quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Divagações Perdidas 5

Uma das teorias sobre espiritualidade que me fazem pensar muito é sobre o motivo que nós Seres Humanos escolhemos ter um corpo físico denso.
Lembro de já ter lido e ouvido em alguns lugares que escolhemos esta "prisão" para podermos aprender a nos desprender das coisas. Para que sintamos na pele a vontade, o desejo e outras sensações que não são compatíveis com o estado de "Espírito". Estamos ocupando este corpo para que possamos ter um Ego.
Como escolhemos esta prisão material para o Espírito, ele está constantemente tendo que "lutar" por sua sobrevivência. As paixões e desejos que atacam o prisioneiro são intensificadas pela formação social de cada indivíduo. Os ocidentais aprendem a querer dinheiro, poder, posses e pessoas, já os orientais, recebem uma formação um pouco mais espiritual, pensando mais no coletivo que no individuo.
As consequências desta batalha são percebidas através de diferentes doenças. Alguns sofrem por amor (paixão, tesão,...), outros pq queriam ter mais do que tem, existem também os que ficam doentes por querer controlar aos outros e, assim perdemos as contas dos "motivos" pelos quais adoecemos. Uma das causas de doenças que me chamam muita atenção é quando uma pessoa tem um "Espírito Livre" e precisa entrar em confronto com os paradigmas sociais. Mesmo estando aprisionado, estas pessoas conseguem ser livres. Mas acabam sofrendo pressões de todos os lados. o Diretor do Presídio (Governos) dizem o que ele deve fazer, como deve pensar, querem que sejas submisso. Os agentes penitenciários (família, professores, patrões, chefes,...) cobram as tarefas, disciplinam, mostram a forma correta. O Juiz, este é o pior deles todos, pois ele é o nosso Ego, fica nos julgando por não nos adequarmos as regras vigentes, por sermos diferentes. Por isso precisamos estimular o nosso Defensor Público, nosso Espírito. Colocar nas mãos dele a condição para nos guiar, nos fazer seguir o nosso caminho e não aquele que nos foi traçado pelos outros. Fortalecendo nosso Espírito, estamos criando a liberdade que necessitamos para conviver pacificamente dentro da prisão do corpo.

Mta paz e luz sempre
Bjs e abraços
Carlos Eduardo

Divagações Perdidas 4

O luar é o brilho do sol que já foi dormir. (Mário Quintana)

Sempre fui fascinado pela Lua. Pelos seus ciclos e a influência deles no nosso dia a dia.
Nos diversos materiais que já estudei, desde textos filosóficos, passando por religiões e culturas antigas, percorrendo o Caminho do Conhecimento Mágico, ou simplesmente em publicações espiritualistas, se cultua a Lua, ligando-a ao lado Feminino da criação.
As características dos seus ciclos foram responsáveis pelo desenvolvimento de diversas civilizações, que usavam uma Tabela de fases da Lua para decidirem o momento de plantar, de colher, de fechar negócios, de casar, entre tantas outras coisas do cotidiano.
À medida que as civilizações foram evoluindo (???), os métodos ditos "Naturais" foram perdendo seu espaço. A conexão do Homem com o Universo foi enfraquecendo e, não sem motivos, os Rituais Magísticos, principalmente os da Lua, foram classificados como bruxaria. Numa nova sociedade, onde o homem é tido como o mais forte, tudo o que de alguma forma desse as mulheres um pouco de poder, passaria a ser considerado bruxaria, coisas do Demônio.
Através da História Oficial e da História Apócrifa, temos inúmeros exemplos de como as mulheres foram sendo colocadas num patamar mais baixo. Várias foram jogadas na fogueira por serem consideradas Bruxas, algumas viraram Santas ou Mártires. Mas com muita dificuldade conseguimos relatos de Mulheres que desempenharam papéis mais destacados.
Aos poucos estamos quebrando esta barreira, permitindo que aprendamos a usar o lado feminino que temos. As mulheres hoje dominam várias profissões, assumem postos cada vez mais elevados, apesar de algumas estarem se "masculinizando" na sua forma de ser. Muitas acabaram se confundindo com estas mudanças e resolveram se vingar do seu passado, deixaram o papel de vítimas para adotarem uma postura de presas.
Assim como aos poucos estamos reequilibrando a Energia Masculina e Feminina, estamos voltando a nos conectar com os ritos Naturais. Procuramos cuidar mais da natureza, respeitar mais ao nosso Ser. Deixamos que a sensibilidade da Lua nos auxilie nos momentos necessários.
Quando conseguirmos equilibrar este Sistema, estaremos novamente conectados ao Todo.


