terça-feira, 2 de junho de 2009

Amizade

Final de tarde, feriado de navegantes. Fui ler meus e-mails.
Muitas mensagens lindas (apresentações e textos prontos), piadas, sacanagem e alguns spams. Aos poucos comecei a me dar conta de uma coisa, já faz muito tempo que não recebo um e-mail escrito de verdade, demonstrando o sentimento da pessoa. Repassamos tudo aquilo que achamos interessante para nossos amigose contatos, dando uma demonstração que estas pessoas são alguém para nós. Mas, esquecemos que muitas destas pessoas realmente são peças fundamentais na nossa vida e, para que funcionem melhor, precisam ser limpas e lubrificadas. Até hoje não conheci nada que funcione melhor do que receber a simplicidade da vida para azeitar nossas peças.
Perdemos horas do nosso com coisas fúteis e sem importância, mas quando precisamos de um minuto para escrever para alguém dizendo que está tudo bem e que temos saudades, o tempo nos falta.
O mais curioso disso é que mesmo as pessoas que tinham este simples costume, foram perdendo ele, influenciados pelo todo. Foram sendo empurrados a força para a Era da Globalização, onde até o carinho e as saudades são globalizadas. Me intriga muito isto, porque percebo que eu também me deixei levar por esta onda. Fui me perdendo aos poucos, apesar de me msotrar quando resolvo fazer minhas "reflexões".
Peço desculpa aquelas pessoas que eu tenho negligenciado, ou melhor, aqueles com os quais "globalizei" minha relação. Continuarei mandando as mensagens prontas, mas voltarei a cuidar melhor das engrenagens q me fazem seguir em frente.


Um abraço bem apertado e bjs
Mta paz e luz sempre
Carlos Eduardo

Porto Alegre, 2 de fevereiro de 2009

Cirurgia Plástica

Eu estava aqui lendo o jornal e numa das páginas me chama a atenção um pequeno anúncio, no canto da página. Um Cirurgião Plástico oferece seus serviços e usa como imagem a foto de uma Miss (sua esposa).
Olhando este anúncio me lembrei da minha infância, dos contos do Dr. Frankstein. O Doutor criou uma Pessoa/Monstro usando pedaços de diferentes pessoas. Juntou tudo num um único ser e deu vida a eles. Como era parte de muitos, este ser não tinha personalidade, faltava a ele o Espírito.
Por ser apenas um corpo, esta criatura agia de maneira estabanada e até mesmo violenta.
O resto da estória todos sabem.
Vejo o comércio da perfeição dessa mesma forma. Cirurgia Plástica cria monstros, pois desconecta o nosso Ser, criando uma desunião entre o Espírito e a Carne. Quando sentamos na frente do cirurgião e pedimos: Oi, eu quero os lábios da Angelina Jolye, o nariz da Aline Morais, o bumbum da Mulher Melancia, os olhos da Sabrina Satto, os seios da Pamela Anderson,... estamos nos transformando em Franksteins. Mesmo q a aparência fique 'MARAVILHOSA', perdemos nosso SER. Fabricamos uma pessoa q não somos e, na maior parte das vezes, nosso EU-interior sofre mais ainda por não conseguir se adaptar a este novo corpo, moldado numa linha de montagem.
É interessante como queremos ser diferente de quem somos, queremos ser melhor, mas mudamos exatamente aquilo que nos faz ser pior. Ao invés de reforma intima, mudamos nosso Espírito para uma nova casa, reformada, com móveis novos (muito silicone,botox) e bem menos confortável do q a nossa morada verdadeira.
Ainda bem que não inventaram ainda uma 'CIRURGIA PLÁSTICA ESPIRITUAL', onde podemos moldar nosso EU. Já pensaram em como seria sentar na frente do cirurgião e dizer: Doutor, quero ter o Amor que o Cristo tem por nós, a sapiência de Buda e a misericórdia do Pai. Mas, do jeito que as coisas estão se encaminhando, em breve veremos este anúncio também no jornal.

Carlos Eduardo Martinez Nunes
Porto Alegre, 17 de Julho de 2008