sexta-feira, 19 de junho de 2009

Superficialidade

Hoje eu estava pensando sobre as superfícies, nas suas diferentes formas de apresentação.
Curiosamente me veio a imagem da Terra e da forma como as plantas se desenvolvem. Normalmente a parte mais bonita das plantas se encontra na superfície, mas ela precisa que sua raiz penetre no solo (água ou até em outra planta) para que ela consiga se sustentar. Assim também acontece com as pessoas.
Algumas fazem questão de manter a sua superficie linda e perfeita, mas o seu interior está oco ou, até mesmo, embrutecido. Os relacionamentos nas suas expressões distintas também apresentam esta característica. Se a outra pessoa for bonita, leva uma grande vantagem, mesmo quando só se aproveita a beleza externa desta pessoa. Não fazemos muita questão de conhecer as raízes do outro, assim como normalmente não queremos estragar nossas "unhas" revolvendo a terra e adubando o interior daqueles que nos cercam.
Quando pensamos em ir mais profundamente, só pensamos em sexo, em prazeres superficiais, e deixamos de lado os sentimentos e vivências dos outros.
Existem diversos estudos que comprovam que os manaciais mais puros de água brotam do fundo da Terra. Analogamente também sabemos que para se manter uma relação sólida, precisamos ir buscar esta água na sua nascente, mesmo que para isso tenhamos que fazer uma verdadeira expedição.
Vejo muitas pessoas falarem do amor, mas a grande maioria confunde Amor com paixão. Quando estamos apaixonados acabamos por sufocar o outro, querendo ele o tempo todo para nós. Procuramos preencher o nosso vazio interior com a superficie do outro. Já quando Amamos, passamos por um processo transformador. Aceitamos que o outro é livre e, conseguimos aproveitar a Verdadeira Beleza do outro. Apreciamos suas qualidades, mesmo que não tenhamos elas ao nosso lado o tempo todo. A energia que se envolve neste tipo de relação vem lá de dentro, vem do Coração, vem do Espírito. Normalmente as superficies acabam interagindo, mas envoltas pelas raizes dos personagens.
Estamos tão acostumados a este conceito de viver superficialmente que damos muito mais valor a uma pessoa pelo carro que ela tem, pelas roupas que usa, pela casa, pelo relógio, pela conta no banco, pelo padrão de beleza física e, desse modo, acabamos marginalizando as pessoas que não se enquadram no perfil ideal de acordo com estes valores.
Percebo que estamos atravessando um período em que mudanças já estão acontecendo. Converso com algumas pessoas que se sentem incomodadas com esta superficialidade, com a supervalorização de conceitos materiais. Vejo pessoas procurando se conhecer melhor, tentando ir no seu Interior para assim poder interagir com o Interior dos que o cercam.
Espero que realmente consigamos modificar esta situação, para que realmente possamos Viver de acordo com o que realmente importa.

Mta paz e luz sempre
Bjs e abraços
Carlos Eduardo

Porto Alegre, 19 de junho de 2009