Paz, luz e harmonia sempre
Bjs e Abraços
Carlos Eduardo

Divagações Perdidas 3

Que espécie de animal nós somos? Nos auto-denominamos Seres Humanos, racionais. Classificamos as outras classes como inferiores, pois, segundo nossa "observação", eles não raciocinam, são adestráveis e incapazes de se comunicar.
Será que é mesmo assim, ou será que eles possuem as suas próprias qualidades e, nós, dentro da nossa enorme prepotência, achamos que as únicas qualidades importantes são as Humanas.
Me pergunto todas as vezes que ligo a televisão ou que leio um jornal se realmente somos seres racionais? Se nós tb não somos completamente adestráveis? E, pior ainda,tendo uma capacidade de comunicação ilimitada, temos uma grande dificuldade de manter uma comunicação sincera, limpa e aberta.
Olhem o que a televisão faz com as pessoas (consumidores). Comercial, o volume da transmissão aumenta sozinho, vende-se tudo, desde brinquedos até plano funerário. As crianças ficam fascinadas vendo os brinquedos se movendo na tela, fazendo coisas impensadas de serem feitas na vida real, ou então, os produtos de beleza que transformam a Fera na Bela. Este "adestramento" continua durante as novelas, filmes, programas de auditório, programas esportivos e, inclusive, em alguns tele-jornais. As marcas são expostas de tal forma que sejam bem identificadas pela assistência, criando modas e formas de comportamentos.
O consumismo que é ensinado de forma direta e indireta consome nosso Racionalismo. Para garantirmos o dinheiro que necessitamos para fazer parte do grupo da Hora, nos escravizamos ao trabalho, quando podemos. Aqueles que não podem ou não querem procuram outras formas de se manter na Onda.
Roubar, matar, não ter escrúpulos, tudo isso faz parte da rotina diária da televisão. Programas que se dizem jornalísticos mostram cenas estúpidas as 24 horas do dia na tv, novelas ensinam como ganhar dinheiro sem esforço (trabalho), a roubalheira e a sacanagem fazem parte da programação comum. Como o poder das imagens é muito maior do que imaginamos, elas ficam gravadas em nós. Este comportamento "adquirido" se torna comum.
Quando acontecem os grandes casos de comoção geral, as pessoas ficam perplexas e não sabem por que isso acontece, mas daqui a algum tempo já estão vendo a novela, o BBB, e outros tantos programas "educativos" da nossa televisão.

Bjs e abraços
Mta paz e luz sempre
Carlos Eduardo

Porto Alegre, 24 de março de 2009

Divagações Perdidas 2

Limitações
Será que alguém se preocupa com o fato de sermos tão limitados, mesmo quando temos todo o poder necessário para realizar o que quisermos?
Entendo que as limitações começam exatamente no momento em que se descobre que uma mulher está grávida. Neste instante, o novo ser que está se formando, já recebe as primeiras cargas de projeções: "Vai ser um(a) menino(a).", "se for menino, vais ser jogador de futebol (médico, advogado,...)." ou " se for menina, ela será modelo (miss, empresária).
Logo que nascemos viramos: "O(a) queridinho(a) do papai", "O(a) lindinho(a) da mamãe", "coisinha fofa do vovô(ó)", e por aí vai. Sem esquecermos que nosso corpo nunca é nosso, pois: "é a cara do papai (mamãe)", "os pézinhos são da vovó(ô)", "o furinho no queixo é da família tal",...
Aprendemos a engatinhar e lá vai: vem pro papai; não coloca isso na boca; cuidado com a mesa; não mexe na decoração da mamãe. Neste momento, o não vira a palavra que mais se ouve, sempre acompanhado pelo verbo fazer. Como o fazer é o verbo da ação pode significar muitas coisas(tocar, mexer, se aproximar), passamos a ficar sem ação, pois normalmente nos é dito para "não fazer".
Percebo que criamos aquilo que eu chamo de Mantra Limitador, pois simplesmente os "adultos" nos ditam o que devemos fazer e nos impedem de fazer aquilo que queremos (descobrir o Universo ao nosso redor).
Junto desta fase, onde aprendemos a nos locomover, vem a fase da dicção, quando aprendemos a nos comunicar. E mais uma vez nos dizem o que devemos falar: "fala papai/mamãe", "chama o vovô/vovó". A medida que vamos aprendendo as primeiras palavras, viramos motivo de piada, pois não temos total domínio da nossa dicção e falamos muitas coisas de forma incorreta.
O tempo passa mais um pouco, e estamos sendo mandados para a creche ou escolinha. Desta fase até sairmos para a faculdade as coisas ficam piores, pois aí somos tratados como se estivéssemos numa linha de montagem. Todos recebem a mesma atenção, o aprendizado é feito de conteúdos, que até hoje eu não entendo por que, não se adaptam aos alunos, bem pelo contrário, os alunos que tem que se adaptar as matérias.
Deixamos de lado as características de cada indivíduo, automatizamos o ensino. Ao invés de estimular os dons naturais de cada ser, podamos eles, desligando a criança da sua essência, limitando suas opções.
Quando muitos chegam na adolescência, começam a surgir os problemas. Mas aí a culpa é da criança. É muito comum se ouvir os pais dizerem sobre seus "filhos problemas": não sei pq ele é assim, demos tudo o que queria, foi criado com muito carinho... e não conseguem perceber que realmente fizeram tudo isso, deram uma baba (avó, avô, computador, televisão, videogame), pagaram para outros darem carinho, não permitiram que a criança se auto-conhecesse...

