terça-feira, 30 de outubro de 2012

Divagando o fim de outubro.

Outubro está chegando ao fim.
Mais uma vez o movimento das academias aumenta mais pessoas começam a se preocupar com o corpo (e não com a saúde), procurando melhorar a forma para não fazer feio no verão quando as roupas naturalmente tendem a expor mais partes que durante as épocas frias ficam escondidas.
Curiosamente, o mês de dezembro é aquele que marca o início do verão, mas é também o mês onde mais descuidamos da nossa forma. São tantas confraternizações natalinas, seja com os amigos, familiares, colegas de trabalho/escola/faculdade, enfim, praticamente passamos um mês inteiro comendo e bebendo de tudo.
Mas voltando a outubro, seu último dia é marcado pelo Halloween.  Esta celebração tem origem numa tradição antiga, numa celebração celta, que representaria o final do verão. O Samhain, que era celebrado entre 30 de outubro e 2 de novembro, era uma festividade que pretendia cultuar os mortos.
Com o passar dos tempos, as mudanças no poder foram distorcendo o verdadeiro significado desta festa. E, com o domínio da Igreja, esta comemoração passou a ser feita em um único dia.
Se olharmos as diversas versões históricas que temos sobre a humanidade, percebemos que o homo sapiens sempre cultuou e respeitou o papel da mulher na formação cultural/social dos povos. Só que com o passar do tempo e com o poder passando a ser representado por entidades estritamente patriarcais, pois se acreditava que para comandar qualquer instituição seria necessário ser forte (ter força física) e que esta é uma característica predominantemente masculina, chegou-se a conclusão que a mulher não poderia ter poder, por ser ela um ser frágil se comparada ao homem.
Esta visão pode ser testada com a Bíblia e a estrutura da Igreja Católica. Na criação do mundo, Deus (descrito como um “velhinho de barbas brancas”) cria Adão e, depois de uma costela do mesmo, Ele faz a mulher. Por que será que é assim? Teria por acaso surgido esta versão para contrapor-se ao dom natural que as mulheres têm de carregar por nove meses uma vida e depois, ao parir, possibilitar que esta vida faça sentido? Seria uma forma de obrigar as mulheres a reconhecerem um poder que os homens queriam ter, mesmo que se valendo da força?
Sem a junção do princípio Masculino com o Feminino não pode existir geração, quer seja de uma vida, quer seja de um projeto.
A sensibilidade feminina representava um problema grandioso.
O poder que elas tinham em influenciar de forma simples nas decisões mais importantes, pois ao usarem sua sensibilidade conseguiam ter uma visão mais ampla, possibilitando que distinguissem com mais facilidade o que iria beneficiar poucos ou o que viria em benefício do Todo e, como faziam uma pressão sutil nos seus maridos, sem precisar do uso da força, viraram um perigo aqueles que tinham fome de poder.
Foram sendo criadas formas de tolher este poder natural e com isso alguns mitos precisaram ser criados para dar embasamento ao poder masculino.
As bruxas, ou seja, aquelas mulheres que tinham uma facilidade maior de lidar com seu lado espiritual/energético surgiram exatamente para desencorajar as mulheres de usarem sua sensibilidade. Devendo elas apenas obedecer ao homem e servi-lo, sem questionar, sem opinar, sem direitos, mas com uma bagagem enorme de deveres.
 Usando a Bíblia novamente veremos que esta visão fica facilmente identificável em diversos pontos. Além de Eva ter sido criada da costela de Adão, vemos que o pecado original surgiu quando a mesma Eva ao ouvir a cobra (sua intuição) comeu o fruto proibido.
Também vemos isso na criação da Virgem Maria, pois Jesus não poderia ser gerado de forma natural, através da união carnal entre o masculino e o feminino. Era preciso se criar um fato que O tornasse superior e, com isso, surge um Anjo para semear Maria. Se ela fosse uma mulher normal, como todas as outras, Ele deixaria de ser superior. Ele não seria visto como um “Deus”, mas sim como uma pessoa normal. Então era preciso que a Mãe dele fosse abençoada com um sopro divino e desta forma ficasse grávida, sem ter sido corrompida pelo pecado do sexo (o que explica o celibato, pois quem pratica o ato sexual não é puro, foi corrompido pelo poder de sedução da Bruxa/Mulher).
Outro exemplo é Maria Madalena, que é descrita por historiadores e estudiosos como esposa de Jesus, mas que na bíblia aparece como uma prostituta. Foi necessário associar esta alcunha a ela, para que se desligasse a sua imagem a imagem de Jesus.
Usei estes exemplos não como forma de atacar uma ou outra religião, mas sim para mostrar como é fácil se criar “pré-conceitos” baseados em situações mal explicadas.
Espero que este final de outubro não sirva apenas para se festejar o Halloween, mas que possamos realmente celebrar os Princípios Masculino e Feminino, que possamos nos abrir a nossa intuição e a nossa “sensibilidade” (Feminino), da mesma forma que nos abrimos ao lado prático e racional (Masculino).
Porto Alegre, 30 de outubro de 2012.
Carlos Eduardo


terça-feira, 16 de outubro de 2012

Mais uma divagação sobre o Amor.

