terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Divagando Relações

Vejo muita gente reclamando das suas relações, sejam pessoais, familiares ou amorosas.
Existe uma crença, quando o assunto é relacionamento amoroso, de que devemos nos relacionar com uma única pessoa, mas será que isso é assim mesmo?
Gosto muito de comparar nossas ligações como sendo um quebra-cabeça.
A menos que seja um daqueles fabricados para crianças de 1 ano de idade, o restante tem mais de duas peças, o que significa que existe mais do que um único encaixe.
Nosso planeta tem alguns bilhões de habitantes, então seria justo afirmar que somente uma se encaixa com a gente? Que apenas uma merece dividir momentos conosco? Que estamos energeticamente conectados com um único ser?  Honestamente, acho que isso é uma visão extremamente simplista.
Num quebra-cabeça mesmo as peças que ficam nas extremidades precisam de pelo menos dois encaixes para ficarem fixas no seu lugar.
Somos extremamente possessivos com relação aqueles que nos cercam, principalmente quando temos uma relação "amorosa". O sistema nos leva a crer que somente relações monogâmicas devem existir, mesmo que este mesmo sistema aceite como algo natural as pessoas terem amantes, o que é uma enorme contradição.
Fala-se em traição, em respeito, em falta de amor, mas eu vejo é uma escravização dos sentimentos.
Se pegarmos o casal padrão de beleza, Angelina Jolie e Brad Pitt, e colocarmos um casal comum a assistir um filme deles, normalmente temos a seguinte situação: o marido, ama sua esposa, é feliz com ela, mas comete a asneira de comentar que a Jolie é gostosa já recebe cara feia, quando não é xingado pela sua cara-metade, já a esposa suspira toda vez que o Brad aparece sem camisa, ou numa cena mais picante e o homem se sente atingido. Aí vejo alguns comentarem que isso não é traição porque o casal modelo é algo que está fora do alcance, mas mesmo assim um fica com ciúme do outro. E isso que nem é deste tipo de ligação que estou falando, mas que cai como uma luva em termos comparativos.
Só que existem muitas pessoas que nos tocam de forma diferente, que sentimos algo mais forte além de tesão, paixão. Que mesmo quando amamos profundamente a pessoa que está com a gente, não deixam de nos fazer sentir uma coisa intensa, uma energia que nos deixa mais vivos. Mas que pelos "pré"-conceitos sociais temos que abafar isso ou vivermos esta relação com o rótulo de amantes. Mas é possível sim que continuemos amando e respeitando nosso par e nos sintamos mexidos por outras pessoas. E, no meu entendimento, deixar de viver esta nova conexão sim é trair, é não respeitar aquela pessoa que escolhemos para estar com a gente, pois acabamos responsabilizando o outro por termos que abrir mão de algo tão lindo.
Sei que muita gente vai achar que prego a promiscuidade e só posso dizer que é lamentável esta forma de pensar, pois não digo que devemos sair por ai transando com toda as mulheres gostosas ou homens bonitos que cruzam nosso caminho, mas sim que devemos respeitar o que nosso coração nos mostra, ou então teremos que viver numa relação que ficará pesada devido as cobranças por termos que abandonar nosso próprio Eu.
Santos, 20 de janeiro de 2015.
Carlos Eduardo.

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