domingo, 12 de dezembro de 2010

Divagando sobre a Luz

Estamos passando por grandes transformações.
A crise econômica que castigou os ditos países do Primeiro Mundo, as constantes catástrofes naturais que vem se espalhando com cada vez mais intensidade pelo Planeta, entre tantos outros exemplos.
Percebo como cada vez mais verdadeira a máxima que diz que "para que haja luz, primeiro deve haver a escuridão".
Dia destes estava ouvindo uma pessoa com mais de 60 anos falando sobre os jovens. Reclamando que estes perderam o respeito pelos mais velhos, que não sabem mais o que tem valor e o que não tem. Fiquei me indagando sobre isso. Não é a primeira vez que ouço de alguém mais velho esta mesma questão, só que em nenhum momento ouço eles assumindo a sua parte de responsabilidade neste processo.
Pode parecer ofensivo o que vou dizer, mas quem transmite os valores para a próxima geração? Até onde eu sei, é a geração anterior, que por sua vez herdou da geração que a antecedeu e, assim, sucessivamente.
Se hoje em dia ser honesto, agir pensando no bem coletivo e querer o melhor para todos é classificado como uma atitude burra, é porque as gerações que vieram antes deram este exemplo.
Apesar disso, ainda acho que podemos modificar este padrão. Sei que ainda existem pessoas que pensam de uma forma mais solidária, que procuram dar o seu melhor, mesmo quando sofrem atrocidades. E é exatamente nisso que me prendo.
Se para a maioria esmagadora malandro é aquele que leva vantagem, é importante que a minoria que acredita no Bem, na Paz, no Amor e nas demais Virtudes continue batalhando e fazendo o seu papel.
Olhando para a história, veremos muitos casos de sociedades que pensavam apenas na sua expansão e em dominar os outros, mas que simplesmente acabaram se destruindo, pois a disputa de Poder interna corroeu os Impérios que tentaram construir.
Se hoje estamos mergulhados em diferentes crises é para que num futuro bem próximo possamos reconstruir com bases mais sólidas o que está sendo derrubado aos poucos.
A inversão de valores chegou num estágio tão alarmante que presenciei um diálogo entre duas crianças que me deixaram estarrecido.
Uma dizia para a outra que queria ver seus pais separados, pois assim ele teria duas casas e ganharia muitos presentes, pois como só veria o pai nos finais de semana, este lhe daria tudo que quisesse.
Fiquei chocado ao presenciar numa criança que devia ter uns 10 anos esta forma de pensamento. Normalmente aprecio a pureza da infância, mas neste caso fiquei bem triste.
Me lembro de muitas mensagens que já recebi falando da importância de cada um fazer a sua parte, independente do que os outros fazem. Cada vez mais me agarro a este pensamento, pois realmente tem dias que dá um desânimo, mas sei que se eu não fizer o meu papel, vai ficar faltando um ponto luminoso nesta imensa escuridão em que transformamos o Planeta.
Vejo as pessoas exatamente como estrelas, cada uma dando um pouco do seu brilho para que consigamos transformar o breu do céu em um festival de pequenos pontos luminosos, mesmo que muitas vezes sejamos encobertos por densas nuvens, ainda estamos irradiando aquilo que temos de melhor.

Carlos Eduardo
Porto Alegre, 12 de dezembro de 2010.

Tenham sempre muita luz, paz, harmonia e Amor.