Ah, o Amor!!! Este eterno incompreendido.
Sempre que penso sobre ele, duas coisas me vem à cabeça:
A frase final dos padres num casamento: Até que a morte os separe; E o fim dos contos de fadas: E foram felizes para sempre.
Mas será que existe prazo de validade para este sentimento tão nobre?
Alguns meses atrás eu sofri por algo que eu acreditei ser Amor e, até era, mas o meu sofrimento foi por falta dele, não pela outra pessoa, mas de Amor próprio.
Quando entramos numa relação existe o encantamento, somos tomados por uma fascinação que embaralha os sentimentos. Acreditamos que a pessoa é perfeita. Nos deixamos cegar pela nossa falta de autoconhecimento e acabamos buscando no outro qualidades que nos completem. Só que ninguém pode completar ninguém, pois nascemos completos, apesar de inacabados.
Sei que muitos discordam da minha forma de perceber o Amor, acham que se Amo assim é por que na verdade nunca Amei de verdade. E, de forma alguma quero ser o dono da verdade de Amar.
A idealização romântica do Amor, aquela dos contos, das novelas e filmes, cria uma ilusão, faz com que queiramos aprisionar o outro e sintamos necessidade de nos preencher com ele. Queremos engaiolar o objeto do nosso Amor. Sim, objeto, pois deixamos de perceber o humano e o transformamos em uma coisa que nos pertence. Ficamos possessivos e nos sentimos ameaçados quando o outro não abre mão do seu passado, da sua história própria.
Esta forma de enxergar o Amor pode ser comparada a um papagaio de estimação. A primeira coisa que se faz quando queremos cria-lo é dar um corte nas suas asinhas para que desta forma ele possa ficar solto, mas não consiga voar e, assim, não fuja.
Desejamos o melhor para o outro, contanto que o melhor seja estar sempre preso a nós. Mesmo que com esta atitude estejamos sufocando-o e matando-o.
Já vi muita gente falar que o Amor hoje em dia se transformou em algo banal, que é fácil demais dizermos te Amo, que o fazemos para qualquer um, mas será que este pensamento não surge exatamente por que queremos exclusividade?
Posso usar o exemplo dos Avatares (Grandes Mestres) como Buda, Jesus, Gandhi e Krishnamurti, entre outros. Eles não dedicavam seu Amor a apenas uma pessoa, mesmo que alguns deles fossem casados. Procuravam doar seu Amor a humanidade, sem querer aprisionar ninguém. Davam liberdade para que os outros voassem, mesmo sabendo que talvez estes nunca mais voltassem para Eles.
Se estou certo ou errado não sei dizer e também não me interesso por isso. O que sei é que não tenho como deixar de ser quem eu sou, buscando Amar de forma livre, dando asas e, muitas vezes, estimulando o outro a se afastar para que desta forma se encontre e seja feliz.
Carlos Eduardo
Vacaria, 16 de outubro de 2012.


sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Viajando na divagação.


Viajar é sempre muito bom. Ainda mais quando não se é o motorista, pois assim conseguimos curtir a paisagem e, no meu caso, também dou risada de alguns outdoors que vejo pelo caminho.
Passei a pouco por dois que me chamaram a atenção. No primeiro, uma atriz aparece fazendo propaganda de uma malharia, só que a cara dela era um misto de espanto e horror, como se a malha estivesse pinicando a pele. Já no segundo, eu diria que é um daqueles casos em que o dono da empresa não se deu conta que o nome escolhido pode ser daqueles considerados um tiro no próprio pé. Imaginem um provedor de internet com o nome de CaíWeb. Tudo bem, ele quis usar uma parte do nome da cidade, São Sebastião do Caí, mas convenhamos que a primeira coisa que vem a mente é uma internet que fica caindo toda hora. Nisso me lembrei de uma lavanderia na zona sul de Porto Alegre, lavanderia Porcão.
Acabo de passar por outra empresa da mesma cidade e de novo o nome não ajuda muito. Construtora Construcaí.
Tá bom, tá bom, sei que sou crítico, mas realmente é algo que chama a atenção. Eu nunca usaria os serviços de nenhuma destas três empresas, mesmo que fossem extremamente bem recomendados.
À medida que o tempo foi passando, minha mente também passou a viajar. Fui relembrando de algumas viagens ao mesmo tempo em que ouvia as conversas dos outros passageiros do ônibus.
Duas moças conversando, falando sobre Canoas e Cachoeirinha. Daqui a pouco ela se atrapalha e fala em Cachoas. Comecei a rir. E meu lado irônico já se manifestou mentalmente, imaginando que deva ser a divisa entre os dois municípios.
Já em São Leopoldo, recordei de quando fui para Porto Seguro de ônibus. Quase quatro dias de viagem. Próximo à divisa de Minas com a Bahia, as estradas são horríveis e as rodoviárias podem ser consideradas pulgueiros. Acabei me lembrando desta viagem, pois o ônibus parou na rodoviária e entra um cidadão anunciando: água gelada, salgadinhos, goma e paçoquinha. Isso mesmo, vendedor ambulante dentro do ônibus.
Como no tempo que fui casado viajava muito para estes lados que estou indo, fui relembrando de alguns lugares. Tinha uma fábrica de biscoitos em portão onde eu gostava de parar para comprar mandolate, que por serem as rebarbas saia bem mais barato, daí eu comprava de quilos.
Fazia muito tempo que eu não vinha para estes lados da serra gaúcha. Para os Campos de Cima da Serra.
No trajeto deu para ver o estrago que as chuvas causaram em alguns locais. Muitos alagamentos e desmoronamentos.
Mas voltando as lembranças, após passar por S.S. Caí e ver ruas e terrenos alagados, me recordei de um amigo na praia. Nós conversávamos em um grupo e daqui a pouco ele me vem com esta:
- Um dos problemas do Ser Humano é que ele é muito solúvel (volúvel).
Buenas. Vou parando por aqui, mas talvez eu ainda retome esta antes do fim do trajeto de ida.
Carlos Eduardo
Pelas estradas do Rio Grande, 19 de setembro de 2012.


segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Divagando - o retorno


Sempre acreditei que a melhor coisa na vida é o autoconhecimento, mas hoje tenho minhas dúvidas quanto a isso.
Parece que quanto mais me conheço, mais perto eu chego da insanidade.
Esta noite está sendo cruel. Além das dores físicas com as quais convivo quase diariamente tem uns seis anos estarem me incomodando demais hoje, ainda tem os fantasmas que resolveram sair do armário.
Todas as vezes que tentei relaxar e dormir, vinha o filme da minha vida na cabeça. Isso não seria problema se o filme fosse completo, mas quem editou ele deixou só as partes de terror. Sem contar os efeitos especiais das luzes do quarto acendendo e desligando sozinha.
Revivi os seis acidentes de carro que tive, sendo que em apenas um deles eu era o motorista. Relembrei da última vez que surfei. Das várias vezes em que confiei nas pessoas, sendo que isso me custou uma prancha, uma capa, uma mochila e um par de botinhas que emprestei e nunca mais foram devolvidas, entre outras coisas.
Lembrei também de quando voltei da Bahia. Que o assunto de alguns tios e primos era o fato de uma prima que tinha ido morar em São Paulo não morar em São Paulo, mas que ela morava comigo.
Veio a minha mente também as várias noites que passei em branco, não que não tivesse sono, mas porque tinha medo de dormir e ser atacado, isso quando não era atacado acordado mesmo. Ou de quantas noites deixei de dormir tentando dar paz para alguém que necessitava, e que dependendo o tipo de ajuda, gerava mais ataques ainda.
Algumas das cenas nem consigo escrever sobre, pois me deixam com muita raiva.
Quando comecei a escrever minhas divagações não me preocupei com as críticas, mas hoje algumas delas me massacraram.
E no meio desta tempestade toda, lembrei-me de algo que foi dito/perguntado algumas vezes pelas minhas colegas do curso de naturopatia. “O que se passava pela minha cabeça que eu ficava quieto e sorrindo quase o tempo todo”. E eu nunca respondi, pois muitas vezes nem eu mesmo sabia. Mas hoje eu percebo que me sentia em casa, que eu não era tão diferente delas. Que apesar das vivências diferentes, tínhamos muitas coisas em comum.
Muita gente não imagina o quanto me machuca ser tratado como se eu fosse um anjo ou um santo. O peso que isso coloca nos meus ombros. O medo de não decepcionar. O não poder ser eu mesmo. O ter que estar sempre disposto e bem, mesmo que fosse só faixada. O ter que agir de forma exemplar sempre para não parecer incoerente.
Já me disseram muitas vezes que eu preciso aprender a apreciar a vida, que tenho que largar de mão meu lado espiritual e curtir mais. Só que meu lado espiritual é o que me dá força para seguir adiante. Graças a ele eu ainda não surtei completamente.
Sei que se sou assim foi por que eu escolhi. Que meus dons são a forma de me redimir. Só que em muitos momentos eles me massacram, principalmente quando não sei se o que sinto é realmente meu.
Queria que fosse fácil como muitos me dizem de fechar meu canal, gostaria de poder realmente só receber o que eu quisesse. Mas já fiz tudo que possa ser imaginado e nada funciona.
Então, acabo vivendo quase que isolado. Sinto-me deslocado na maior parte dos lugares ou então tenho que passar o tempo inteiro me controlando para não absorver coisas dos outros, o que desgasta demais.
Vejo seguido as pessoas dizerem da benção que é suas famílias, de como o convívio com os seus é maravilhoso. E não tenho vergonha de dizer que sinto inveja destas, pois não me sinto pertencente a minha família. Tem pessoas que são maravilhosas na minha família, mas me privo do convívio com elas por causa do resto, daqueles que passam o tempo todo me criticando e falando mal e na minha presença me tratam como se eu fosse a melhor pessoa do mundo. Pois é, o cinismo me cansa, me irrita e trás a tona o que de pior eu tenho.
Tenho tanto medo de não ser aquilo que as pessoas imaginam que eu sou que acabo não sendo nem eu mesmo. Fico em cima do muro, inseguro, me achando a pessoa mais chata e sem graça que existe.
Posso dizer que hoje em dia estou melhor, mas que ainda tenho muito que melhorar.

