos cheios destes preconceitos, mas se nos perguntam se somos preconceituosos, dizemos que não, inclusive tendo aqueles "brancos" que dizem que tem muitos amigos negros (quer mais preconceito do que isso?). Por falar nisso, lembrei de uma experiência que passei. Fui almoçar na casa da família de uma ex-namorada. A empregada depois que eu sai perguntou a vó desta ex se ela não achava ruim a guria namorar um negro? Detalhe, ela, a empregada, era negra.
Peço desculpa se não estou sendo politicamente correto, usando negro ao invés de afro-descendente, mas não me preocupo com este detalhe, por achar que ele só cria mais preconceito ainda.
E, por falar em preocupar...rsrsr Ou melhor, pré-ocupar.
Quem nunca se preocupou com algo na vida?
É o filho que sai a noite e a mãe fica acordada até ele voltar, pré-ocupada se ele vai chegar bem, se vai beber muito, com quem anda, onde anda, etc..
Quanto tempo perdemos nos preocupando com coisas? Sendo que normalmente estas preocupações são infundadas. Já sei, vão me dizer que da maneira como as coisas andam, precisamos nos pré-ocupar muito, com tudo. Será mesmo?
Vai adiantar eu perder noites e mais noites de sono, ruminando sobre os problemas ou sobre contas a pagar? Conheço casos em que esta pré-ocupação só piorou a situação, pois a descarga continua de energia tóxica liberada nestas situações enfraqueceu tanto a pessoa que ela adoeceu, perdeu o emprego e acabou, com isso, agravando mais ainda o problema.
Tudo bem, não fomos educados(adestrados) para entender que até mesmo as situações ruins são um aprendizado. Sempre tentaram nos mostrar que a vida é uma novela ou um conto de fadas. Nos transmitiram vários conceitos(pré-conceitos) e ilusões(que viraram des-ilusões), mas não precisamos passar o resto da nossa vida presos aquilo que nos foi dado de herança.

Tenham muita paz, luz, harmonia e Amor em suas vidas.
Carlos Eduardo
Porto Alegre, 10 de setembro de 2010.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Divagando sobre Eu mesmo

Me aconteceu algo muito interessante esta madrugada. Tive um sonho que está me fazendo entender muitas coisas da minha vida.
Prefiro não comentar sobre o sonho, mas sinto a necessidade de colocar para fora os insights que surgiram depois dele.
Estava tomando banho e comecei a lembrar de fatos do passado, coisas da minha infância, da adolescência e o início da minha fase adulta, é claro que com isso, abriu-se a porta que me deu acesso até o dia de hoje.
Com as lembranças, me veio a explicação do porque de eu ser tão crítico em relação aos costumes e hábitos.
Durante a infância, criei uma figura que se transformou num super-herói. Nesta fase praticamente todo ser humano tem uma figura humana que ele considera como o seu super-herói. No meu caso esta figura se apresentava no meu pai.
Já na adolescência, com alguns acontecimentos que me fizeram ficar extremamente triste, perdido e desamparado, precisei criar um outro personagem, só que neste caso, além de ser o roteirista,também assumi o papel de protagonista. Passei a ser o super-vilão. Aquele que tinha que combater o super-herói e, consequentemente, todos os super-heróis do Mundo (sistema político, sistema financeiro, materialismo,...).
Como "bandido", necessitava chocar a grande maioria, cometer meus "crimes" e, assim, desafiar as "leis".
Sei que algumas pessoas ao lerem isto vão discordar, vão pensar que sou bonzinho, que penso nos outros, que ajudo. Mas eu poderia fazer tudo isso sem precisar atacar os conceitos aceitos e praticados pela maioria das pessoas.
Percebi que para se construir uma nova base, não precisamos necessariamente destruir tudo o que existia antes. Podemos aproveitar muito do material já existente, reforçando a estrutura com coisas novas.
Poderia ter invertido os papéis, colocado os outros como os vilões e eu como o mocinho, só que se eu fizesse isso, estaria perdendo uma parte do ambiente que se descortinou na minha frente.
Magoei algumas pessoas, principalmente aquelas que estavam mais próximas, que mais me deram Amor. Fiz isso na maior parte das vezes de forma inconsciente, agindo como normalmente agimos, pois na grande maioria dos casos acabamos "atacando" as pessoas que sabemos que mais facilmente vão nos perdoar. Só que em diferentes oportunidades acabei agindo para chocar mesmo, intencionalmente, querendo ferir.
Peço desculpas pelos danos causados aos outros e, principalmente, peço perdão a mim mesmo por ter vivido este personagem durante tanto tempo.
Sempre procurei justificar a minha forma de ser usando os erros que outros cometeram no meu passado. Hoje percebi que o único erro foi eu ter acreditado que precisava me vingar e, não somente de quem errou, mas de tudo aquilo que representa o Poder.
Sinto como se tivesse tirado um peso enorme dos meus ombros. Sei que terei que me esforçar bastante para voltar ao meu caminho, mas também sei que o fato de não usar mais um personagem para seguir adiante, de poder ser realmente Eu mesmo, vai facilitar bastante o restante da jornada que tenho neste corpo físico.
Agradeço profundamente a todos aqueles que fizeram e fazem parte da minha vida.
Desejo muita luz, paz, harmonia e Amor sempre.


