quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Divagando sobre o medo

As vezes me pergunto como uma palavra tão pequena consegue ter um poder tão grande.
O medo em alguns casos pode ser mais forte que o Amor. Sempre lembro da figura do elefante pulando numa perna só ao avistar um ratinho aos seus pés.
Quantas portas se fecham simplesmente pelo medo que temos do desconhecido? E, o pior de tudo, é que, desde tempos antigos, ele sempre foi usado como uma arma para manipular as massas, para que um determinado grupo exercesse o domínio sobre os demais.
Por ser ele um sentimento, muitas vezes não conseguimos perceber a sua verdadeira face, até porque normalmente ele se apresenta usando as mais variadas máscaras.
Quando estava aqui encaixando as palavras para começar esta divagação, o assunto que eu pensava era outro e, a medida que ia conectando as idéias, percebi que estava enraizado na questão do medo. Ia escrever sobre a obesidade, os motivos que levam algumas pessoas a criarem uma redoma de gordura ao redor de seu corpo.
Alguns vão me dizer que tem problema endócrino, mas este problema não é a causa e sim um dos efeitos. O desequilíbrio hormonal também é provocado pelo medo. Esta capa serve para nos proteger dos outros, mesmo quando o nosso único inimigo reside no nosso interior. Inconscientemente, acreditamos que carregando este peso extra, estamos afastando as pessoas de nós, nos protegendo do sofrimento que elas podem nos causar. Compramos a idéia que um corpo "feio" vai repelir os outros e, assim, protegemos a nossa dificuldade de nos relacionar. Outro motivo é a falta de aceitação de quem somos, a baixa auto-estima, além da ansiedade gerada pelos nossos conflitos internos. Como não gostamos de nós mesmos, usamos a gordura para criar a imagem de um "monstro", de alguém que não merece receber nada de bom.
Por eu ser extremamente observador, até de mais eu diria, vejo que existe um outro grande medo em algumas pessoas. E este é muito complexo. Percebo que ele se manifesta principalmente nas mulheres. Digo que ele é complexo pois assim como elas tem medo, também acabam usando o motivo que lhes causa medo como uma forma de seduzir.
Quem nunca viu uma mulher extremamente atraente, com um corpo bonito, se queixar que os homens só a enxergam como um objeto? E quem nunca viu esta mesma mulher que reclama disso se tratar como um objeto, provocando com seus decotes, roupas coladas, vestidinhos, etc...? Elas vendem uma imagem, mas não querem ser vista daquela forma.
Esta forma de medo é bem interessante. Pois elas mesmas provocam o seu medo. Querem ser valorizadas pelo seu interior, mas a primeira coisa que preferem apresentar é o exterior. E num mundo onde as pessoas preferem viver na superficialidade, fica complicado de se ir mais a fundo.
Espero que entendam que não digo que as pessoas bonitas tenham que usar uma burka, mas sim que quando queremos ser valorizados por um aspecto, precisamos nos destacar neste aspecto e, não, procurar destacar exatamente o aspecto oposto.
Poderia aqui falar de uma terceira forma de medo, que também está ligada a estas outras duas que citei acima. Este medo atinge diretamente o Coração. Conheço muitas pessoas que tem medo de se relacionar com outras, pura e simplesmente porque num determinado momento tiveram um relacionamento que as machucou. Isso faz com que elas tenham medo de que isso aconteça novamente.
Algumas vezes é fácil identificar esta última forma de medo. A pessoa quando conversa com alguém que a faz sentir este medo usa constantemente algumas palavras que lhe entregam. Uma destas palavras é o "amigo(a)". É a forma encontrada pela pessoa para tentar se convencer que o outro não mexe com os sentimentos dela, uma tentativa de fugir daquilo que se passa no seu Interior e, também, de criar um limite de aproximação para o outro.
Nossa, depois de tudo isso que escrevi, fiquei com medo de publicar no meu blog....rsrsrsrsrsrsrsrsrs

Tenham sempre muita luz, paz, Amor e harmonia (e afastem o medo de seus Corações)
Carlos Eduardo

Porto Alegre, 21 de outubro de 2010.

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