"... Estados tão tenros e suaves não podem ferir ninguém.
Só se for como água de chuva no deserto, que o deserto odeia porque só então percebe sua aridez.
E clama contra a chuva.
Só se for assim que eles machucam." (Tratado Geral sobre a Fofoca - José Ângelo Gaiarsa)
Dentre muitas partes instigantes deste livro, destaco esta. Talvez por eu pensar muito parecido ou pelo fato de muitas vezes me dizerem que sou um anjo, guru, iluminado, entre outros adjetivos.
Já passei por experiências em que fui agredido por ser direto, por não tentar florear aquilo que precisa ser dito, mas que com o passar do tempo acabou servindo para a pessoa que recebeu a mensagem.
As pessoas estão tão acostumadas com a "normose", com seguirem as ditas regras sociais, que qualquer coisa que as faça mergulhar no seu Eu Interior parece uma agressão.
Percebo como é muito mais fácil seguir o bando, seja a família, o grupo de amigos ou qualquer outro grupo social ao qual pertencemos, do que sermos nós mesmos. Passamos por cima de nossa natureza simplesmente pela necessidade de sermos aceitos. Vivemos como se fôssemos uma porção de argila, a qual precisa ser moldada pelos artesãos sociais. Deixamos que nos formatem para sermos aquilo que esperam da gente, mesmo que isso crie uma série de neuroses e guerras internas.
Muitas vezes passo por este dilema, como ser eu mesmo se para os padrões sociais eu sou um "marginal"(vivo a margem das convenções, daquilo que é considerado o certo)?
Sou o Dr. Jekill ou o Mr. Hyde? Sinceramente, que cada um faça a sua própria definição de quem sou, pois sei que por mais que tentem me explicar, jamais conseguirão chegar a um décimo de quem realmente sou.
Carlos Eduardo
Porto Alegre, 17 de agosto de 2011.
Tenham sempre muita luz, paz, harmonia e Amor.
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