Carlos Eduardo

Porto Alegre, 7 de setembro de 2010

domingo, 5 de setembro de 2010

Fórmulas e rótulos

A cada dia que passa, mais e mais eu me convenço que a vida é uma grande surpresa.
Já perdi as contas de quantas vezes expus meus ideais e pensamentos e, na maior parte das vezes, fui chamado de utópico e sonhador por muitos. E passado um tempo, recebo várias mensagens destas pessoas falando sobre as minhas utopias, só que do ponto de vista de outros autores.
Talvez pelo fato de eu não me intitular filósofo ou pensador, ou mesmo escritor, jornalista, poeta, eu seja utópico. Mas os "famosos" não são, eles são formadores de opinião.
Percebo que a mensagem só passa a ter valor quando transmitida por alguém conhecido da massa. Assim se quem escreve é a Martha Medeiros ou o Luís Fernando Veríssimo, Platão, Sócrates, Arnaldo Jabor,Roberto Shinyashki, entre tantos outros, a mensagem passa a ter valor, mesmo quando muitas vezes se utilizaram do nome deles para tentarem vender a mensagem mais facilmente. Já por ter sido escrita pelo Carlos Eduardo, um João Ninguém sem diploma na parede, sem coluna de jornal, espaço na tv ou livros publicados, é apenas um sonho de uma noite de verão.
E, apesar disso, continuo sonhando. Cada vez mais acredito que a vida é muito melhor do que esta vida que levamos. Continuo achando que o Ser é muito mais importante do que o Ter. Com certeza algumas das minhas idéias não são inovadoras, nem muito menos autênticas, mas continuam fazendo parte do meu modo de perceber as coisas.
Quantas fórmulas prontas nos são repassadas sobre o Segredo, sobre a melhor maneira de viver, ou então, em como transformar a sua vida numa eterna felicidade. Só que estes que passam estas fórmulas esquecem (propositadamente) de dizer que somos diferentes e, que por isso, precisamos encontrar a nossa própria fórmula.
Existem muitos exemplos de sucesso, o que torna alguns livros, filmes e terapias em verdadeiros Best Sellers, levando seus autores a realmente terem o sucesso que apregoam. De uma forma um tanto torta, pois este sucesso é obtido através do engano de uma multidão de pessoas, que acreditam nestas fórmulas "mágicas", prontas.
Muitos esquecem que aqueles que realmente atingiram o sucesso jamais venderam uma fórmula, eles apenas se limitaram a abrir um leque de opções, criando diferentes caminhos. Estes se apegavam a uma pequena palavra, da qual extraiam tudo o que se necessita. Usaram o Amor para tocar os corações dos outros, sem se preocuparem com o lucro que iriam obter. Poderia citar Jesus Cristo, Buda, Madre Tereza, Chico Xavier e muitos outros casos. E citando os seus nomes, lembro que depois deles surgiram instituições que utilizaram seus ensinamentos visando obter vantagem, procurando dominar a população.
Se me perguntarem a fórmula ideal, eu realmente não saberia dizer. Já se me perguntarem o ingrediente, este eu diria que é o Amor.

