quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Divagando pelo ano novo, pela década nova

Feliz Ano Novo, Feliz Década Nova, Feliz sempre!!!!!
Depois uma pausa para as festas de fim de ano, hoje resolvi dar uma geral nos meus e-mails.
É bem interessante ver como as pessoas são. Algumas esquecem que tu existes durante quase todo o ano, mas chega em datas como o Natal, Ano Novo ou Páscoa, e mandam mensagens falando de Amor, de felicidades, desejando coisas boas.
Tudo bem, entendo que para muita gente o fato de desejarmos Feliz Ano Novo significa que queremos que a pessoa seja feliz os 365 dias do ano. Só que a medida que os dias vão passando, este desejo aos poucos vai diminuindo, perdendo a força.
Muitos dos e-mails falam dos valores da vida, da importância dos amigos e/ou do cultivar bons hábitos. Mas, parece que estas mensagens servem somente para serem repassadas e, não, para serem absorvidas.
Fico aqui pensando em muitas destas "lições de vida". Tentando colocar aquelas que posso em prática.
Uma delas é a de cuidar do meu jardim, para que as borboletas venham me visitar.
Quanto tempo gasto diariamente com problemas, "pré-ocupações", correndo atrás de bens materiais? E quanto tempo dedico para dar carinho aquelas pessoas que eu gosto, ou até mesmo para um completo estranho?
É bom receber as mensagens prontas, pois é uma demonstração que pelo menos lembram da gente. Mas é muito melhor quando somos agraciados com algo mais direto, mesmo que sejam poucas palavras.
Como gosto de cozinhar, algumas vezes comparo a vida com o preparo de determinados pratos. Imaginem uma bela macarronada. Tu escolhes os tomates, a cebola, o alho, as ervas e especiarias. Lava eles, corta. Coloca a panela com água para ferver. Outra panela com o azeite para refogar os ingredientes do molho. Tudo feito com calma, com carinho. No fim de todo o processo, temos um prato que é consumido bem mais rápido que o tempo que levou para ser feito. Mas compensa a espera. Só que para alguns, o mais prático (que nem sempre é o melhor), é um macarrão miojo. Coloca a água para ferver, deixa cozinhar por três minutos, despeja o pacotinho do tempero e pronto. Matamos a fome.
Esta é a forma como tratamos as pessoas atualmente, como se fossem Miojo. Usamos nosso tempo com coisas de menor importância, mas para aqueles que nos cercam, o tempo que dispomos é quase zero. Ligamos para uma tele-entrega (apresentações em power point, textos de gente "famosa", piadas, entre outros). E, com isso, ficamos sem entender porque a cada dia que passa nos sentimos mais vazios, mais doentes e famintos dos nutrientes da vida.
Para não fugir da fórmula mais utilizada, encerro esta divagação com um pensamento de um grande escritor:

´O objetivo do consumidor não é possuir coisas, mas consumir cada vez mais e mais a fim de com isso compensar o seu vácuo interior, a sua passividade, a sua solidão, o seu tédio e a sua ansiedade.´
Érico Veríssimo

Tenham sempre muita luz, paz, harmonia e Amor.
Carlos Eduardo
Porto Alegre, 06 de janeiro de 2011.