Carlos Eduardo
Porto Alegre, 10 de setembro de 2012.


segunda-feira, 11 de junho de 2012

Divagando-me

Quem sou eu?
Já tem algum tempo esta pergunta vem tomando conta de mim.
E, até agora, a única resposta que encontro é que sou um poço de divergências ambulante.
Passo muito tempo numa luta interna, entre a minha natureza e aquilo que a sociedade espera de mim.
A minha natureza se transforma numa ameaça ao status quo, pois tenho convicção que podemos mudar esta forma doentia que temos de nos relacionar com o que nos cerca. Ouço quase que diariamente que sou um sonhador, um utopista. Que a realidade que eu vejo é muito bonita, mas impraticável. Que talvez eu devesse usar esta minha facilidade em lidar com as palavras para escrever uma série de livros baseadas nesta minha utopia, pois assim ao menos eu ganharia muito dinheiro. Mas esta seria uma forma de eu me vender a este sistema e, consequentemente, de me afastar cada vez mais da minha natureza interior.
Quando digo que sou uma ameaça, não é porque eu saio por aí apontando uma arma para as pessoas, mas sim porque as minhas ideias são subversivas e abalam a zona de conforto em que se encontram. E aqui posso dizer que a minha "paralisia" também é porque estou numa zona de conforto, onde eu sei exatamente o que vai acontecer.
Como todo animal, também sou condicionável. Os conceitos familiares e sociais influenciam naquilo que sou hoje, mesmo que eu conheça razoavelmente bem a minha "bagagem existencial". Alguns "pré-conceitos" adquiridos se chocam com o que meu Ser acredita, fazendo com que eu gaste uma energia muito grande de forma improdutiva.
Muitas vezes preciso  fugir deste confronto entre o meu Ser e o meu Ego. Criar uma realidade mais agradável, mesmo sabendo que sempre chega um momento onde retorno para a "realidade Real".
Já me disseram que quando me abro através das minhas divagações, estou procurando me fazer de coitadinho ou então buscando aceitação dos outros, mas eu acredito que esta seja a forma que eu encontrei de olhar com mais clareza para minhas vivências. Mesmo que exista um lado sombrio em mim, o qual poucos conhecem, acabo jogando luz através da releitura da minha existência.
Como eu posso ter tanta facilidade em "clarear" a vida dos outros, mas com a minha normalmente não consigo fazer o mesmo? Por que toda vez que a vida volta a fluir com naturalidade eu deixo que o medo me sufoque? 
Por volta dos meus 29 anos, fiz terapia com uma psicóloga. Depois de uns 3 meses de tratamento, ela me convidou para trabalhar com ela, sendo acompanhante terapêutico dos pacientes dela. Segundo ela, isso me ajudaria a enxergar melhor as qualidades que tenho e a entender determinadas reações que eu apresento, algo como um espelho, no qual eu refletiria os meus "problemas" na imagem dos pacientes.
Isso realmente me permitiu ter uma nova perspectiva, assim como me ajudou a entender cada vez mais o comportamento humano. O que nem sempre é fácil de lidar. Saber o que leva as pessoas  a agirem de acordo com determinados padrões ajuda no processo de auto-conhecimento que venho fazendo. 
Hoje reconheço cada uma das minhas máscaras, dos meus personagens. Sei das minhas virtudes e também sei que sou manipulador, prepotente, cabeça-dura, arrogante, crítico, entre outros defeitos.
Também me questiono muito sobre esta minha característica de ajudar os outros. Até que ponto faço isso de forma desapegada? Será que faço em busca de aceitação? Ou para fugir de mim mesmo? Além do fato da vontade de ajudar ser parte do meu Ser, o que mais está escondido nesta atitude? Pois nem sempre faço isso somente de coração, só que ainda não define que outra intenção está presente. Pode ser também uma forma de parecer ser bonzinho e me redimir dos meus "pecados"?
E este último questionamento surge cada vez que aqueles que eu ajudo dizem que sou um "anjo", alguém que está mais adiantado, que é mais evoluído.
Só que sou humano. Tenho meus medos, minhas culpas, minhas fraquezas e angústias como todo mundo.
Como sou predominantemente sentimental, vivo procurando explicações. Ser sentimental não é aquela coisa de ser meloso, mas sim de vivenciar todas as emoções de uma forma intensa.
Junto a este desequilíbrio vem a sensibilidade de captar energias diversas, que já me disseram precisa ser trabalhada pelo meu lado racional, filtrando o que quero ou não captar. E sei que preciso me "adestrar". Treinar sempre que lembrar aquelas coisas que preciso modificar. Somente assim elas viram rotineiras e passam a fluir normalmente.
Algumas pessoas sabem o principal medo que me paralisa. Tenho medo da bagagem que carrego. Não que ela seja um fardo pesado, apesar de terem fatos que são. O que me aprisiona é a possibilidade de eu fazer novamente um uso errado desta bagagem.
Já vi muita gente boa fazer isso. E como conheço pedaços de outras vidas bastante pesados, onde o Ego foi completamente  corrompido pelo poder, pela ganância e pelo status, fico temeroso que isso possa se repetir. Mesmo sabendo que o que me foi permitido ver faz parte de um processo de cura e perdão, ainda não me acho capaz de usar meu conhecimento de forma tranquila.
Meu lado profissional fica trancado também, pois meu desenvolvimento tem que ser como um todo. Meu aspecto material precisa andar junto com meu aspecto espiritual/energético, com meu aspecto sentimental e com o racional. Em harmonia e equilíbrio.
Muitas vezes achei que tinha conseguido me livrar de algumas correntes do passado, mas hoje percebo que a maioria delas eu apenas soltei de mim e larguei no chão, mas depois de alguns passos eu acabo me enroscando de novo. Então me resta me libertar de novo e, desta vez, derreter estas correntes e transformá-las em algo que me auxilie a seguir adiante.