Tenham muita paz, luz, harmonia e Amor em suas vidas, sempre.

Carlos Eduardo

Porto Alegre, 5 de setembro de 2010.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Divagando sobre Educar

Em uma das minhas últimas leituras, acabei devorando um livreto maravilhoso de Rubem Alves, chamado Conversas com quem gosta de ensinar.
Pesquisando a etmologia da palavra educar, descobri que esta provém do latim «educare», educar, instruir, ensinar, amestrar.
Me chamou muito a atenção para o último significado, Amestrar, que tem como sinônimo adestrar.
Fico pensando se simplesmente fazer um ser seguir conceitos pré-estabelecidos realmente é educar.
Lembro de outras leituras, principalmente sobre civilizações antigas, onde o conhecimento era transmitido na forma oral. Nesta forma de educação, se transmite uma idéia básica, mas os conceitos são formulados pelo aluno, de acordo com seu grau de entendimento. Já o ensino escrito acaba engessando o entendimento, uma vez que se prende aos conceitos ditados por outros.
Se formos analisar esta questão do ponto de vista histórico, que em muitos momentos se transforma em estórico, verificamos que por trás de todos os "pré-conceitos" (grafo desta forma para que as pessoas percebam que são duas palavras diferentes, que nos remetem a conceitos anteriores), sempre existiu uma clara tentativa de impor uma forma de pensar e agir para os outros, moldando a sua personalidade as regras defendidas pelo grupo que tem o Poder.
Quando o Brasil foi colonizado, não falo aqui daquilo que está escrito nos livros de história como sendo o descobrimento do Brasil, uma vez que existem descrições da terra tupiniquim desde o tempo dos fenícios, os índios foram considerados seres atrasados, selvagens e, consequentemente, não civilizados (mas também, não sifilizados). Quando os europeus aqui chegaram, sabendo que não seria uma tarefa fácil se apossar do País, foi feito um processo de "lavagem cerebral" com os nativos.
Aos poucos se introduziu uma nova cultura aos silvícolas, fazendo com que eles perdessem a sua identidade. O homem branco adestrou a população, sempre de olho no domínio que exerceria sobre estes.
Se olharmos outros exemplos, veremos que este mesmo processo ocorre.
Vejamos o surgimento da Igreja.
Muitos não percebem, mas boa parte do "conhecimento" e tradições que são transmitidos por ela, foram tomados de outras culturas. A caça as bruxas (pagãos) era uma forma de enraizar mais fortemente o seu domínio. O medo foi utilizado como uma arma para disseminar as idéias e conceitos que deveriam ser seguidos. Tudo era pecado e desagradava a Deus, mas ao Deus deles.
Olhando para a história mais recente, iremos perceber que as mesmas técnicas são utilizadas até hoje. Em Israel, os professores "ensinam" aos alunos que palestinos são ruins, que eles mataram seus antepassados e por isso merecem morrer também. Se cria um inimigo, se faz a população temer o inimigo e, assim, com o ódio instalado nas bases da sociedade, o grupo do Poder tem autonomia para continuar ditando normas e regras sem que o maioria se oponha a isso.
Outro caso recente se deu na Guerra do Golfo, onde o governo norte americano plantou a idéia de que o Iraque possuía um arsenal de armas de destruição em massa. A propaganda de terror era uma tentativa de amealhar simpatizantes para a sua causa. Se nos detivermos um pouco mais aos fatos históricos, veremos que o Iraque era um filho dos EEUU. Na época da guerra fria, foi injetado dinheiro americano neste país para servir de contra-ponto ao Irã e, consequentemente, ao regime comunista.
Esta guerra me lembra muito a estória do Dr. Frankstein.
Deixando de lado fatos históricos (estóricos), que servem como um ponto de entendimento para a questão educacional, passo a analisar o ensino propriamente dito.
No que se transformaram as nossas escolas atualmente? Eu as vejo como uma fábrica. Onde os professores recebem uma apostila (material didático) para produzirem seres robotizados/mecanizados. Quando compramos um eletrodomésticos, ele vem com um manual de uso. E é exatamente isso que os livros escolares se transformaram. Um manual de uso para as crianças.
Através deste manual "ensinamos" que elas devem aceitar tudo o que lhes é dito, sem questionarem o porque daquelas regras. Moldamos a sua personalidade de acordo com o que o status quo diz ser o melhor, mesmo que comprovadamente este melhor já tenha provado que não é o melhor. Adestramos eles para seguirem o caminho que é dado, dizendo que se houver um desvio neste caminho, eles irão se perder para sempre.
Dificilmente se faz com que estes pequenos seres desenvolvam o seu poder de decisão, de raciocínio e, desta forma, o seu poder de questionar as coisas.
Aplicamos a receita de bolo para todos, independente do seu grau de discernimento. Colocamos todos numa mesma tigela (salas de aula), misturamos bem, e esperamos que dali saia o pão de ló com o qual vamos confeccionar a torta.
Só que se esquece que estamos lidando com ingredientes diferenciados. Uns são farinha de trigo, outro de milho, outros centeio, aveia, tem os que são o fermento ou o leite. Cada um apresenta uma função diferente, uma forma de ser diferente, uma velocidade de internalizar as informações diferente.
Mas continuamos aplicando a mesma receita e, quando a massa está assada, notamos que só uma pequena parte dela ficou perfeita, o restante abatumou.
Quando vejo o resultado disso, me pergunto; a quem interessa que a maior parte da massa fique sem aproveitamento? Como podemos melhorar o rendimento destes mesmos ingredientes? Existiriam outras receitas para fazer com que os diferentes ingredientes demonstrem o máximo de resultado?
Tenho as minhas respostas para cada uma destas questões, mas como não tenho o intuito de "educar" (adestrar) ninguém, prefiro deixar que cada um desenvolva as suas próprias respostas.

