terça-feira, 7 de setembro de 2010

Divagando sobre Eu mesmo

Me aconteceu algo muito interessante esta madrugada. Tive um sonho que está me fazendo entender muitas coisas da minha vida.
Prefiro não comentar sobre o sonho, mas sinto a necessidade de colocar para fora os insights que surgiram depois dele.
Estava tomando banho e comecei a lembrar de fatos do passado, coisas da minha infância, da adolescência e o início da minha fase adulta, é claro que com isso, abriu-se a porta que me deu acesso até o dia de hoje.
Com as lembranças, me veio a explicação do porque de eu ser tão crítico em relação aos costumes e hábitos.
Durante a infância, criei uma figura que se transformou num super-herói. Nesta fase praticamente todo ser humano tem uma figura humana que ele considera como o seu super-herói. No meu caso esta figura se apresentava no meu pai.
Já na adolescência, com alguns acontecimentos que me fizeram ficar extremamente triste, perdido e desamparado, precisei criar um outro personagem, só que neste caso, além de ser o roteirista,também assumi o papel de protagonista. Passei a ser o super-vilão. Aquele que tinha que combater o super-herói e, consequentemente, todos os super-heróis do Mundo (sistema político, sistema financeiro, materialismo,...).
Como "bandido", necessitava chocar a grande maioria, cometer meus "crimes" e, assim, desafiar as "leis".
Sei que algumas pessoas ao lerem isto vão discordar, vão pensar que sou bonzinho, que penso nos outros, que ajudo. Mas eu poderia fazer tudo isso sem precisar atacar os conceitos aceitos e praticados pela maioria das pessoas.
Percebi que para se construir uma nova base, não precisamos necessariamente destruir tudo o que existia antes. Podemos aproveitar muito do material já existente, reforçando a estrutura com coisas novas.
Poderia ter invertido os papéis, colocado os outros como os vilões e eu como o mocinho, só que se eu fizesse isso, estaria perdendo uma parte do ambiente que se descortinou na minha frente.
Magoei algumas pessoas, principalmente aquelas que estavam mais próximas, que mais me deram Amor. Fiz isso na maior parte das vezes de forma inconsciente, agindo como normalmente agimos, pois na grande maioria dos casos acabamos "atacando" as pessoas que sabemos que mais facilmente vão nos perdoar. Só que em diferentes oportunidades acabei agindo para chocar mesmo, intencionalmente, querendo ferir.
Peço desculpas pelos danos causados aos outros e, principalmente, peço perdão a mim mesmo por ter vivido este personagem durante tanto tempo.
Sempre procurei justificar a minha forma de ser usando os erros que outros cometeram no meu passado. Hoje percebi que o único erro foi eu ter acreditado que precisava me vingar e, não somente de quem errou, mas de tudo aquilo que representa o Poder.
Sinto como se tivesse tirado um peso enorme dos meus ombros. Sei que terei que me esforçar bastante para voltar ao meu caminho, mas também sei que o fato de não usar mais um personagem para seguir adiante, de poder ser realmente Eu mesmo, vai facilitar bastante o restante da jornada que tenho neste corpo físico.
Agradeço profundamente a todos aqueles que fizeram e fazem parte da minha vida.
Desejo muita luz, paz, harmonia e Amor sempre.


Carlos Eduardo

Porto Alegre, 7 de setembro de 2010

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