terça-feira, 24 de abril de 2012

Divagando sobre Cura e Resgate.

A Cura poderia ser considerado um processo de "resgate"?
Quando falo em cura, não estou fazendo de forma simplista, observando apenas o aspecto clínico e seus sintomas, mas procurando estabelecer uma conexão integral do Ser.
Somos formados por diferentes tipos de mente. A Racional, nosso lado pensante, que pondera e forma opiniões. A Sentimental, que transforma nossas vivências em alegrias e tristezas, que apreende e classifica as situações de acordo com o tipo de sensação que nos causa. A Espiritual, aquela parte de nós que acredita que existe algo maior, que estamos aqui não somente para fazermos número. A Instintiva, que procura se preservar, se defender e, em muitos casos, se pune no intuito de redimir os seus pecados, mas que também é responsável pelo nosso lado carnal, que deseja, tem fome e sede, que quer suprir suas necessidades básicas. Sendo que todas elas trabalham juntas, mesmo que nem sempre estejam harmonizadas umas com as outras.
Quantos de nós conhecemos nossas missões de vida e não seguimos ela porque teríamos que remar contra a maré? Quantas vezes Amamos alguém e sentimos raiva pois racionalmente somos tomados de dúvidas? Quantas vezes o desejo se apodera de nós nos levando a ter atitudes destemperadas? As vezes passamos anos e mais anos tratando de uma sinusite, alergias, rinite, bronquite, dores diversas sem encontrar uma cura e um simples "insight" afasta os sintomas?
Quando compartimentamos nosso Ser, deixando que as partes trabalhem de forma estanque, criamos o processo da doença. Já quando procuramos vivenciar o resgate, ou seja, procuramos resgatar a nossa "unicidade", respeitando e dando ferramentas para que possamos encontrar o equilíbrio do Todo, deixando que cada parte do Ser expresse a sua Verdade e, assim, possam se complementar/completar, estamos experimentando a "cura".
Existe "cura" quando tratamos apenas os sintomas?
Esta pergunta é bastante complexa, principalmente porque atinge em cheio uma das profissões mais admiradas e respeitadas pelo mundo, mas não vou me privar em dar a minha opinião. Acredito que tratar o sintoma alivia o sofrimento, mas não processa mudanças na fonte do problema. Auxilia muito, mas não ataca a origem.
A doença física só se manifesta após ter passado pelos outros níveis do Ser. Passou pelo Espiritual, pelo Emocional, pelo Energético, pelo Racional e, foi se instalar no físico. Ela resulta do desequilíbrio de uma ou mais partes do Ser, e é o alarme natural da nossa "Unicidade".
Existem diferentes técnicas de lidar com a cura, mas nenhuma funciona melhor que o auto-conhecimento. Alguns preferem as Terapias Holísticas/Vibracionais, que com a manipulação do nível vibratório/energético, oferecem uma série de ferramentas para auxiliarem nesta busca. Muitos processos "iniciáticos" carregam a mesma visão, da limpeza, harmonização e preparação do Individuo. Os meios convencionais também oferecem algumas possibilidades interessantes, apesar do distanciamento da medicina moderna para a medicina antiga, onde hoje somos vistos como membros e doenças, ainda existem alguns ramos que tratam de outros níveis do Ser, além do lado físico.
A auto-cura é algo complicado de ser realizado. Nem sempre conseguimos "compreender" todos os sinais que já se manifestaram, ficando muitas vezes mascarado aquelas coisas que não queremos ou não conseguimos contextualizar. Algumas vezes negamos, outras supervalorizamos, indo de acordo com nossos interesses. Por mais sinceros que possamos ser durante a auto-cura, corremos sempre o risco de nos ver como vítimas ou mocinhos do enredo gerador. Manipulamos a realidade acontecida, enchendo ela de matizes que são diferentes daqueles vivenciados, ou melhor, vistos de uma perspectiva inundada dos "pré-conceitos" que o Eu deixa aflorar.
O auto-conhecimento é o ponto de partida para que consigamos resgatar nosso Ser. Quando analisamos cada camada que forma nossa "Persona", onde cada nível interfere no outro, como isso ocorre e quais as manifestações, mais estamos aprofundando nosso conhecimento e, assim, vivenciamos com muito mais riqueza nossa existência.
Independente do caminho escolhido, siga em frente. Se lá adiante surgir uma bifurcação, escolha um lado e vá, pois todos os caminhos levam a cura.

Carlos Eduardo
Porto Alegre, 24 de abril de 2012.

Tenham sempre muita luz, paz, harmonia e Amor.







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