Porto Alegre, 11 de junho de 2012.
Carlos Eduardo

Tenham sempre muita luz, paz, harmonia e Amor.



quinta-feira, 7 de junho de 2012

Divagação sem fim

 Hoje foi um daqueles dias estranhos.
Passei a noite sem conseguir dormir. Meditei, conversei com meus Amigos lá de cima, e mesmo assim nada de conseguir desligar.
Dormi um pouco por volta do meio-dia até umas 3 da tarde.
Saí e fui dar uma caminhada na tarde. Pegar um sol. Normalmente durante minhas caminhadas vou procurando me "sintonizar" com as energias da natureza. Deixando que o Sol vá purificando aquelas energias densas que possam estar influenciando meu momento.
Apesar do frio, foi muito bom.
Quando estava quase chegando em casa, fui agraciado por um daqueles momentos que só pode ser obra Divina.
Normalmente quando pensamos em "anjos", a primeira imagem que nos vem a mente é de uma figura linda, com feições proporcionais, roupas em tons suaves, envoltos em muita luz. Mas a realidade pode ser completamente diferente.
Fui parado por um senhor que lava carros na rua. Este me pediu um cigarro. Como passo por ele quase todos os dias, achei que seria como sempre. Só que desta vez não foi.
Ele estava cheirando a cachaça, bem abatido, triste.
No que lhe alcancei o cigarro, ele começou a me contar sobre um problema que está passando com o enteado. As lágrimas querendo correr pelos olhos, mas ele virava o rosto e tentava secá-las.
Ficamos aproximadamente uma hora conversando. Ele falou sobre a vida dele, dos filhos, dos amigos. Contou coisas extremamente simples, mas que de alguma forma me tocaram profundamente.
A medida que conversávamos, eu sentia uma presença extremamente suave, mas ao mesmo tempo muito forte. Uma sensação que não consigo descrever em palavras.
Quando nos despedimos, eu me sentia leve, como se tivessem retirado todo o peso do meu corpo. 
Foi algo tão intenso e profundo que até para divagar está complicado, pois não consigo encontrar palavras para expressar toda esta experiência.

Porto Alegre, 7 de junho de 2012.
Carlos Eduardo

Tenham sempre muita luz, paz, harmonia e Amor.


terça-feira, 24 de abril de 2012

Divagando sobre Cura e Resgate.

