quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Eu estava aqui deixando os pensamentos viajarem e daqui a pouco me lembrei de algo que eu sempre pensava quando era crinaça.
Muitas vezes eu ficava tentando imaginar o que eu seria quando o ano 2000 chegasse. Na época eu pensava que com 28 anos de idade, estaria vivendo de forma tranquila.
Normalmente me via como tendo tudo aquilo que meu pai dizia ser importante, coisas como um bom emprego, dinheiro, casa própria, casa na praia, um ou dois carros, enfim, tudo aquilo que o dinheiro pode comprar.
A medida que os anos dois mil se aproximavam, as minhas idéias me mostravam que estas coisas não eram tão importantes assim. Eu queria apenas seu Eu mesmo. Já sabia que no meu interior algo maior crescia e me fazia perceber que o material não era tudo o que eu precisava.
Mesmo que por vias tortas, tentava encontrar uma forma de satisfazer o meu Ser. Vivia num conflito muito grande, pois ainda não tinha maturidade o suficiente para entender que meu caminho não era seguir a multidão, apesar de ter que conviver com a "pressão" exterior.
Lutava para defender meus ideais. Mas não percebia que esta luta só me deixava sem forças para seguir o meu caminho.
Até hoje ainda passo por momentos em que me questiono se realmente estou certo, apesar de hoje ter noção de que o certo e o errado não existem. Ainda enfrento algumas batalhas internas, pois para os padrões sociais, sou considerado sonhador e acabo me deixando levar pela força dos julgamentos exteriores.
Quanto mais vou encontrando dentro de mim as respostas que necessito para viver em paz, mais as cobranças aumentam. Só que ao invés de isto me tirar as forças me fazem perceber que realmente estou no caminho certo.
Muitas vezes achei que eu estava errado e, sempre que isso acontecia, o Universo me dava um sinal de que o meu erro era deixar de acreditar em mim mesmo.
Sei que ainda tenho muito o que caminhar, que ainda vou tropeçar nas pedras do caminho, mas também sei que sempre que isso acontecer, surgirá um sinal para me ajudar a ter forças de levantar e seguir adiante.
Apesar de estar no início da minha jornada, consigo olhar para trás e ver que as pegadas que ficaram para trás estão sendo úteis para que outros possam seguir com mais facilidade pelos seus próprios caminhos.
Estava lendo um texto que fala sobre o fluir da vida e, lembrei de algo que é dito com muita frequência. Sempre que queremos fazer uma figura de alguém que evolui, dizemos que este está subindo a montanha. Mas ao terminar de ler este texto, percebi que o meu caminho não é para cima e sim para baixo. Que o meu trajeto é como o da água, que desce a montanha para se juntar com a água dos oceanos e rios. Quando subimos a montanha nos distanciamos do Todo, mas quando descemos a montanha, nos unimos ao Todo. Somos parte do Todo.
Cada vez mais me sinto assim, mesmo que eu tenho uma visão completamente diferente da vida. Me sinto como se eu estivesse cada vez mais próximo de ser e de estar no Todo. Pode parecer estranho para muitos isso, mas aos poucos, me sinto mais ligado ao Universo, pois compreendo que apesar das diferenças, tudo o que existe é parte da mesma Energia.
Hoje consigo ver meu erros como forma de aprendizado, apesar de ainda não ter aprendido com alguns deles e continuar cometendo estes mesmos erros. Sei que toda a dificuldade que apareceu durante meus primeiros passos foram necessárias para que eu conseguisse entender o significado da minha missão. E agradeço por ter passado por cada momento difícil, pois somente com eles consegui chegar aonde cheguei.
Se escrevo estas coisas não é por que eu queira servir de exemplo para ninguém, mas é apenas a forma que encontro de compartilhar uma parte de mim, ao mesmo tempo em que aproveito para agradecer ao Universo por todas as pessoas que cruzaram a minha estrada e que me ensinaram a ser cada vez melhor.

Abraços e beijos
Muita paz, luz e harmonia sempre.
Carlos Eduardo

Porto Alegre, 13 de novembro de 2009.

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