Tenham muita paz, luz e harmonia sempre.
Carlos Eduardo

Porto Alegre, 17 de agosto de 2010.

domingo, 8 de agosto de 2010

Industrialização dos relacionamentos

Em diferentes períodos históricos, a Humanidade passou por processos de transformação.
Após a Revolução Industrial, acabamos adotando os conceitos que basearam o surgimento das Indústrias em nossas vidas diárias.
Quando Henry Ford criou a linha de produção em série, provavelmente não pensava que esta nova forma de produção se tornaria tão marcante, a ponto de nortear as relações interpessoais.
Analisando friamente as diferentes ligações sociais que existem, verificamos como isso acontece sem que muitas vezes nos percebamos do fato.
Peguemos como exemplo a forma de ensino existente, ou melhor, a que mais é difundida no nosso meio.
Na maioria das escolas todos os alunos são tratados da mesma forma. A preocupação é em transmitir o conteúdo e fazer com que cada um daqueles indivíduos se encaixe na proposta apresentada. A pessoa deve se adequar ao ensino, quando na verdade deveria acontecer exatamente o contrário. O ensino ser adequado as capacidades de cada individuo.
Atualmente, pelo menos em termos de Brasil, verificamos mais uma marca bem visível sobre este tema, pois o Ministério da Educação agora dita os livros que devem ser utilizados, padronizando mais ainda a linha de montagem nos colégios.
Tratamos desiguais como iguais, colocando todos os estudantes num imenso caldeirão. Queremos que todos produzam o mesmo produto final. Mesmo que cada um dos Seres envolvidos tenha Inteligências completamente diferentes.
Esta característica, por estar presente na fase do desenvolvimento Intelectual/Emocional, norteia a forma como nos relacionamos com o resto da nossa vida. Sendo que, a situação se agrava quando agregamos mais um valor a isto, a influência que os meios de comunicação exercem sobre a formação das pessoas.
A mecanização da Educação cria uma linearização na forma de ser e de pensar da grande maioria.
Transferimos estes conceitos as nossas relações com outras pessoas, esperando sempre resultados iguais de pessoas diferentes.
O mito de ter que estudar, entrar na faculdade e depois ter uma profissão que nos faça ganhar dinheiro, é um dos resultados desta linha de produção.
Passamos a acreditar que todos são iguais e, consequentemente, devem produzir os mesmos resultados.
As famílias se desestruturam, pois é impossível se manterem coesas frente as regras impostas pela industrialização dos relacionamentos.
Outros problemas, como a violência, viram casos crônicos. Devido ao fato de que algumas das engrenagens desta grande máquina humana não se ajustarem ao Sistema como um todo.
Nos últimos anos vê-se o crescimento de pessoas que sofrem de stress, independente de idade, classe social, raça ou credo. Esta é mais uma das características desta linha de produção. Pois acabamos forçando demais as máquinas humanas, tentando enquadrá-las nos conceitos adotados pela Grande Indústria Social.
Poderia descrever muitas outras características geradas neste processo, mas prefiro deixar que cada Ser vasculhe dentro da sua realidade os fatores que acreditam que faça parte deste processo de industrialização das relações humanas.

