terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Divagando apenas

E novamente os ciclos voltam a ter espaço nas minhas divagações.
Final de ano, festas, e a certeza que mais uma vez um ciclo se encerra e outro inicia.
Sei que muitas pessoas adoram esta época, gostam dos festejos, de dar e receber presentes. Mesmo quando são obrigados a conviverem com pessoas que não significam nada para elas.
Eu já sou do tipo que fico triste, pois vejo que aquilo que deveria ser um momento de celebração, de Amor e de doação, virou apenas uma situação para que o comércio lucre mais e mais.
Nestas datas, percebo o quão cínicos podemos ser. Passamos o ano todo querendo atropelar os outros, mas nas festas de fim de ano continuamos querendo atropelar os mesmos, mas desejando felicidades e tudo de bom.
Este final de ano está mais complicado, em alguns momentos parece que perdi o chão, o rumo. Sei que alguns encerramentos e, consequentemente, inícios, carregam uma dose extra de sensações. Medo, incerteza, culpa, angústia, alegria, todos surgindo como se fossem uma coisa só, se intercalando, dando a sensação de uma vazio tão grande que nem mesmo com todo Amor do Universo conseguiria preencher.
Curiosamente fico lembrando constantemente de uma frase que eu adoro: somos perfeitos dentro das nossas imperfeições. E percebo que esta é uma briga constante que tenho, entre a perfeição que a sociedade me cobra e a minha perfeição. Entre ser eu mesmo ou ser um reflexo do que querem que eu seja. Ser politicamente correto ou apenas Ser. Deixar que meu Eu viva conforme ele acredita ser o certo ou me render a prática da massa. Ter opinião ou ser um fantoche que aceita a cartilha social. Enfim, continuar perfeito na minha imperfeição ou ser imperfeito dentro da perfeição alheia?
Tem momentos que, apesar dos meus 39 anos, me sinto como se fosse uma criança pequena, querendo colo e carinho. Uma criança que está conhecendo o mundo e se sente desamparada perante tantas coisas enormes.
Já cai e levantei diversas vezes, algumas com pequenos machucados, em outras com grandes cicatrizes. Chorei e, logo após, voltei para a brincadeira, sem pensar se iria me machucar de novo. Me entregando totalmente ao momento.
Mas a medida que os anos avançam, o medo vai se instalando, fazendo com que a pré-ocupação com os resultados seja mais forte, as comparações com a situação dos outros e as cobranças surgem de forma implacável, minando o Ser.
Não nego que muitas vezes tenho vontade de mandar tudo longe, pegar uma mochila e sair por aí sem destino, mas o lado racional fica criando empecilhos para que eu não o faça. E, isso gera mais uma porção de vazio.
O bom de tudo isso é que como tudo na vida, é só mais um ciclo, mesmo que doloroso, mas que vai terminar e dar início a outro.

Porto Alegre, 13 de dezembro de 2011.
Carlos Eduardo

Tenham sempre muita luz, paz, harmonia e Amor.