A Cura poderia ser considerado um processo de "resgate"?
Quando falo em cura, não estou fazendo de forma simplista, observando apenas o aspecto clínico e seus sintomas, mas procurando estabelecer uma conexão integral do Ser.
Somos formados por diferentes tipos de mente. A Racional, nosso lado pensante, que pondera e forma opiniões. A Sentimental, que transforma nossas vivências em alegrias e tristezas, que apreende e classifica as situações de acordo com o tipo de sensação que nos causa. A Espiritual, aquela parte de nós que acredita que existe algo maior, que estamos aqui não somente para fazermos número. A Instintiva, que procura se preservar, se defender e, em muitos casos, se pune no intuito de redimir os seus pecados, mas que também é responsável pelo nosso lado carnal, que deseja, tem fome e sede, que quer suprir suas necessidades básicas. Sendo que todas elas trabalham juntas, mesmo que nem sempre estejam harmonizadas umas com as outras.
Quantos de nós conhecemos nossas missões de vida e não seguimos ela porque teríamos que remar contra a maré? Quantas vezes Amamos alguém e sentimos raiva pois racionalmente somos tomados de dúvidas? Quantas vezes o desejo se apodera de nós nos levando a ter atitudes destemperadas? As vezes passamos anos e mais anos tratando de uma sinusite, alergias, rinite, bronquite, dores diversas sem encontrar uma cura e um simples "insight" afasta os sintomas?
Quando compartimentamos nosso Ser, deixando que as partes trabalhem de forma estanque, criamos o processo da doença. Já quando procuramos vivenciar o resgate, ou seja, procuramos resgatar a nossa "unicidade", respeitando e dando ferramentas para que possamos encontrar o equilíbrio do Todo, deixando que cada parte do Ser expresse a sua Verdade e, assim, possam se complementar/completar, estamos experimentando a "cura".
Existe "cura" quando tratamos apenas os sintomas?
Esta pergunta é bastante complexa, principalmente porque atinge em cheio uma das profissões mais admiradas e respeitadas pelo mundo, mas não vou me privar em dar a minha opinião. Acredito que tratar o sintoma alivia o sofrimento, mas não processa mudanças na fonte do problema. Auxilia muito, mas não ataca a origem.
A doença física só se manifesta após ter passado pelos outros níveis do Ser. Passou pelo Espiritual, pelo Emocional, pelo Energético, pelo Racional e, foi se instalar no físico. Ela resulta do desequilíbrio de uma ou mais partes do Ser, e é o alarme natural da nossa "Unicidade".
Existem diferentes técnicas de lidar com a cura, mas nenhuma funciona melhor que o auto-conhecimento. Alguns preferem as Terapias Holísticas/Vibracionais, que com a manipulação do nível vibratório/energético, oferecem uma série de ferramentas para auxiliarem nesta busca. Muitos processos "iniciáticos" carregam a mesma visão, da limpeza, harmonização e preparação do Individuo. Os meios convencionais também oferecem algumas possibilidades interessantes, apesar do distanciamento da medicina moderna para a medicina antiga, onde hoje somos vistos como membros e doenças, ainda existem alguns ramos que tratam de outros níveis do Ser, além do lado físico.
A auto-cura é algo complicado de ser realizado. Nem sempre conseguimos "compreender" todos os sinais que já se manifestaram, ficando muitas vezes mascarado aquelas coisas que não queremos ou não conseguimos contextualizar. Algumas vezes negamos, outras supervalorizamos, indo de acordo com nossos interesses. Por mais sinceros que possamos ser durante a auto-cura, corremos sempre o risco de nos ver como vítimas ou mocinhos do enredo gerador. Manipulamos a realidade acontecida, enchendo ela de matizes que são diferentes daqueles vivenciados, ou melhor, vistos de uma perspectiva inundada dos "pré-conceitos" que o Eu deixa aflorar.
O auto-conhecimento é o ponto de partida para que consigamos resgatar nosso Ser. Quando analisamos cada camada que forma nossa "Persona", onde cada nível interfere no outro, como isso ocorre e quais as manifestações, mais estamos aprofundando nosso conhecimento e, assim, vivenciamos com muito mais riqueza nossa existência.
Independente do caminho escolhido, siga em frente. Se lá adiante surgir uma bifurcação, escolha um lado e vá, pois todos os caminhos levam a cura.

Carlos Eduardo
Porto Alegre, 24 de abril de 2012.

Tenham sempre muita luz, paz, harmonia e Amor.







terça-feira, 17 de abril de 2012

Divagando felicidade.

Buenas pessoas Amadas e queridas.
Hoje vou começar minha divagação de uma forma completamente diferente, agradecendo a cada um por fazerem parte da minha caminhada e, principalmente, agradecendo ao Grande Pai/Mãe pela oportunidade de experimentar toda a sua criação.
Posso dizer que nunca me senti como me sinto agora, enquanto procuro as palavras, lágrimas escorrem pelo rosto, lavando, purificando cada cantinho do "Meu Universo" particular.
Durante meu trabalho no voluntariado, interagindo com uma menininha de 4 aninhos, ela simplesmente dissecou meu Ser, abrindo meu campo para que outras formas de interação acontecessem.
Já no período final do atendimento, uma das voluntárias sentiu necessidade de se abrir, colocar para fora suas angústias. Em princípio achei que fosse mais uma pessoa que se sentiu confiante para falar, mas durante a conversa, entendi que era um pedido de socorro. Conversamos por quase uma hora e, durante este tempo, senti que algumas coisas bem pesadas chegaram.
Sentia como se estivesse com a parte de cima da cabeça aberta, uma sensação não muito agradável.
Findo o trabalho, fizemos um lanche e iniciamos um processo de limpeza do ambiente e de todos que participaram das nossas tarefas. E foi aí que ganhei aquele que posso chamar de meu melhor presente.
Nunca havia passado por isso de forma tão direta. Ouvi algumas vezes as manifestações, sentia sua raiva, mas nunca me permiti manifestar isso diretamente. Sempre ficava quieto, sem expressar o que acontecia, mas hoje algo mudou.
Deixei que este "irmão" se manifestasse livremente, falando abertamente tudo que ele tinha para dizer. Me acusando, me ameaçando, me culpando. Como já acontecera em outras oportunidades, onde ele se manifestou por outras pessoas, a energia era de muita revolta, de revanche. Durante esta manifestação, os companheiros procuraram mostrar-lhe que aquilo tudo já havia passado e, que se ele estava ali, naquele momento, é porque ele mesmo estava procurando paz. Nisso, muitas crianças foram aparecendo, sendo libertas de um cativeiro. E, neste momento, eu comecei a entender qual a minha ligação com elas.
A felicidade que estas exprimiam ao se sentirem livres foi tão contagiante que nem com todas as palavras do dicionário eu conseguiria dizer como me senti.
E, para que a situação fosse mais reveladora ainda, recebi uma mensagem de alguém que é mais do que importante no meu caminho.
Acho que consegui me libertar de tantas coisas nesta tarde que ainda não assimilei tudo. Aos poucos esta energia está sendo ancorada no meu Eu, mas me sinto muito feliz.
Talvez não faça muito nexo o que escrevi, mas para mim, faz.