Muita paz, luz e harmonia sempre.
Carlos Eduardo

Porto Alegre, 8 de agosto de 2010.

sábado, 7 de agosto de 2010

Divagando no dia dos pais

Cá estou novamente para falar de uma data específica...rsrs
Dia dos pais.
Esta data me faz pensar muito.
Me pergunto o que realmente é ser pai.
Muitos acreditam que ser pai é sustentar a casa. É trabalhar muito, dar tudo aquilo que o dinheiro pode comprar, dentro das possibilidades individuais de cada pai. É "transformar" seu filho num cidadão exemplar (exemplar para quem? Cara Pálida).
Já faz muito tempo em que os pais realmente eram uma figura presente, que apesar de trabalharem, cumprirem com seus deveres, sempre encontravam um tempinho para dedicar aos seus filhos.
A maioria dos pais hoje é um escravo social, utiliza quase todo o seu tempo disponível competindo com os outros, procura satisfazer as necessidades ditadas pelas regras da sociedade e, esquecem, ou melhor, estão cansados para darem aquilo que os filhos mais necessita, que é Amor.
Como não conseguem fazer isso, acabam enchendo os filhos de presentes, tentando desta forma comprar eles.
Normalmente numa conversa entre pai e filhos, eles demonstram preocupações com o futuro dos rebentos, e não se dão conta que o futuro é fruto do presente. Que a ausência deles no presente comprometerá o futuro.
Conheço muitas crianças que só precisam de carinho. Alguém que sente no chão com eles para brincar, que viaje com eles no mundo das fantasias. Alguém que não esteja preocupado com as contas e problemas, mas que esteja ali, de corpo e alma.
Para muitos pais, os filhos são uma extensão deles próprios. Seres sem vontade própria, sem sonhos, sem missão de vida. As qualidades deste ser foram recebidas dele, mas os defeitos são influências dos outros, dos amigos, dos parentes distantes. Não existe ali um Ser Individual, mas uma ramificação dele.
É bastante comum ver que a figura paterna não conhece seu filho. Sabe as coisas básicas, como o time que ele torce, que normalmente é o mesmo do pai, mas desconhece as angústias e a forma de pensar. Se for uma filha então, o abismo é maior ainda.
Sei que existem pais que são presentes, que valorizam o Individuo que é representado pelo filho. Que procuram de todas as formas cercar seus filhos de cuidados para que estes possam aprender a se conhecer cada vez mais.
Nossa, mais uma vez estou aqui criticando, mesmo que procurando prestar uma homenagem aos pais...rsrsrs
Aos pais deixo um grande abraço
Para as mães que assumiram o papel de pai, um beijo.
Tenham todos muita luz, paz e harmonia sempre.
Carlos Eduardo

Porto Alegre, 07 de agosto de 2010

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Linguagem Televisiva ou O Empobrecimento do Vocabulário

