segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Divagando sobre Quíron

Hoje, me permiti vivenciar um conceito que está mais do que presente na minha vida. Estou aqui falando da fluidez da água. Mais uma vez ao tomar banho, os pensamentos foram fluindo de uma forma mágica, como se fossem uma fonte da mais pura e límpida água.
Sempre gostei muito de mitologia, mas existe uma figura mitológica, que não casualmente representa meu signo. Quíron, um semi-Deus, representante dos centauros.
Segundo consta, Quíron era uma curandeiro e sábio. Foi ele quem educou Hércules, entre tantos outros.
Quíron foi atingido por uma flecha envenenada, na perna direita, um pouco acima do joelho. Como era um semi-Deus, não morreu, mas sentia dores terríveis. Para libertar-se da dor que o afligia, se ofereceu para ser trocado por Prometeu, que fora condenado por Zeus a viver um eterno castigo após roubar o fogo dos deuses. Zeus só permitiria que seu próprio filho fosse salvo do castigo se algum Deus oferecesse sua própria imortalidade em troca, indo habitar no Hades (terra dos mortos).
Curiosamente, sinto um formigamento exatamente num ponto acima do joelho direito. Apesar de não ser algo constante, tenho certeza que não é simplesmente uma coincidência.
Mas este não seria o motivo pelo qual me identifico com Quíron. O que me leva a esta identificação é exatamente o fato de saber que ele conseguia curar aos outros, mas não conseguiu ele mesmo se curar.
Tenho uma enorme facilidade de ajudar algumas pessoas com seus problemas, mas em muitos momentos, fico me flagelando e não me permito curar as minhas próprias angústias.
Nos últimos 3 anos, em diversos momentos me dizem que estou exatamente em cima da linha da fronteira, entre aquilo que eu sou e aquilo que eu escolhi ser(escolha esta feita antes de nascer).
Conscientemente ou inconscientemente(bem mais conscientemente do que possa ser imaginado), eu destranquei a porta, puxo ela pela maçaneta, mas travo ela com meu pé.
Talvez o medo do desconhecido, do novo, do ter que abrir mão de mim mesmo, me façam ficar paralisado.
Sei que hoje já estou bem melhor do que estive num passado não muito distante, mas também tenho conhecimento que preciso mais do que nunca me permitir cruzar a fronteira. Falta transformar o Verbo em Ação.
Sou extremamente grato a todas as pessoas que cruzam meu caminho. Mesmo aquelas que procuram me derrubar. Mas, sem querer desmerecer ninguém, sou mais do que grato a uma pessoa que se faz presente desde que nasci, minha mãe, sem ela, seu carinho, seu Amor, seus puxões de orelhas, talvez eu nunca tivesse conseguido sequer chegar a linha de fronteira.

Tenham sempre muita luz, paz, harmonia e Amor.
Carlos Eduardo
Porto Alegre, 22 de agosto de 2011.

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