Palavras

Palavras
Muitas palavras às vezes dizem quase nada, ao mesmo tempo em que poucas palavras podem conter o Universo.
Existem palavras que são ditas e escritas,
assim como existem palavras que são mudas,
estas são expressas pelos gestos e olhares.

Divagações Perdidas (antigas)

Estava ouvindo música, lendo meus mails e organizando meu pc. Ouço um grupo chamado Sin Fronteras, o cd Meditación Instrumental 5. Eles fazem uma mistura da música andina com a dos índios norte-americanos e um pouco de música celta também.
Sempre que ouço algum dos cds deles parece que os ritmos me levam a lugares bem diferentes. A batida dos tambores, o sibilar das flautas, a melodia suave, cheia de sentimentos, de harmonia, fazem com que meu Ser entre na mesma sintonia. A leveza dos sons, misturada a sincronização do pulsar do coração com as batidas dos tambores criam um clima de paz, que envolve o ambiente.
As artes sempre foram o meio mais usado para se gerar este tipo de sensação. Pode ser num poema ou poesia, pode ser uma pintura, uma música ou uma dança. Qualquer forma de expressão artística tem o poder de impressionar o público atingido. A energia colocada na feitura impregna a obra final, criando uma aura que se expande e envolve que tiver acesso a ela.
Assim como tudo no Planeta, existe o lado ruim das artes, que nos deixa vulneráveis, deprimidos. A luxúria e ganância também se manifestam através dela, fazendo com que muitas esquisitices sejam consideradas arte moderna. A exposição exagerada do corpo, letras que desafiam a inteligência, uso de animais morrendo como expressão artística entre outras coisas também são vistas. E assim como as formas mais "suaves" da arte, também trazem consigo um padrão vibratório. Assim como a harmonia e leveza nos deixa mais soltos, os contrastes gritantes, a falta de critérios, a imoralidade e o ridículo nos deixam pesados, como se fossem uma ancora amarrada em nossos tornozelos.
A vibração que acabamos assimilando tem influência direta sobre a nossa própria vibração. O efeito é semelhante ao das cordas de um violão. Se tocarmos apenas uma das cordas, as outras também vão vibrar. As cordas que não foram tocadas acabam sendo influenciadas pela vibração da corda tocada.
Temos como comprovar isso em diferentes oportunidades da nossa vida. Como nos sentimos quando estamos na caixa do supermercado, numa fila quilométrica? ou então no banco? melhor ainda, um engarrafamento, num dia de 40 graus? A tensão destas situações vai atingindo um por um dos envolvidos. Em maior ou menor intensidade, mas mesmo assim atua. Agora lembremos como é estar na beira de uma praia, curtindo o barulho das ondas, o vento, o cheiro salgado do ar? Talvez uma cachoeira linda, rodeada de muitas árvores, pássaros e animais diversos? Quem sabe uma trilha, ou rafting? Nem preciso dizer o que estes lugares nos transmitem, acho que todos sabem.
Uma das grandes vantagens que temos sobre as cordas dos violões é que nós podemos nos movimentar e ir procurar locais onde as vibrações sejam mais harmoniosas, que nos deixem mais leves.
Bjs no coração de todos.
Mta paz, luz e harmonia.
Carlos Eduardo
Porto Alegre, 11 de julho de 2008