Linguagem Televisiva ou O Empobrecimento do Vocabulário

Cada dia que passa fico mais intrigado com o poder que a televisão exerce no nosso cotidiano.
Até algum tempo atrás, os programas de televisão ditavam a moda. Roupas e penteados eram copiados por muita gente.
Nos tempos mais atuais, além da moda, eles passaram a influenciar no comportamento e, principalmente, na forma como nos comunicamos.
Talvez por eu não gostar de assistir televisão, principalmente programas deseducativos como novelas e humorísticos, sinto uma enorme angústia ao ouvir determinadas frases.
É muito comum ouvir no meio de uma conversa: "ninguém merece", "eu tô pagando", "tô certo ou tô errado?", "tá ligado?"; entre tantos outros bordões que se utilizam na tv.
Nem vou comentar sobre a triste transformação do comportamento induzido, como o aumento de homossexualismo entre os adolescentes, devido a uma novela que fazia isso parecer a coisa mais maravilhosa do Mundo.
Fico me perguntando como deixamos que um aparelho que não tem vontade própria seja responsável por nos corromper completamente.
Normalmente me dizem que a tv é apenas uma forma de distração, mas eu vejo como uma arma muito poderosa, que vem sendo manipulada por pessoas completamente inescrupulosas que visam dominar e aterrorizar cada vez mais a população. E o mais incrível nisso tudo é que sei que muita gente inteligente e bem informada se deixa levar por esta aparência inofensiva, mas que cada vez mais atinge a moral e a ética do povo.
Realmente "ninguém merece" ter que aceitar este tratamento que recebemos das emissoras. Se, "eu tô pagando", posso muito bem escolher aquilo que eu quero para o futuro. "Tá ligado?".... Será que eu "Tô certo ou tô errado?"...
Muita paz, luz e harmonia sempre.
Beijos e abraços
Carlos Eduardo

Porto Alegre, 5 de Julho de 2010.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Algumas pessoas já devem estar cansadas de ler minhas divagações anti datas consumistas. Fico imaginando o pensamento destes: "Lá vem ele, de novo."
Continuo pensando da mesma forma...rsrsrs Mas, desta vez, vou procurar não pensar no lado capitalista da data.
Ainda acredito que devemos transformar todos os dias da nossa vida em datas especiais, dedicando o nosso melhor aos outros durante toda a nossa vida, homenageando as pessoas que nos cercam sempre que possível.
Neste momento específico, onde estamos chegando no Dia das Mães, me vem na cabeça uma imagem, a da Grande Mãe. Em algumas culturas ela recebe o nome de Pacha Mama, em outras ela é identificada como a Grande Deusa e, mesmo para aqueles que não tem ligação com estas culturas consideradas naturalistas, a Terra representa a Mãe Maior.
Ela nos recebe de braços abertos, nos dando tudo aquilo que precisamos para viver, mesmo quando acabamos de forma completamente estúpida destruindo aquilo que ela nos oferece de forma tão carinhosa.
Homenagear as mães, no meu ponto de vista, é o mesmo que homenagear o Planeta inteiro. Cada pessoa trás dentro de si a Energia Feminina, mesmo os homens. Esta Energia é que nos faz Amar, que nos faz querer proteger aqueles seres que nos rodeiam, que é responsável pelo nosso poder de gerar tudo aquilo de bom que podemos criar.
Poderia fazer uma homenagem somente aquelas mulheres que já tiveram filhos, mas acredito que ser Mãe não é apenas parir. Ser Mãe é se doar, é dar carinho, é ser multi tarefas. Ser Mãe é muito mais do que ter filhos, até por que mesmo aqueles que não tem filhos, principalmente as mulheres, acabam sendo Mães de outras pessoas. Somos Mães dos nossos companheiros, dos amigos, das pessoas carentes, dos animais.
Infelizmente, a maioria dos homens ainda não conseguem lidar com seu atributo Mãe, criando uma visão falsa de que este ente é feminino. Mas o atributo Mãe é maior do que muita gente consegue compreender. Ele não tem sexo ou gênero, mas está arraigado no interior de cada ser existente no Universo.
Homenageando a Grande Mãe Terra, procuro homenagear a Mãe que habita no interior de cada um de nós.
Desejo do fundo do coração que a Mãe existente em cada ser continue sempre de braços abertos para todos os companheiros de caminhada.
Feliz dia das Mães. Feliz sempre.
Beijos e abraços.
Muita paz, luz e harmonia sempre.
Carlos Eduardo