Porto Alegre, 17 de abril de 2012.
Carlos Eduardo

Tenham sempre muita luz, paz, harmonia e Amor.

sábado, 7 de abril de 2012

Cozinhar é viver.

A vida pode ser vista sobre diversos prismas. Eu, por exemplo, adoro a analogia com a cozinha, ou melhor, com a arte de cozinhar.
Cada receita requer ingredientes específicos, tempos de preparo diferentes e, seus toques especiais. Da mesma forma é a vida.
Alguns preferem cortar todos os temperos antes, deixar tudo separado, selecionado, em porções exatamente iguais ao da receita. Outros usam as receitas e acrescentam os ingredientes de acordo com seu paladar.
Tem quem prefira os sabores mais picantes, ou então mais adocicados, existe quem goste mais ou menos salgado, com mais ervas ou menos. Enfim, cada indivíduo opta por aquilo que mais lhe agrada.
A temperatura do cozimento ou do resfriamento de cada prato, bem como o tempo necessário, precisam ser respeitados. Senão, acabamos perdendo o ponto e, estragamos os ingredientes.
Quando apressamos o cozimento, colocando mais perto do fogo ou aumentando a chama, corremos o risco de queimar. Se não deixamos a massa levedar o suficiente, perdemos a aeração que o fermentar produz.
Na vida é a mesma coisa. Escolhemos nossos ingredientes, temperos e utensílios.
Podemos viver segundo a receita de sempre, sem nos arriscar, fazendo sempre o mesmo prato que já conhecemos de cor ou podemos acrescentar novas especiarias e criar variações no nosso cardápio.
A receita tradicional é bem mais segura, mais comoda, sabemos o resultado final e isso não nos faz sair da zona de conforto. Já quando resolvemos inovar, nos arriscar, não temos certeza no que vai resultar, se o prato será saboroso, harmonioso ou se faremos uma grande e estrondosa gororoba.
Podemos também perceber como será o nosso prato pela escolha dos ingredientes que fazemos. Se usarmos produtos vencidos, de baixa qualidade, colocados de qualquer forma, não podemos esperar que no final obtenhamos algo delicioso, já quando escolhemos criteriosamente nossos ingredientes, os utensílios e respeitamos  algumas técnicas de preparo, dificilmente teremos um resultado catastrófico.
Até mesmo as misturas mais excêntricas se tornam interessantes quando feitas com esmero.
Tudo bem que existem dias que queremos provar o tempero de outras pessoas, que estamos enjoados dos nossos pratos ou sem vontade alguma de fazer qualquer coisa.  Não devemos nos culpar por isso, mas respeitar nossa vontade.
Nem sempre vamos fazer pratos maravilhosos, mas podemos nos puxar e tentar fazer o melhor possível.


Tenham sempre muita luz, paz, harmonia e Amor.

Carlos Eduardo
Porto Alegre, 7 de abril de 2012

terça-feira, 13 de março de 2012

Divagando sobre a "Guerra dos Sexos"

Após um período de introspecção, hoje resolvi divagar um pouco.
Talvez por eu me sentir mais leve ultimamente, o que antes eram divagações, atualmente se transformaram em ações.
Tenho percebido que faz um bom tempo estamos atravessando uma guerra que está se mostrando danosa a todos nós.
Suas vítimas dificilmente são mortas, mas carregam sequelas que perduram por toda sua existência.
Apesar de vivermos durante alguns milênios sobre o domínio patriarcal, sempre foi injusto não se reconhecer que o papel da mulher é de extrema importância.
Para que possamos viver em harmonia e equilíbrio, é necessário que deixemos de lado as questões de gênero, ou seja, que esqueçamos se o agente é masculino ou feminino, uma vez que um não existe sem o outro.
Toda e qualquer criação, seja ela boa ou ruim, necessita obrigatoriamente dos dois princípios. Cada ser vivo trás em si esta dualidade, sem a qual ficaríamos incompletos.
A sensibilidade e o poder de gestação feminino não seriam nada sem o senso prático e o poder inseminador masculino.
Quando desequilibramos esta balança, independente do motivo, estamos dando armas para que o nosso Mundo continue experimentando esta decadência cada vez maior. Nutrimos a discórdia, a inveja e o baixo padrão vibratório, que acaba atingindo as vítimas mais indefesas, ou seja, nossas crianças.
Creio eu que se nós homens aprendermos a usar mais nossa sensibilidade, bem como as mulheres aprenderem a ser mais práticas, todos os lados saem ganhando.
Como diria Che Guevara: "Hay que endurecersepero sin perder la ternura jamás." 
Procuremos reequilibrar a balança para que possamos transmitir aos nossos filhos que são as diferenças que constroem o Todo.

Carlos Eduardo
Porto Alegre, 13 de março de 2012.


