domingo, 8 de agosto de 2010

Industrialização dos relacionamentos

Em diferentes períodos históricos, a Humanidade passou por processos de transformação.
Após a Revolução Industrial, acabamos adotando os conceitos que basearam o surgimento das Indústrias em nossas vidas diárias.
Quando Henry Ford criou a linha de produção em série, provavelmente não pensava que esta nova forma de produção se tornaria tão marcante, a ponto de nortear as relações interpessoais.
Analisando friamente as diferentes ligações sociais que existem, verificamos como isso acontece sem que muitas vezes nos percebamos do fato.
Peguemos como exemplo a forma de ensino existente, ou melhor, a que mais é difundida no nosso meio.
Na maioria das escolas todos os alunos são tratados da mesma forma. A preocupação é em transmitir o conteúdo e fazer com que cada um daqueles indivíduos se encaixe na proposta apresentada. A pessoa deve se adequar ao ensino, quando na verdade deveria acontecer exatamente o contrário. O ensino ser adequado as capacidades de cada individuo.
Atualmente, pelo menos em termos de Brasil, verificamos mais uma marca bem visível sobre este tema, pois o Ministério da Educação agora dita os livros que devem ser utilizados, padronizando mais ainda a linha de montagem nos colégios.
Tratamos desiguais como iguais, colocando todos os estudantes num imenso caldeirão. Queremos que todos produzam o mesmo produto final. Mesmo que cada um dos Seres envolvidos tenha Inteligências completamente diferentes.
Esta característica, por estar presente na fase do desenvolvimento Intelectual/Emocional, norteia a forma como nos relacionamos com o resto da nossa vida. Sendo que, a situação se agrava quando agregamos mais um valor a isto, a influência que os meios de comunicação exercem sobre a formação das pessoas.
A mecanização da Educação cria uma linearização na forma de ser e de pensar da grande maioria.
Transferimos estes conceitos as nossas relações com outras pessoas, esperando sempre resultados iguais de pessoas diferentes.
O mito de ter que estudar, entrar na faculdade e depois ter uma profissão que nos faça ganhar dinheiro, é um dos resultados desta linha de produção.
Passamos a acreditar que todos são iguais e, consequentemente, devem produzir os mesmos resultados.
As famílias se desestruturam, pois é impossível se manterem coesas frente as regras impostas pela industrialização dos relacionamentos.
Outros problemas, como a violência, viram casos crônicos. Devido ao fato de que algumas das engrenagens desta grande máquina humana não se ajustarem ao Sistema como um todo.
Nos últimos anos vê-se o crescimento de pessoas que sofrem de stress, independente de idade, classe social, raça ou credo. Esta é mais uma das características desta linha de produção. Pois acabamos forçando demais as máquinas humanas, tentando enquadrá-las nos conceitos adotados pela Grande Indústria Social.
Poderia descrever muitas outras características geradas neste processo, mas prefiro deixar que cada Ser vasculhe dentro da sua realidade os fatores que acreditam que faça parte deste processo de industrialização das relações humanas.

Muita paz, luz e harmonia sempre.
Carlos Eduardo

Porto Alegre, 8 de agosto de 2010.