Porto Alegre, 6 de Maio de 2010.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Uma vez ouvi uma frase que jamais me esquecerei.
Olhando dentro dos meus olhos, uma pessoa me disse que não queria mais me amar. Mesmo que o olhar dissesse o contrário.
Carrego esta frase comigo até hoje. Não por remorso, desprezo ou qualquer outro sentimento mais vil.
Esta frase me fez pensar no que é o verdadeiro Amor. Se podemos linkar um sentimento tão puro com a vontade de estar com outra pessoa, de ter um relacionamento.
Quase diariamente esta questão surge no meu caminho, através de pessoas que conheço, outras que estão entrando na minha vida e também pelo simples fato de caminhar na rua e ver as demonstrações de amor por aí.
Vejo em sites de relacionamentos (orkut, facebook,...) pessoas declarando amor umas pelas outras simplesmente porque viram uma foto e acharam bonita.
O sentido da palavra Amor se esvaziou, se transformou em um sentimento materializado.
Não se Ama a pureza, as sensibilidade, as qualidades e os defeitos, mas sim os lábios, os seios, a barriga "tanquinho", as coxas, a bunda e outras partes do corpo.
Diversas vezes ouvi dizerem que algumas pessoas "precisam se sentir amadas para viverem", mas isso é o maior absurdo que alguém pode dizer. Pois estas mesmas pessoas são amadas pelos filhos, pelos pais, pelos amigos. Quando argumento desta forma, recebo sempre a mesma resposta: "Este Amor é diferente". Algumas vezes eu digo o que penso, mas ultimamente não falo mais, pois isso choca as pessoas. Elas não precisam de Amor, elas precisam de tesão, de sexo. Precisam se sentir desejadas, objeto de paixão.
Talvez eu realmente seja muito radical como costumam me dizer, quem sabe até um sonhador utópico, sei lá.
Não penso em mudar as pessoas, muito menos em fazer com que pensem da minha forma, até porque se isto acontecesse, o Mundo seria extremamente chato...rsrsrs

Muita paz, luz e harmonia sempre.
Beijos e abraços
Carlos Eduardo
Porto Alegre, 1 de Abril de 2010

Divagando sobre a Páscoa

Pois é, mais um feriadão. Páscoa. Semana Santa.
Será que serei repetitivo??? rsrsrs
Mais uma vez se vê as lojas e mercados apinhados de chocolate. Propagandas nos dizendo para consumir tal marca de ovo, ou o chocolate de determinados personagens.
Fico olhando isso tudo e pensando naquelas crianças todas que vêem estas mesmas propagandas e sabem que dificilmente vão receber alguma coisa. Ou então nos familiares que sentem a pressão de não poderem dar nada para seus filhos, netos, sobrinhos.
Muitas vezes reclamamos da violência, mas não percebemos que estas pessoas também são violentadas e, talvez, a forma de violência a que são submetidas seja muito maior do que a violência física. Eles sofrem da violência psicológica, diariamente.
As crianças quando vão para a escola, isso para aquelas que conseguem, tendo que conviver diariamente com os colegas exibindo tênis novo, roupas caras, celulares e, estas, muitas vezes indo somente com um calção, camiseta e chinelo. Muitas delas queriam ter um tênis, poder usar um casaco nos dias de frio, comer um simples picolé quando está muito quente, mas a realidade delas não permite, mesmo que diariamente elas sejam afrontadas pelos comerciais e propagandas mandando que consumam. Dizendo que elas não são ninguém pois não compram tal e tal produto.
E os familiares, que muitas vezes procuram dar o que não podem??? Como eles se sentem??? Para muitos, a maioria destes é formada por vagabundos, que não querem melhorar. Vejo a batalha de alguns procurando ofertar o que não tiveram, se sentindo impotentes.
Pois é Via Crucis, ressurreição de Cristo. Momento de reflexões.
Pena que as reflexões e doações se restrinjam a poucas datas. Poderiam se tornar diários, sendo incutidos na forma de ser das pessoas em geral.
Que o espírito de Amor e fraternidade se faça presente diariamente em nossos corações.
Muita paz, luz e harmonia sempre
Beijos e abraços
Carlos Eduardo

