terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Divagando sobre a vida

Quantas vezes pedimos ao Universo, a Deus ou ao nosso Anjo da Guarda que respondam nossas dúvidas e anseios?
Pelo menos uma única vez durante a nossa estada ocupando um corpo carnal rogamos para que nos seja dado um sinal sobre qual o melhor caminho a seguir.
Normalmente, obtemos a resposta. Mas nem sempre é aquela resposta esperada pelo nosso Ego. Quando questionamos o que é o melhor, o fazemos já com uma idéia pré-definida daquilo que acreditamos seja o melhor, não para a situação como um todo, mas como uma forma de satisfazer o nosso Eu-Inferior.
Se a solução que se apresenta for diversa daquela que concebemos, acabamos por não aceitar, chegando ao ponto de muitas vezes nos desligarmos daqueles que foram os agentes encarregados de nos mostrarem o que precisamos.
Sempre que nos envolvemos de forma passional no problema, acabamos colocando uma venda na nossa visão racional. Deixamos de analisar o Todo, para nos focar nos pontos que acreditamos serem os que nos satisfazem.
Podemos perceber este comportamento nos diferentes setores da nossa vida. Nos relacionamentos pessoais/afetivos, lado profissional, religioso e, até mesmo, na relação com o nosso próprio Eu Interior.
Passamos boa parte do tempo em busca do sentido da Vida. Tentando compreender nossa missão. Quase sempre a resposta é tão clara, límpida e cristalina que nos deixa confusos. Achamos que por ser uma questão extremamente complexa, merecemos uma resposta menos simples, mais filosófica.
Não fomos educados para interpretarmos os pequenos sinais, mas sim para fazer coisas faraônicas. Ao invés de escutarmos a natureza, preferimos seguir os passos dados por outras pessoas, assim os consultórios terapêuticos vivem cheios, bem como os templos, igrejas e demais locais onde se acredita que a resposta está.
Como conheço a minha missão pessoal, mesmo que normalmente eu fuja dela, me sinto a vontade para ser sincero. Quando me pedem "ajuda", não me preocupo em ser agradável. Transmito exatamente aquilo que capto, sem fantasiar e sem medo de acabar magoando a pessoa. Preciso ser responsável pelo que digo e, se ficasse floreando a situação, estaria simplesmente mascarando o que acontece.
Sei que para alguns sou insensível, frio. Que muitas vezes a pessoa que pede ajuda, quer apenas receber afago. Só que não posso me permitir agir desta forma.
Já passei por muitas situações nas quais me pediam apoio e, como a questão envolvia forças pesadas, acabei atraindo "inimigos" de outros planos, o que por si só não é problema. O problema surge quando eu faço aquilo que posso, mas a pessoa que necessita simplesmente deixa que a situação siga igual.
Muitas vezes sou cobrado por me desligar de determinadas pessoas, por simplesmente me afastar e deixar que sigam seu caminho. Pois se acostumaram a jogar o seu peso para que carregasse e, assim, se sentiam aliviadas. Só que sempre deixo bem claro que vou até onde posso e devo ir. Não tenho como modificar a vida de outros. Procuro ser realista, por mais que digam que sou utópico.
Talvez seja parte do meu processo de resgate passar por estas situações, talvez seja apenas meu Ego querendo mostrar Poder sobre os outros. Qual a Verdade? Ainda não sei, a única coisa que sei é que procuro fazer o meu melhor e, como diria Cazuza: "Eu não posso causar mal nenhum, a não ser a mim mesmo".


Tenham sempre muita luz, paz, harmonia e Amor.

Carlos Eduardo
Porto Alegre, 7 de dezembro de 2010.