Tenham sempre muita luz, paz, harmonia e Amor.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Divagação Gaudéria

Buenas Indiada.
Depois de uma noite "longa que nem trova de gago", onde uma dor de dente me fez "saracotear mais que bolacha em boca de banguela", resolvi  apelar ao bom humor.
Vejo que a vida pode ser "tranquila feito água de poço", basta que deixemos as coisas fluírem ao natural. Mas alguns ficam "perdidos que nem cego em tiroteio", e vivem "assustados que nem véia em canoa". Qualquer pequena dificuldade fica "maior que rolha de poço", e vivem "angustiado que nem barata de ponta-cabeça".
Existem pessoas que "vivem faceiras que nem guri que ganhou bola nova", sem se preocuparem com absolutamente nada. Levam tudo na brincadeira, fugindo delas mesmas. Aparentam serem "alegres que nem china em dia de pagamento", mas no fundo são "vazios que nem rancho de pobre".
Para outros, a vida é "leve que nem pena". Mesmo diante das adversidades, conseguem manter a harmonia interior, fazendo a vida ser "gostosa que nem beijo de prima". Estes transformam cada vivência em uma oportunidade de crescimento.
Não importa se tu és "mais fechado que porta de convento", "mais solto que peido em bombacha", "mais nervoso que anão em comício" ou "mais feliz que puta em dia de pagamento do quartel", o que interessa é se existe a vontade de seguir adiante, procurando encontrar a harmonia interior.
Para cada missão de vida, existe uma série de provas e, no final das contas, cada um tem "mais novidades que fábrica de japonês".
Siga seu ritmo, não seja "medroso que nem cascudo atravessando galinheiro", experimente, tente, caia e levante. Ouça o que a natureza lhe mostra, dentro dos seus ciclos, pois se tu ficares "ligado que nem rádio de preso", vais perceber que tudo que nos acontece tem um sentido de ser.
Me despeço deixando um enorme quebra costelas e desejando que todos sejamos "felizes que nem mosca em tampa de xarope".

Carlos Eduardo
Capão da Canoa, 23 de fevereiro de 2012.   
  

Tenham sempre muita luz, paz, harmonia e Amor.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Divagando sobre o perdão

Por muito tempo eu acreditei que precisava que algumas pessoas me pedissem perdão para que eu conseguisse seguir adiante. Hoje percebo que mesmo que o Universo se materializasse, utilizando uma forma humana, e me pedisse perdão, eu continuaria preso, pois nada e nem ninguém teria o poder de me perdoar.
Fui eu mesmo quem me perdi, quem criei a imagem do incompreendido, quem assumiu a carga de ofendido. E, enquanto eu não me desse o perdão que queria dos outros, jamais iria conseguir me desfazer do peso emocional que me deixava apático.
Aos poucos estou me permitindo fazer as pazes comigo mesmo e, desta forma, sentindo o perdão atuar nas minhas relações.
Não digo que esta seja uma atividade fácil, mas também não considero como algo difícil. Também não estou me prendendo ao grau de dificuldade e muito menos a estipular um prazo para que eu consuma esta empreitada. Estou fazendo algo que preguei muito, deixando a transformação fluir.
Sinto o processo se desenrolar lenta e gradualmente, até porque algumas questões que precisam ser trabalhadas estão arraigadas bem lá no fundo e, seria praticamente impossível trazê-las à tona sem antes ir abrindo caminho pelas camadas mais externas.
A medida que avanço, vou me sentindo mais conectado com meu Eu e, consequentemente, com o Todo.
Poderia pedir perdão as pessoas que convivem ou que conviveram comigo, mas por enquanto prefiro continuar focado no meu Interior, até porque este irá refletir no exterior.

Carlos Eduardo
Capão da Canoa, 22 de fevereiro de 2012

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Me divagando outra vez...

 Quanto tempo é possível se perder preso em culpas, ressentimentos, medos e angústias?
As vezes nos transformamos em tartarugas, criando uma carapaça pesada, que só nos atrasa, nos deixa com dificuldade de seguir em frente.
Perdi a conta das vezes em que acreditei que havia me livrado dela. Mas, na verdade, apenas retirava um pedaço superficial, para poder criar uma nova camada, ainda mais dura e pesada.
Acreditava que era uma proteção. Só que hoje percebo que nunca me protegeu, pois meu grande inimigo sempre fui eu mesmo. E, esta capa, só me servia para machucar e deixar mais pesado.
Algumas pessoas cansaram de tentar me mostrar o quanto eu precisava me libertar, me perdoar, me permitir ser feliz. E, como tenho uma certa facilidade com as palavras, fazia elas acreditarem que eu era feliz, numa tentativa de me convencer disso.
Joguei fora oportunidades e pessoas, da mesma forma que valorizava aquilo tudo que me deixava mais pesado. E, mesmo sabendo como eu estava me enganando, continuei fazendo o mesmo.
Não posso dizer que me arrependo de tudo que fiz, mas com certeza hoje percebo que tive muitas oportunidades e que deixei que elas escapassem por entre meus dedos.
Ainda bem que nunca é tarde demais para que se possa começar do zero.

Carlos Eduardo
Capão da Canoa, 17 de fevereiro de 2012.


Tenham sempre muita luz, paz, harmonia e Amor.