Porto Alegre, 1 de Abril de 2010

quarta-feira, 24 de março de 2010

Guerra da vida

Estou lendo um livro bastante interessante que fala sobre a Segunda Guerra Mundial. Cada um dos capítulos deste livro é escrito por uma pessoa diferente. Todos eles de alguma forma participaram deste período negro da História mundial.
A medida que vou avançando pelas páginas, começo a traçar paralelos com o momento vivido na atualidade.
Se na época da Grande Guerra, as armas eram as responsáveis pela destruição de cidades e a dizimação de famílias, hoje mudamos um pouco o tipo de armamento usado. Atualmente a arma mais poderosa é o Poder. A ânsia de dominar, nos dias em que vivemos, é exercida praticamente sem a necessidade do uso de força bruta. Na verdade, em muitos lugares do planeta, isso se faz de forma obscura.
Podemos examinar do micro ao macrocosmo social para verificarmos que esta prática esta disseminada. Os meios de comunicação procuram vender tudo o que podem, usando para isso uma programação empobrecida, dando mais valor as tragédias cotidianas e, inclusive, criando novos padrões comportamentais. Basta sairmos à rua para vermos como os motoristas se comportam no trânsito. Enquanto o bom senso indica que deveríamos sempre proteger os mais frágeis, o que acontece é exatamente o contrário. Para um pedestre atravessar uma rua, ele precisa esperar os veículos e contar com a sorte, pois mesmo onde existem semáforos, estes deixam de ser respeitados pelos cidadãos sentados ao volante. Ônibus e caminhões, que normalmente são guiados por pessoas que se consideram profissionais, costumam ir fechando os veículos de menor parte, promovendo verdadeiras barbáries. Acontecendo o mesmo com os motoristas de automóveis, que acabam descontando em motociclistas e pedestres, e aqui não deixo de destacar que os pilotos de moto são na grande maioria irresponsáveis.
Saindo do trânsito, podemos usar a mesma metodologia em qualquer outra área social. Nas empresas os chefes e superiores descontam nos subordinados, que descontam no pessoal dos serviços gerais, que por sua vez, acabam fazendo o mesmo com os seus familiares. Isso acontece nas escolas também.
Fica quase impossível delimitar onde o processo de brutalização da sociedade teve início. Da mesma forma como é quase impossível destacar o que surgiu primeiro, se o Poder ou a violência.
Uma das coisas que facilmente dá para perceber é que não precisamos estar com armas em punho para estarmos em guerra. Na verdade, no exato momento em que deixamos o útero materno, somos declarados inimigos. E isso independe de classe social, de nacionalidade, de credo ou de sexo. Nos tornamos inimigos simplesmente pelo fato de sermos mais um a precisar sobreviver. Desta forma, ameaçamos a sobrevivência daqueles que querem sempre mais e mais.
Dentre os animais ditos irracionais, isso se chama instinto de sobrevivência, onde a lei do mais forte impera. Mas será que para nós, que nos consideramos seres pensantes, as coisas precisam ser desta forma?
Ainda acredito na raça humana, pois sempre que uma grande tragédia natural assola um país ou uma região, o socorro se apresenta vindo de todos os lugares, mas ainda procuro entender porque precisamos da dor e do sofrimento dos outros para demonstrar solidariedade, quando esta deveria ser uma característica cotidiana.
Poderia continuar escrevendo e, tenho certeza disso, jamais iria conseguir desenvolver tudo o que este assunto merece. Por isso paro por aqui, pedindo aqueles que tiverem acesso a estas linhas para que procurem pensar um pouco na responsabilidade que cabe a cada um de nós enquanto indivíduos.

Muita paz, luz e harmonia sempre.
Porto Alegre, 24 de Março de 2010
Carlos Eduardo