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Divagando sobre os níveis de consciência

Os três níveis da consciência: Camelo, Leão e Criança. O camelo é sonolento, entediado, satisfeito consigo mesmo. Vive iludido julgando-se o cume de uma montanha, mas, na verdade, preocupa-se tanto com a opinião dos outros que quase não tem energia própria. Emergindo do camelo, aparece o leão. Quando nos damos conta de que temos estado abrindo mão da oportunidade de viver realmente a vida, passamos a dizer "não" às demandas dos outros. Nós nos apartamos da multidão, solitários e orgulhosos, rugindo a nossa verdade. A coisa, porém, não acaba por aí. Finalmente, emerge a criança, nem submissa nem rebelde, mas inocente e espontânea, fiel ao seu próprio ser. ( adaptado de Friedrich Nietzsche - Assim falou Zarathustra)

Ao ler este pensamento, me indaguei em qual dos três níveis me encontro. E cheguei a uma conclusão. Sou uma "criança cameleão".
Tenho momentos onde me importo com a opinião dos outros, acabo esgotando minha energia tentando Ser o que esperam de mim. Em outros, me isolo da multidão, fico rugindo as minhas verdades, fazendo da solidão a minha melhor companheira. E também consigo ser inocente e espontâneo, principalmente quando em contato com a natureza ou as crianças. Me dispo das máscaras, conceitos e pré-conceitos. Simplesmente deixo que meu Ser venha a tona, se liberte.
Nestes momentos simples, Sou, ao invés de tentar ser. Deixo a energia fluir e tomar conta de mim.
Infelizmente, o estado de Criança é o mais complicado de se manter. O meio que nos envolve acaba sufocando este nível, por medo de nos deixar livre, de que ultrapassemos as barreiras impostas pelos costumes.
Lembrei também das diversas classificações que já fizeram sobre quem sou. Já me chamaram de manipulador, prepotente, sábio, iluminado, frio, calculista, sentimental, sensível, utópico, realista, entre tantos outros adjetivos. Fiquei com isso tudo procurando o verdadeiro Carlos, baseado na verdade dos outros. Para cada pessoa e situação, sou um Carlos diferente. A mesma pessoa pode me achar iluminado e prepotente, de acordo com aquilo que ela espera receber.
Já me preocupei muito mais com a imagem que fazem de mim. Hoje entendi que independe da minha vontade a forma como vão me enxergar. Que esta visão está muito mais baseada nas vivências e no querer do outro, do que em quem eu realmente sou.
As ilusões e desilusões de cada um formam a imagem que querem ter de mim. Assim, para alguns sou um anjo, que se transforma num demônio, no exato momento que não realizo os desejos e interesses que lhes convém.
Como o "cameleão" que sou, cheguei a me classificar como esquizofrênico, devido ao julgamento das minhas diferentes personalidades percebidas pelos outros e, depois, me fechava completamente, procurando encontrar a minha verdade, que seria logo colocada para fora, de forma muitas vezes agressiva, tentando provar que era o único que sabia das coisas. Criei várias vezes o meu próprio Tribunal da Inquisição, onde julgava e condenava as bruxas, queimando elas e seus conceitos, de forma impiedosa.
Aos poucos fui adquirindo a visão de que não existe uma verdade. Que as verdades são fruto do ponto de vista de cada observador e, que, como tal, são os dois lados de uma mesma moeda.
A criança começava a ser gerada, lentamente. A opinião dos outros, assim como a minha própria opinião, foram deixando de importar. Meu Ser já não queria mais convencer ninguém e também não se importava com a tentativa dos outros em me convencer. Os conflitos externos, egocêntricos, foram dando espaço a paz de espírito. A aceitação da forma de ser de cada um, me permitia Ser eu mesmo, mesmo que isso acabasse atingindo algumas pessoas.
Já não procuro mais impor a minha verdade, mesmo que em alguns momentos ainda faça isso, pois como disse antes, o processo de gestação da criança é lento.
Deixo que o Pai/Mãe (Universo/Terra) se encarreguem de prover os nutrientes necessários ao desenvolvimento do embrião, procurando assimilar o máximo que me é proporcionado por eles. Permitindo que cada momento seja vivido como uma forma diferente de alimento, mais picantes ou mais frugais, de fácil ou difícil absorção, mas todos cumprindo o seu papel dentro do processo de crescimento deste feto que hoje Sou.


Tenham sempre muita luz, paz, harmonia e Amor.

Carlos Eduardo
Porto Alegre, 25 de outubro de 2010.