Eu estava aqui lendo o jornal e numa das páginas me chama a atenção um pequeno anúncio, no canto da página. Um Cirurgião Plástico oferece seus serviços e usa como imagem a foto de uma Miss (sua esposa).
Olhando este anúncio me lembrei da minha infância, dos contos do Dr. Frankstein. O Doutor criou uma Pessoa/Monstro usando pedaços de diferentes pessoas. Juntou tudo num um único ser e deu vida a eles. Como era parte de muitos, este ser não tinha personalidade, faltava a ele o Espírito.
Por ser apenas um corpo, esta criatura agia de maneira estabanada e até mesmo violenta.
O resto da estória todos sabem.
Vejo o comércio da perfeição dessa mesma forma. Cirurgia Plástica cria monstros, pois desconecta o nosso Ser, criando uma desunião entre o Espírito e a Carne. Quando sentamos na frente do cirurgião e pedimos: Oi, eu quero os lábios da Angelina Jolye, o nariz da Aline Morais, o bumbum da Mulher Melancia, os olhos da Sabrina Satto, os seios da Pamela Anderson,... estamos nos transformando em Franksteins. Mesmo q a aparência fique 'MARAVILHOSA', perdemos nosso SER. Fabricamos uma pessoa q não somos e, na maior parte das vezes, nosso EU-interior sofre mais ainda por não conseguir se adaptar a este novo corpo, moldado numa linha de montagem.
É interessante como queremos ser diferente de quem somos, queremos ser melhor, mas mudamos exatamente aquilo que nos faz ser pior. Ao invés de reforma intima, mudamos nosso Espírito para uma nova casa, reformada, com móveis novos (muito silicone,botox) e bem menos confortável do q a nossa morada verdadeira.
Ainda bem que não inventaram ainda uma 'CIRURGIA PLÁSTICA ESPIRITUAL', onde podemos moldar nosso EU. Já pensaram em como seria sentar na frente do cirurgião e dizer: Doutor, quero ter o Amor que o Cristo tem por nós, a sapiência de Buda e a misericórdia do Pai. Mas, do jeito que as coisas estão se encaminhando, em breve veremos este anúncio também no jornal.
Carlos Eduardo Martinez Nunes
Porto Alegre, 17 de Julho de 2008
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